Satoru Gojo
Todos corremos de volta ao meu quarto.
Acomodo Suguru, Nanami e Haibara no cômodo, e então puxo Sukuna para fora, até uma parte do corredor afastada o suficiente para que meus amigos não nos
ouçam. Tenho que forçar meus olhos sob a escuridão para encarar o garoto à minha frente.— O que cê foi fazer lá? — questiono, bem baixo. Estou de frente para a porta do quarto, atento a qualquer movimentação
dos garotos lá dentro.Sukuna retira algo da parte de trás da calça.
— Fui contar que te arranjei isso. — Ele estende um celular em minha direção.
Pego-o de suas mãos e o analiso. É pesado, com uma tela pequena, botões e uma antena enorme. Não parece um iPhone
ou qualquer aparelho feito nos últimos cinco anos. Na verdade, exceto pela antena, chutaria que se trata de um Blackberry.— Onde conseguiu?
— Eu não sei de tudo — responde, com uma piscadela debochada. Sukuna se apoia na parede com um dos braços, tão próximo de mim que consigo sentir o calor de seu
corpo em meio à noite fria. Então arqueia as sobrancelhas e me encara de baixo. — Não sou o único que contrabandeia celulares pra dentro do colégio. Esse aí é do Hakari — explica, como se fosse a
coisa mais óbvia do mundo.Giro o aparelho em minhas palmas. Aperto um dos botões, e a tela se acende. Ao menos está funcionando. Deixo escapar um
suspiro de alívio.— Como vocês conseguem trazer essas coisas aqui pra dentro, caralho?
Sukuna faz uma careta de desconforto, entreabrindo os lábios e cerrando os dentes.
— Você não vai querer saber.
A julgar por sua cara, talvez não queira mesmo. Então, apenas assinto com a cabeça.
— Obrigado.
Ele dá de ombros.
— Faz o que tem que fazer rápido. Preciso devolver isso pro filho da puta ainda hoje.
Assinto.
— Como tem sinal daqui?
— Funciona por satélite. — Ele dá dois toques na antena, e então a estrutura arcaica do aparelho passa a fazer sentido.
Sukuna aponta as escadas no fim do corredor. — Vai pra cobertura, lá você vai ter menos instabilidade.Assinto mais uma vez. Uma sensação gélida preenche meu estômago. Finalmente vou falar com o meu pai. Escondo o aparelho
no bolso. Puxo Sukuna de volta ao quarto e o atiro no interior junto aos outros três garotos.— Nanami, conta pro Sukuna tudo o que aconteceu desde o desaparecimento do Calvin.
— O quê? — reclama ele. — Você confia nele?
Disparo um último olhar de agradecimento ao tatuado antes de balançar a cabeça.
— O suficiente. — Viro de costas. — Volto logo.
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Durante o caminho todo até a cobertura, a gelidez em minhas entranhas se acentua. É uma mistura de euforia e nervosismo;
de ansiedade e medo. Uma parte autodepreciativa de meu cérebro me diz que isso nunca funcionará, mas tento ignorá-la.Em meu coração, estou certo de que, assim que ouvir a voz de neu pai novamente, esse pesadelo vai acabar.
Faço o mesmíssimo trajeto que Suguru me mostrou na noite em que nos beijamos e, em alguns minutos, abro a porta que leva
ao telhado. A brisa da noite me açoita, os ventos estão particularmente violentos. Meus lábios ficam ressecados e pisco
várias vezes para umedecer meus olhos.
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-» Entre neblina e desejo / Satosugu
Romance- A Academia Masters é um dos internatos mais prestigiados dos Estados Unidos. Escondido em uma ilha na costa da Flórida e cercado por muros impenetráveis, o internato recebe novas turmas anualmente. Mas, além dos alunos, abriga segredos sinistros e...