O pedido de sua alteza.

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Uma brisa mansa adentrou a sala, oscilando as cortinas e os ramos. Um silêncio adornava o cômodo e Eva não sabia por onde começar, embora estivesse ciente de que não poderia deixar essa conversa para depois. Conduziu padre Jeon até a poltrona diante a lareira, e sentou-se de frente a ele. O conde e a condessa estavam ao lado. A condessa realmente gostaria de ajudar Eva nessa missão, porém, não tinha forças, estava nervosa demais para falar. Sehun observava em silêncio, contudo, absolutamente sério e carregando uma melancolia em peito, já que sempre foi contra a ter mantido a verdade longe do filho, embora sentisse uma parcela de culpa.

Jeon estava em silêncio, em profundo silêncio, aliás. Havia algo em seu coração que estava lhe deixando ligeiramente angustiado e não compreendia, porém, se mantinha sempre na sua aura inexpressiva e tranquila. Sentia a importância daquela conversa embora não entendesse o porquê.

- Jeon, sei que minha decisão a dez anos atrás foi precipitada, mas foi necessária. - Começou ela, com calma. - O que eu tenho para lhe contar vai mudar sua vida de uma maneira inexplicável. Peço perdão por ter demorado tanto, mas meu erro é nunca calcular a passagem do tempo, quando penso que posso deixar tudo guardado em um baú de segredos, para proteger a quem mais amo de sofrimentos, esqueço que os anos passam e que a verdade não ficará guardada para sempre, e neste caso, não deveria.

O padre ouvia com atenção e sem ter intenção de interromper.

- Diga-me, padre Jeon, o que Valentim significa para você? - Perguntou ela, escolhendo bem como começaria.

Jeon não esperava aquela pergunta e achou peculiar, contudo, não era difícil de responder.

- Acredito que por alguma razão significa mais do que presumo, mas confesso que não compreendo, sinto afeto por essa jovem criança desde que a vi.

- Eu imagino, mas tem uma razão de ser assim.

- Há uma razão?

- Padre Jeon, notou algo em Valentim que tivesse semelhança com alguém?

Nesse momento o coração do padre oscilou, pensar nele ou lembrar dele lhe afetava, e de tal forma, que preferia não ter que tocar no assunto que a anos tentou evitar e guardar a sete chaves em seu coração já que a semelhança de Valentim, era dele.

- Não compreendo porque me faz essa pergunta, Eva. - Respondeu em um ligeiramente aborrecido, embora sempre na sua brandura.

Eva sabia o quanto pensar nele deixava o padre machucado e despedaçado. Obviamente compreendia que sua pergunta o levou a claramente lembrar do quanto Valentim se parecia com o rei, o que Jeon nunca comentou, mas Eva sabia que claramente a semelhança era notável para qualquer pessoa, e principalmente para Jeon, que passou anos e ainda passava a se afogar em um amor impossível. A moça era a última pessoa que desejava trazer a dor de seu menino à tona, embora soubesse que ela sempre esteve ali em seu coração, contudo, era necessário tocar no nome que Padre Jeon nunca mais Proferiu.

- Jeon, sei que você notou o quanto ele tem semelhança com sua majestade. - Falou Eva.

O padre começava a sentir o coração colidir contra seu peito, era profundamente doloroso.

- Eva, por favor.

- Mas você precisa saber que isso tem uma razão de ser. Valentim tem sim grande semelhança do rei, e não é à toa.

- E qual seria essa razão?

- Meu querido, Valentim é seu filho.

Ouvindo as palavras proferidas por Eva, o padre ergueu seus olhos confusos e incrédulos, sentindo o coração bater mais rápido dentro do peito e extremamente desnorteado.

O padre II : A coroa do rei - Jikook - 2ª tempOnde histórias criam vida. Descubra agora