Dedico este capítulo à CatarinaStylesHemmo ♥
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4 de Setembro de 2022
[Candace - 24 anos; Luke - 31 anos]
- Luke
"Luke?" Ouvi a voz frágil da minha mulher a chamar por mim. "Estás acordado?"
"Estou." Procurei o seu rosto no escuro, utilizando apenas o tacto. Assim que o encontrei acariciei cuidadosamente a sua bochecha, notando que esta estava húmida. "Também não consegues dormir?"
"Não. As palavras da doutora continuam a ecoar na minha cabeça, sem parar." Ela ergueu o seu tronco na cama, ficando sentada na mesma. "Eu preciso de sair daqui, apanhar ar fresco."
Ergui-me também para ficar sentado ao seu lado e procurei o meu telemóvel na mesa-de-cabeceira a seguir de ligar a luz do candeeiro. Assim que toquei no aparelho eletrónico, o visor mostrou 03:11. Olhei para a minha pequena virgin e vi o seu coração partido através dos seus olhos.
Pela segunda vez.
"Vamos dar um passeio." Proferi depois de lhe depositar um beijo na testa.
Ela sorriu-me em resposta e levantamo-nos os dois; uma grande quantidade de ar fresco ia fazer muito bem a cada um de nós.
{...}
O meu braço estava por cima dos seus ombros fazendo com que caminhássemos juntinhos pelo paredão da praia; não só porque a brisa marítima era fria mas também porque especialmente em momentos como este, era como se fossemos uma só alma que partilhava o mesmo sofrimento. Eramos os únicos que se encontravam naquele espaço aquela hora da madrugada e entre nós pairava um silêncio doloroso, assim sendo, os únicos sons que se ouviam era o desenrolar das ondas, o soprar do vento e as pequenas pedras soltas a rolarem com o nosso caminhar. O ambiente estava calmo e nós também o parecíamos, mas por dentro... por dentro estávamos aos reboliços
Como é que se consegue lidar com a notícia de que há fortes probabilidades de nunca se conseguir vir a ter um filho com a mulher da nossa vida? Não se consegue.
Não depois de virem o primeiro filho a morrer mesmo antes de nascer.
Temos tudo encaminhado na nossa vida: eu e a Virgine temos uma profissão estável a fazer o que gostamos, a casa está paga e com dois quartos disponíveis, não temos quais queres dividas ou empréstimos, os nossos familiares aceitaram e apoiam a nossa relação, temos bons amigos que estão lá para o que der e vier e a nossa relação não podia estar melhor. O que queremos agora é dar o próximo passo, fortalecer mais os laços, dar continuação ao nosso amor, gerar uma extensão de nós, criar outra vida.
Queremos ter um filho, caramba. Será que é pedir assim tanto?
Olhei para a minha pequena encanto caminhávamos. Ela vestia uma sweatshirt minha que lhe cobria as mãos e o rabo, acompanhada de umas calças de fato de treino e uns ténis desportivos, exatamente o mesmo tipo de indumentária que eu usava naquele momento. A verdade é que estávamos uma autêntica lástima, mas a Virgine...
A Virgine estava completamente despedaçada.
Sei que é difícil para uma mulher saber que não vai poder ter filhos. É uma das funções biológicas destas, se não funciona como devia é como se não estivessem completas, como se fossem inferiores; e sempre que vissem uma mulher com uma criança ao colo na rua seriam relembradas disso, uma e outra vez.
E isto tinha que acontecer logo ao meu anjo, uma alma tão pura, que merece tudo de bom que há no mundo.
"Queres sentar-te por um pouco?" Perguntei-lhe assim que passamos em frente a um banco feito de pedra virado para o mar.
Ela anuiu e rapidamente nos sentámos no banco.
O meu braço continuava por cima dos seus ombros fazendo com que a sua cabeça se aninhasse perfeitamente no seu peito enquanto os seus braços rodeavam o meu tronco, puxando-me para si. O olhar de cada um de nós estava fixo no movimento do gigantesco mar diante de nós, que só nos fazia pensar e repensar.
"Eu só queria criar uma família contigo, Luke." Ela disse com fragilidade na voz, aquele tipo de fragilidade de quem está à beira de lágrimas. "Eu queria tanto ser mãe, tanto."
"Podes deitar tudo cá para fora amor, eu estou aqui."
E assim que proferi estas palavras, ela desatou num choro imenso.
"Vai ficar tudo bem." Tentei consola-la.
"Nunca vai ficar tudo bem." Ela dizia por entre o choro.
Ao vê-la desmoronar, as lágrimas começaram a escorrer também pelo meu rosto e a postura forte que estava a tentar mostrar-lhe desvaneceu; lá no fundo, ela também sabe que eu também estou desfeito em pedacinhos minúsculos.
E assim ficamos os dois, a chorar as nossas mágoas em frente ao enorme oceano para que estas parecessem mais pequenas.
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Olá amores!
Eu sei, sou uma pessoa horrível por ter escrito este capítulo tão triste, até a mim me doeu.
Para quem achar que exagerei demais, lembrem-se que é como se eles quisessem avançar, continuar a viver mas que aquele entrave estava sempre lá, impedindo-os de prosseguir. Querer e não poder construir família deve ser uma coisa mesmo muito dolorosa.
Desculpem lá as eventuais lágrimas.
Amo-vos muito ♥
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Lições de Amor ➸ l•h
Fanfiction☞ 1º temporada: "Lições para Virgens"; 2º temporada: "Lições de Sexo" ❝Prometi amar-te para sempre e assim o fiz❞ ☞ Aviso: Conteúdo maduro; linguagem sexual explícita. Copyright © perftho 2015 All Rights Reserved