𝟭𝟱.

1.2K 71 28
                                    

𝗺𝗮𝗱𝗮𝗹𝗲𝗻𝗮 𝗯𝗿𝗶𝘁𝗼 𝗽𝗼𝗶𝗻𝘁 𝗼𝗳 𝘃𝗶𝗲𝘄.

estamos sentados á mesa. a comer uma fatia de bolo, com um copo de sumo de laranja natural. e a falar
o quanto nós somos bons a jogar bowling.

aposto que sou melhor que tu. - diz ele. eu solto uma risada irónica.

és estúpido, isso sim. - ele abre a boca. e eu ri-me. estou a brincar. - ambos reviramos os olhos.

fodes gajos estúpidos? - dito isto.
eu suspirei fundo.

isso é um sim? - ele perguntou a levar um gole de sumo á boca.
eu suspirei fundo novamente.

sim. um. dois. a contar contigo. - limpo a garganta. e mordo o bolo.
ele arqueou as sobrancelhas a sorrir.
eu suspiro fundo a sorrir. ele apoia as mãos no próprio rosto.

desembucha. - ele diz. eu reviro os olhos.

ele chama-se miguel. - ele acenou com a cabeça. eu suspirei. não sabiamos o que queriamos. então acabamos por nos magoar um ao outro. tinhamos uma cena de relacionamento sexual. só nos viamos quando. tu entendes. - ele acenou com a cabeça novamente. e esperou que eu continua-se. num dia. iamos todos para a piscina, com amigos nossos. e eu. - suspirei fundo. e meto as mãos á cabeça. e depois retiro-as. ele pegou-me ao colo. para me atirar para a piscina e fazia sons. basicamente chamava-me de gorda, indiretamente. - olho para o chão e ele puxa a cadeira para o meu lado e beija-me a testa. e eu olho para ele.
se pudesse voltar atrás no tempo. eu não perdia a virgindade com ele.
- ele beija-me e boca. suavemente.
não foi um beijo quente e feroz. foi
um beijo apaixonado e doce. sorri minimamente e ele sorriu de volta.
foi o gajo do jardim. - ambos rimo-nos. meto uma mecha de cabelo atrás da minha própria orelha.

então é mesmo um estúpido. um completo estúpido. - rimo-nos novamente. eu aceno com a cabeça.
não és gorda, nem estás perto de ser. para ser muito sincero, acho que é o corpo mais giro que já vi. - ele diz. eu corei e sorri tímida. beija-me
suavemente os lábios. e ficamos de testas encostadas umas nas outras.

e quantos corpos viste, nos teus dessazete anos de vida? - pergunto eu. para sair do triste clima.
ele faz o som de pensar.

uns cinco. mas não fiz nada. não estava pronto. - diz ele. eu sorri de canto. fico feliz. por ser a rapariga que ele escolheu, para retirar a sua virgindade. é importante. é mesmo muito importante. e faz-me sentir especial. o que é raro em experiências passadas. beijei-o delicadamente. ele sorri.

rodrigo. - digo e ele volta a olhar para mim, e agarra nas minhas mãos. e arqueou as sobrancelhas.

conta-me. - diz ele.

nenhum de nós se vai apaixonar, pois não? - perguntei. ele suspirou. e eu também. meto a mão á cabeça e ele retira-as mãos do rosto.

ei. - diz ele. eu olho para ele. não era esse o plano. mas. - disse ele. eu levanto-me da cadeira e ele agarra-me por um braço. volto a olhar para ele. com uma lágrima escorreu-me pelo rosto abaixo.
ele faz um ar triste e limpa-me a única lágrima que escorre.

eu não posso. não. rodrigo. - digo. com as mãos dele pousadas nos meus maxilares. ele abana a cabeça.

ouve-me, madalena. - diz ele. e eu mordo o lábio para tentar não desabar á sua frente. vamos ver o que acontece. okay? - ambos acenamos com a cabeça. nada em concreto. certo? - eu aceno com a cabeça. e ele abraça-me. abraço-o de volta. consigo cheirar o seu perfume.
que é impossível cheirar, sem me lembrar dele. fecho os olhos, e permanecemos ali por algum tempo.
eu separo o abraço e limpo as minhas lágrimas.

𝗥𝗜𝗩𝗔𝗟𝗜𝗗𝗔𝗗𝗘𝗦 , 𝘳𝘰𝘥𝘳𝘪𝘨𝘰 𝘮𝘰𝘳𝘢.Onde histórias criam vida. Descubra agora