Liana indagou a si mesma mentalmente;
—Ele se lembra desse dia?
A garota sempre achou que ele havia desconsiderado o acontecido. Ela não esqueceu. Nunca poderia esquecer. Todas os dias a cena se repetia em sua mente, aliás, foi seu primeiro beijo. Todas as noites que ela dormiria e os dias que acordava, a cena se repetia várias e várias vezes, o gosto dos lábios dele colados com o dela era inebriante. Seus lábios eram doces e macios.
Mas ela ignorou esses sentimentos pois achou que para ele, foi só uma diversão de adolescente. Agora, seu coração batia mais acelerado ao sentir o toque do menino em suas mãos retirando-as do algodão.—Você ainda se lembra? —Ela revirou a cabeça e franziu a testa. —Pensei que já tinha esquecido. —Questionou Liana.
—Como eu podia esquecer? Você quebrou meu nariz. Até hoje tenho a cicatriz. —Ele respondeu ao virar-se de esquerda para ela observar a cicatriz mínima em seu nariz.
Ao falar que se recordaria do dia pela razão do nariz quebrado, Liana sentiu seu coração se quebrando um pouco. No seu interior, ela se lembrava deste dia como seu primeiro beijo e não como o dia quebrou o nariz de Cinco. Ela se enfureceu por dentro mas não poderia demonstrar, sempre repeliu seus sentimentos pois tem receio de que as pessoas se aproveitem de seus sentimentos.
Liana era a pessoa mais romântica do mundo. Ela escrevia poemas sobre amor em seus livros, dançava balé se imaginando em um baile, escrevia suas músicas sobre seus sentimentos. Mas ela não deixaria nunca ninguém descobrir esse seu lado. Ninguém nunca saberia. Ela adorava a ideia de amar e ser amada mas para ela, esse sentimento era impossível ser recíproco.—Devia ter quebrado sua cara. —Respondeu Liana.
—Desse jeito eu não estaria aqui cuidando de você. Cala a boca e me dá o álcool, tá em cima da sua cabeceira. —Ordenou o menino. Em seguida, Liana elevou sua mão direita e puxou o álcool que estava próximo de sua cabeceira, praticamente ao seu lado e entregou a Cinco. Ele despejou o líquido etílico em uma pequena porção de algodão e posicionou os pés dela em seu colo, os olhando com cuidado enquanto pôs suavemente o algodão no pé da garota, que gritou de dor ao álcool entrar em contato com sua pele e o sangue.
—AÍ! tá doendo pra caralho! Por isso eu não queria colocar essa merda de álcool, dói demais! —Disse Liana gritando de dor.
—Quer que o velho ou a Grace escutem? Se quiser, grita mais alto sua maluca! —Exclamou Cinco, revirando seus olhos do pé da mesma e se inclinando para olhar ela.
Liana permaneceu calada enquanto o garoto removia o excesso de sangue de seu pé. Agora ele aplicava algumas gotas de cicatrizante no pé da mesma. Havia uma caixa de curativos próximo a cama dela que a mesma havia deixado ali na tentativa de cuidar do pé. Ele abriu a caixa e retirou um curativo cuidadosamente e aplicou no pé da mesma. Ela retirou os pés do colo do mesmo rapidamente e os colocou no chão olhando para o curativo.—Até que não tá ruim. Mas poderia ter sido melhor. —Afirmou Liana revirando sua cabeça para a visão de Cinco.
—Melhor? Melhor como? —Questionou o garoto enquanto inclinou sua cabeça para mais perto da face da garota e analisou cada mínimo detalhe de seu rosto. Seus olhos foram diretamente para os lábios dela, e os olhos dela estavam fixados nos olhos dele. Ele inclinou o rosto mais um pouco e agora a respiração dele estava em seu pescoço, e a respiração dela em sua nuca. Ele aproximou os lábios perto dos dela suavemente, os lábios se tocaram levemente, mas por um impulso, ele desviou o rosto. Ele não sabia se estava certo sobre seus sentimentos sobre ela. Ele se sentia enciumado entre as pequenas interações entre ela e Diego, adorava observar seus passos leves no balé e como seu corpo sincronizava lentamente a música, amava suas tranças emaranhadas até a cintura .
Mas estava incerto sobre seus sentimentos.
Ele acredita que não é possível conhecer o amor. Não nessa idade. A adolescência é a fase em que os hormônios estão mais aflorados devido a puberdade. Ele temia que o que sentia por ela fosse apenas impulsos hormonais. As vezes ele queria beija-lá até não suportar. Queria trancar- se com ela e fazer tudo que não devia fazer.
Mas não podia. Ele prometeu a si mesmo que não a machucaria, mas não prometeu que cumpriria a promessa.
Ele se teletransportou dali para o seu quarto, que era de frente ao dela. Ele a deixou ali confusa sobre seus sentimentos, como ela fez consigo a um ano atrás. Ela pôs as mãos no pescoço e respirou fundo, se deitou olhando para o teto.
Ela se sentia incerta sobre seus sentimentos, como ele também se sentia. Ela se questionou inúmeras vezes naquela tarde o por que ele ter feito aquilo. Mas ela não deixaria esses pensamentos a consumirem. Liana passou exatamente 1H e 2 Min repensando o mesmo pensamento; por que ele fez isto? Me deixou criando falsas esperanças e simplesmente foi embora. Por que?
Ela afastou esses pensamentos de sua mente e levantou de sua cama, indo em direção a sua cômoda. Vestiu uma de suas saias pretas com um moletom acima da cintura preto acompanhando de mangas compridas e um capuz na cabeça, que ela não usaria. Vestiu uma de seus tênis e foi em direção a porta, a abriu e a fechou atrás de si. Ela olhou para o quarto de Cinco que estava fechado e desviou a vista rapidamente. Ela foi em direção aquele mesmo corredor, onde entrou na biblioteca. Seus livros eram seu maior refúgio.
A garota pesquisou por alguns minutos mas havia lido basicamente todas aquelas prateleiras de A a Z. Até que um livro lhe chamou a sua atenção; “Titanic - 1912.”
A garota era obsecada por artefatos e acontecimentos antigos, o Titanic era um filme que fissuração a mesma. Mas sua curiosidade pelo livro despertou ali. Ela preferia os livros do que adaptações, acompanhar detalhe por detalhe é algo inspirador. Ela o pegou em suas mãos e foi diretamente para a sala, onde estavam presentes Diego no sofá esquerdo assistindo a uma partida de jogo, Alison e Luther conversando entre si , cada um em uma cadeira perto dali, e Vanya, estava lendo com bastante cautela Harry Potter e o enigma do príncipe no sofá direito.
Liana se sentou ao lado de Diego começando a ler seu livro.
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REFLECTIONS °| FIVE HARGREEVES X FEMALE OC.
FanfictionLiana Hargreeves, a número 0 da Umbrella Academy era descrita como a 'garota em chamas.' Liana era renomada desta forma pelos seus poderes habilidosos com chamas. A relação entre a número 0 e o Número Cinco era estável. Ambos partilhavam momentos ún...