Saímos da floresta quando as minhas lágrimas se secaram e o meu rosto voltou do tom avermelhado para o meu tom de pele natural. Louise, seguia atrás de mim, olhando para o seu namorado, o qual se aproximava gradativamente de nós.
— Olá — cumprimentou — Bom dia, amor — o rapaz deu um selinho na garota em seus braços.Casal em início de namoro chega a ser ridículo de tanto amor envolvido. Luiz lhe trata bem, tem atitudes fofas e até presenteia ela com o que ver pela frente, uma flor, uma borboleta...
A menina merece. E está sorridente ao lado dele. Fico feliz que pelo menos uma de nós duas realmente esteja vivenciando o que foi dito em nossas brincadeiras quando éramos mais novas.
— O acampamento passou voando, não é mesmo? — comentou Luiz, ainda com o seu braço em volta do pescoço de Louise.
— Sim, gatinho. Mas ainda podemos aproveitar o resto - apontou para o centro do lugar.— Bem, os garotos não estão no clima — negou a cabeça, desmoronando a ideia de começar alguma folia no meio do acampamento, antes da entrega das medalhas principais, aquelas que honram aqueles que ganharam mais medalhas.
— Por que perderam? — questiono, cruzando os braços.
— Sim — respondeu em um tom seco.
— Perder é normal — Louise tenta consolar, mesmo sabendo que aquelas palavras não adiantariam de nada.
— Não para nós. Todo acampamento é o nosso time que ganha.
— Mas vocês deveriam ficar felizes. Jogarão no mesmo time nos próximos campeonatos, afinal — opino, tentando aliviar a tensão, mas Luiz me lança um olhar severo.
— Você estava mesmo torcendo para o time adversário? — Ele franze o cenho, sua expressão pedindo uma explicação convincente, como se estivesse decepcionado.
Antes que eu pudesse responder, Louise se adianta com um sorriso malicioso.
— Ela estava torcendo para o time do gatinho dela — disse Louise, soltando as palavras como se fosse o segredo mais óbvio do mundo.
Luiz vira-se para mim, surpreso.
— Você está com o Liam? — Seu rosto se enche de confusão, como se estivesse juntando todas as peças do quebra-cabeça naquele momento. A surpresa em sua voz era evidente, como se Dylan tivesse deixado de contar algo importante.
Sinto o peso do olhar de Luiz sobre mim, e, com um leve encolher de ombros, tento parecer casual.
— Bem, estamos nos conhecendo — respondi, minha voz soava mais calma do que me sentia por dentro.
— O seu amigo é um idiota mesmo — Louise murmura, sua voz cheia de desdém, deixando claro o que pensa sobre a situação.
Como em seguida os dois começaram a se pegar, dei alguns passos para trás e segui o meu caminho em direção a barraca. A exaustão se acomodava dentro de mim em cada passo que dava, não queria ter que arrumar as coisas e desmontar barraca, muito menos viajar por horas dentro de um ônibus. Passei por Liam, lhe cumprimentando com um pequeno sorriso. E o garoto automaticamente deixou a sua rodinha de amigos, que ainda contava sobre sua vitória ontem, para me seguir no caminho.
— Então, como a medalhista de ouro acordou hoje? — ele perguntou com um sorriso radiante, sua face brilhando com uma alegria contagiante. A energia que emanava dele era quase palpável, como se iluminasse o ambiente ao seu redor.
— Bem — respondi, retribuindo o sorriso. — E você?
— Muito bem — ele confirmou com a cabeça, enquanto suas mãos se escondiam atrás das costas, um gesto que sempre me fazia pensar que ele estava prestes a revelar algo.
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Não Somos Irmãos
Ficção AdolescenteEmma, aos 10 anos de idade, nutre sentimentos pelo filho da melhor amiga de sua mãe. Porém, o mesmo a rejeita na época, por considera-la uma irmã. Eles crescem no meio de muitas brigas e confusões, até que Emma começa a sair e conhecer outros garot...