Capítulo 17: Um médico, uma lanterna e um conjunto de órgãs. Parte 1

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Part- Carl

Estou olhando pro teto tentando perceber o quanto ainda tenho da minha visão, notei que perdi uma parte da noção de profundidade, lembro que na aula de biologia foi Dito que o que vemos é a visão de cada olho sobreposta no nosso cérebro e por isso conseguimos ter uma noção de profundidade, na época, pensei: "Grande merda! não vejo nada sobreposto só uma imagem estatística". Hoje eu dou razão ao talvez falecido Sr.Miller, reparei quando fui olhar para uma banco na cela e comecei a reparar que ele parecia como uma "imagem chapada", não tinha tanta certeza onde ele estava fiz um teste de aproximar a mão e bater a palma do assento quando ela tivesse em cima dele, bom eu bati a mão no ar, fiquei meio em choque e dei um 360° na sala e vi que tudo parecia assim, não tenho mais precisão do que está perto ou longe, tenho uma certa margem de erro.

Estou pensando o quanto isso pode atrapalhar muitas coisas na minha vida, além da estética. Estou a algumas horas pensando nisso quando abruptamente o Dr.Samuel abre a porta, o que me deu um susto e levantar rapidamente.

-Perdão garoto, não quis te assustar só trazer os remédios e.. *abaixa a voz* trazer uma mensagem. - falou comigo com uma cara séria começando a fingir tratar de meu olho.

- Mensagem?- sussurrei para ele.

- Sim! Bom... A S/N está aqui, está bem, tratei dela pessoalmente ela tá melhor que você na verdade, que entrará em contato em breve e ela falou que era para falar que a amorinha mandou dizer, e que você iria entender. Não falei antes, porque, enquanto cauterizava o seu olho, o grandão estava aqui olhando. - diz ele ainda fingindo estar olhando enquanto tirava o curativo e vendo como estava por baixo.

Entro em choque... É um código, amorinha é pra confirmar que foi ela mesma que falou, que não é um truque! Então... Ela tá realmente aqui? Onde ela está, disse que está bem e o Doutor falou que ela está em melhor estado que eu, como ela parou aqui? Pegaram ela quando? São tantas perguntas, mas saio do meu estado de profundo silêncio quando o Doutor fala comigo.

- Tá tudo bem? Ta com olhar de mil jardas.- ele olha com o olhar fito em mim.

- Está sim... Só imaginei que ela tinha escapado, ela vai falar comigo como?- olho ansiando por uma resposta.

- Não sei garoto, ela não me deu detalhes só pediu pra dar a informação.- ele diz baixinho fechando o curativo e se levantando

-Sua recuperação está excelente em 1 semana estará novo! - ele diz indo pra porta.

O vejo sair, dou um pequeno sorriso, ela está bem... Claro que eu preferia ver solta, mas o alívio de saber que ela está bem é realmente reconfortante. Ele disse que ela está melhor que eu significa que deve estar um pouco machucada, espero que o contato dela venha logo estou cheia de ansiedade para poder a encontrar de novo.

*1 semana depois*

Faz uma semana e a S/N ainda não entrou em contato, pela conversa de ontem com o Dr Samuel ele vai me dar alta para ir para as minhas "obrigações", ele falou que eu colaborasse para que não fosse tão ruim pelo que entendi existe uma espécie de trabalho forçado, e dado que eles tiraram meu olho somente para dar um aviso, eles são capazes de qualquer coisa, vejo o tempo passar e só me questiona o que me aguarda lá fora. Ouço a porta abrir.

-Grimes! Sou o Maison, começa hoje o seu ciclo de trabalho, te designamos para horta, como trabalho inicial. Me siga para lhe mostrar o local.- diz o homem com uma voz eloquente e rouca.

Maison era um senhor de cerca de 57 anos barba e cabelos brancos, não muito alto um pouco fora de forma, ele parecia meio cansado. Levanto-me e sigo o senhor, não sei ao certo se ele trabalha para o grupo ou se é parte do grupo. Ele começa a me apresentar como são separados os legumes não enorme espaço de terra no fundo do prédio, tem várias outras pessoas trabalhando ali, vejo mulheres, adolescentes e até crianças. Vou te botar com a cenouras e batatas são os mais simples e com o tempo aprenderá sobre todos. Me dê um conjunto de ferramentas e me botou para trabalhar, depois vejo o mesmo supervisionar e anotar e planificar a produção de todo mundo ali presente, ele começa a anotar em um quadro branco paro de reparar e começo a focar no serviço, para evitar problemas. Depois de algumas horas ouço uma sirene.

