𝟭𝟲.

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𝗺𝗮𝗱𝗮𝗹𝗲𝗻𝗮 𝗯𝗿𝗶𝘁𝗼 𝗽𝗼𝗶𝗻𝘁 𝗼𝗳 𝘃𝗶𝗲𝘄.

estamos a caminho da casa do rodrigo. no seu lindo carro.

temos de lhe dar um nome. - olho para o pobre ursinho que levou com mil ganchadas para ser apanhado.
e depois olho para o loiro giro que tenho ao meu lado a conduzir.
ela olha para mim e depois para o
coitado do urso.

é menina, ou menino? - ele perguntou a fazer o pisca, e a virar depois de sair da rotunda. eu olho para onde era suposto ter um dos membros. ele não têm nem um nem outro.

acho que é os dois. mas supõe que é uma menina. - ambos rimo-nos. ela faz o som de pensar enquanto conduz que uma forma
super atraente.

carlota. - diz ele. eu arqueei as sobrancelhas. e ele ri-se.

por motivo algum? - cruzo os braços, com a carlota nas minhas pernas. ele mete uma mão no rosto e retira-a para trocar de mudanças.

pediste-me um nome de uma menina, e eu dei-te. - ele diz. super
tranquilo. eu suspirei e olho para
o espelho. oh, deus. - diz ele.
eu viro-me para ele. ele está com um sorriso no rosto. prestes a gozar comigo. reviro os olhos. não é por motivo nenhum, miúda gira. - ele coloca uma mão na minha perna.
eu troco as mudanças. e ele vira o volante enquanto carrega com o pé no acelerador. continuei sem lhe responder. não gosto quando sinto ciúmes do que não é meu, e odeio ainda mais quando não têm chance
de o ser. ele está a estacionar o carro, e a sua mão já não está na minha perna. e desliga o carro.
eu vou a sair e vejo que a porta está trancada. olho para ele.

rodrigo. - digo eu.

madalena. - diz ele. eu suspiro.

pode ser carlota, agora abre a porta. - digo eu, com o rosto avermelhado. tenho más memórias de fazer sexo no carro. quase fui violada. engoli em seco. e quando oiço o barulho dele a destrancar a porta, abro-a e respiro o mais fundo que consigo, e encho os meus pulmões com o máximo de ar possível. ele, preocupado, saí do carro e mete a sua mão suave nas minhas costas. eu fecho os olhos e sinto dificuldades a respirar.

madalena, respira. eu estou aqui. - ao ouvir a sua voz. acalmo-me. e mantenho a respiração normal.
rodrigo respira ao mesmo tempo que eu, transmitindo-me calma.  o que se passou? - ele pergunta, quando me acalmo. suspiro fundo uma última vez. e ganho forças para lhe contar. entramos em sua casa, o rodrigo faz-me um chá de camomila, entrega-me e senta-se á minha frente. e agarra na minha mão livre.

o miguel, fez-me a vida num inferno. tinhamos uma relação sexual, e para ele, sempre foi mais que isso, não me podia ver a falar com um homem, não me deixava usar a roupa que queria. não podia beber excessivamente, não podia comer excessivamente, não podia sair sem ele. num dia, eu estava com o melro, eu e o miguel tinhamos discutido nessa noite. nada de novo, naquele tipo de relacionamento. - pausa. para eu poder suspirar. rodrigo transmite que está aqui, fazendo-me festas nas mãos.
sorri levemente e ele também.
sinti-o a puxar-me por um braço, para o seu carro. sei o que estava prestes a fazer. e provavelmente o melro também. então ele partiu o vidro do carro do miguel, e conseguiu impedir o que ele estava
prestes a fazer. - ele beija-me a testa.
uma lágrima escorreu-me pelo rosto.
e ele limpa-a. desde aí, nunca mais me envolvi com ninguém. - engoli em seco, as memórias desbloquearam-se. e o meu coração está em mil pedaços. mas o rodrigo é como um penso e cola. junta todos os pedaços e une-os apenas com um simples abraço. estou a chorar demasiado, e tenho um ombro.
o meu segundo ombro favorito. depois do ombro da maria, que foi o que mais me ajudou em toda a minha jornada.

rivalidades - rodrigo mora.Onde histórias criam vida. Descubra agora