Luiza e Valentina nasceram na mesma cidade mineira, no mesmo dia e hora, mas seus destinos sempre se cruzaram à distância. Com sonhos distintos - Luiza, aspirante a engenheira de projetos, e Valentina, pianista em formação -, as duas frequentam a me...
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Valentina
Valentina segurou as mãos de Luiza com carinho e, olhando profundamente em seus olhos, falou com uma voz firme e cheia de emoção:
- Eu estou com você, Luiza, em todos os momentos, nos bons e nos ruins. Eu te amo com tudo o que sou. Estou aqui, agora e sempre, para te apoiar em tudo que você precisar. Logo, muito em breve, você vai sair dessa cama, e nós vamos continuar a viver os nossos sonhos juntas. Você é o meu único e grande amor, e nada vai nos separar.
- Estou com medo... - Luiza confessou, sua voz tremendo enquanto as lágrimas finalmente desciam.
Valentina apertou sua mão com carinho, sentindo o peso das palavras de Luiza em seu próprio coração.
- Eu sei, meu amor... eu sei... - a voz de Valentina também estava embargada, mas ela manteve a firmeza que sabia que Luiza precisava naquele momento.
- Mas nós vamos superar isso. Eu te amo, Luiza, e vou estar ao seu lado em cada passo desse caminho. Eu prometo.
Luiza fechou os olhos por um instante, tentando encontrar forças nas palavras de Valentina.
O medo ainda estava lá, mas a presença dela, mesmo que ainda não física, já fazia com que algo dentro de si se acalmasse.
Quando abriu os olhos novamente, Valentina estava lá, com aquele olhar que sempre lhe dava segurança, aquele olhar que dizia "estamos juntas".
- E se... - Luiza começou, mas a voz falhou. Ela temia o que o futuro poderia trazer, temia o desconhecido.
- Não precisa pensar no 'e se' agora, meu amor - Valentina interrompeu suavemente, aproximando-se mais de Luiza.
- O que importa é o agora. E agora eu estou aqui, você está aqui, e isso é o suficiente. Nós vamos vencer, juntas. - Valentina inclinou-se, beijando a testa de Luiza com delicadeza.
A lembrança de uma conversa antiga veio à tona na mente de Luiza, algo que parecia tão distante, mas que de repente fez todo sentido.
"Ania, a filha da dona Carminha, com toda sua inocência e sabedoria, um dia segurou suas mãos e de Valentina e disse:
- Olha, meninas, vocês vão passar por dificuldades. Mas o amor que vocês têm uma pela outra... é forte demais. Não deixem ninguém interferir. - A menina sorrira na época, com aquela pureza que só as crianças têm. - Vocês serão felizes um dia. Eu sinto isso".
- Lembra da Ania? - Luiza perguntou de repente, a voz mais suave, quase um sussurro.
- Claro. - Valentina sorriu, acariciando o rosto de Luiza. - Aquele dia ficou gravado em mim.