-Almoço! 40 minutos!- exclama Maison fazendo todos largarem as ferramentas e fazer uma fila quase que de forma robótica.

Entro na fila e começa a observar que na saída a dois guardas, um de cada lado eles começam a cada uma das pessoas acho que provavelmente procurando ver se alguém está levando algo que pode ser usado como arma, depois de um certo tempo chega a minha vez, o Nelson está fazendo a revista.

-Ora ora! Quem eu mais queria ver, se recuperou até rápido, não se preocupe que o amor da minha vai acabar, adivinha quem é que tá aqui também? Não se preocupe, vou a revistar com cuidado amanhã, vou pedir para ir para a ala dela e ter certeza que inspecionei cada centímetro do corpo dela *risada medonha*- fala Nelson com um tom malicioso me deixando com um desconforto e raiva imensos.

- Chega a cara para que isso? Você tá aqui para revistar e eu para eu te dar apoio caso algo de errado, não viu o tamanho da fila adianta. - diz um guarda um pouco mais novo que ele aparentemente.

- Calmaaa... Eu só tô batendo um papo com meu amigo, o atualizar sobre a namoradinha gostosa dele para saber que ela está em boas mãos.- disse então sarcástico para o colega.

-E você O gato ou melhor o guardião cortou sua língua também? *risada medonha* - diz ele se aproximando do meu rosto sorrindo.

Em um minuto de impulso, soco a cara dele para que cale a boca. Como ele ousa ao menos pensar em tocar nela? Só de pensar ele encostando nela me enoja e da vontade de vomitar.

- SEU MERDINHA! AGORA VOCÊ VAI VER. - ele vem irado em minha direção na intenção de me bater também mas é interrompido pelo colega.

-Nelson para dessa, você mesmo provocou acha que o moleque tem sangue de barata?- ele disse segurando a mão dele que viria em mim.

-E você garoto! Deus sabe qual é o seu nome, mas também não me interessa, só vou deixar passar porque o Nelson abusou mas não pense que qualquer ação fica sem punição por aqui. - fala de forma rígida com uma voz levemente estridente pos adolescente.

Nelson continue irado o que faz o jovem "guardião" pedir para trocar de parceiro através de um rádio;"Joel no portão 3, solicito troca parceiro com brevidade ao local"; se passa poucos segundos e logo outro homem chega para substituir Nelson o mesmo vai aonde ele estava trabalhando.

- Dando continuidade, pode ir para o refeitório, segunda porta do corredor à esquerda.-disse o garoto que agora sei que se chama Joel.

Dou continuidade e encontro o local designado, entro na fila e encontro a frente a S/N, ela está de Costas, irei sentar com ela na mesa, vejo onde ela sentou e logo chega a minha vez, a comida de quem está em recuperação de fato é bem melhor, recebemos pão, milho e carne moída, o bastante pra sobreviver. Senti em frente a S/N, ela nota e sorri de. Forma carismática e discreta.

- Que bom que sentou aqui, sabia que viria atrás...- ela estende pegando em minha mão abaixo da mesa mas de forma que não parasse de comer.

- Sabia? - exclamei baixinho e começo a imitar tbm comendo.

- claro garoto, procurei por 4 dias o melhor lugar pra sentar no qual poderíamos conversar com cuidado, sabia que iria melhorar hoje, Samuel me contou e pelo seu Jeito sei que não resistiria e sentaria aqui. - ela fala dando um sorriso presunçoso.

Dou uma risadinha por saber que é verdade, a garota retribui, fico feliz por ela olhar o meu rosto e não fazer distinção pelo fato que agora eu eu só ter um olho e estar com a cara estourada, parece que ela não se importa com isso, parece que de fato isso não é importante para ela, segundos depois a mesma solta minha mão rapidamente ao notar um guarda se aproximando. Quando ele termina de passar ela me olha profundamente e diz:

- Me colocaram pra cuidar dos suínos, e você? - ela me olha mastigando lentamente.

-Horta! Eu planto batatas. - respondi prontamente.

Ela riu timidamente e involuntariamente sorri, derrepente ela muda o olhar e me diz:

-Sabe que eu não vim aqui só pra conversar com você né?- ela disse com um olhar meio cerrado é seguro de si.

-O que tem em mente?- perguntei já imaginando que ela tinha um plano.

-Vou te falar como vamos fugir daqui!- ela me dá um sorriso malicioso com cara de criança travessa promta para atacar

-Só me diz o que fazer!- sorrio de volta para conversar a por nosso plano em prática.

Ecos De Um Apocalipse: Encontrando O Amor Com Carl Grimes Onde histórias criam vida. Descubra agora