- Sophie Evans, em seu diário, detalha sua vida com carinho. Um dia, suas palavras mudam de tom ao escrever sobre um garoto que se torna o amor de sua vida. A partir desse momento, suas anotações se transformam em um poema de amor, onde a rotina ced...
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Querido diário.
Hoje pela manhã, eu senti aquela mesma sensação de novo, mas como assim de novo? Sim, eu me sinto rejeitada e excluída. Meus "amigos" ou até mesmo colegas de sala me deixaram sozinha.
Todos eles tinham um amigo para fazer as duplas, eu como sempre, fiquei sem ninguém, fui até algumas pessoas que até então me "incluíam" em algumas coisinhas, adivinha? Eles já tinham duplas, mesmo assim fui atrás e de novo já estavam formadas as duplas. Rapidamente voltei ao meu lugar de certo, e fiquei esperando alguém vir me chamar para ser sua dupla, mas ninguém ousou a chegar perto de minha cadeira.
Como sempre eu ouvi aquela velha frase:" Você quer fazer sozinha mesmo? Que tal ir fazer trio com as meninas ali, daria super certo." E vi elas balançando a cabeça para a professora como um "NÃO".
Sim, seu sei que parece que estou sendo dramática, mas no fundo não é, nunca tive muitos amigos na minha vida e também não iria ser agora que eu vou ter. Na real a única coisa que me faz sentir livre da realidade ou é escrever neste diário ou desenhar.
Me sentir excluída nunca foi uma opção, me lembro como se fosse hoje que eu pedia todas as noites para ser amigos de verdade, aqueles que aconselham e realmente torçam por você.
Eu acho que se sentir rejeitada pelos seus colegas ou até mesmo por algumas pessoas da sua família é horrível, se duvidar nem meus primos gostam de mim, e eu estou nem aí.
Quando eu vejo que eu estou sozinha e sem ninguém, eu lembro de uma vez que minha mãe levou eu e meu irmão para brincar no parque à tarde, e óbvio que meu irmão foi brincar e me deixou sozinha. Então eu vi um grupinho de meninas brincando e logo fui falar com elas, perguntei se podia brincar, mas a resposta que eu recebi não foi nada agradável.
"Não, sai daqui sua feia, ninguém quer brincar com você nem na escola, não chegue mais perto da gente nunca mais"
"Você é tão chata que nem o seu irmão quis brincar com você"
"Você achou mesmo que a gente queria brincar com você? Você deveria ficar sozinha que é isso que você merece"
"Você nunca vai ter amigos de tão esquisito que é, bobalhona"
"Sua voz é ridícula, então é óbvio que a gente não ia brincar com você. Quem quer brincar com o menina da voz feia?"
"HAHAHAHAHA"
Na real, eu ainda lembro de cada palavra, cada risada, eu lembro de tudo, lembro de todo o bullying que eu recebi.
No geral elas nunca pararam de fazer brincadeiras do tipo, e talvez elas estejam certas.
Eu entrei tantas coisas que me disseram na minha vida, diário, muitas delas foram o bullying.
Mas o que bullying tem a ver com ser excluído, na verdade, para mim tem tudo a ver, através do bullying muitas pessoas que iam se aproximando de mim se afastavam e se tornavam aquelas que faziam um.
Bom, voltando para o meu dia, Eu acho que eu sai um pouco do contexto do que eu estava escrevendo aqui para você.
Então depois de toda essa situação, a aula acabou, e assim eu voltei para casa, mas sempre tem alguma coisa de ruim.
Cheguei em casa e fui fazer minhas coisas (tomar banho), assim que terminei, fui vestir uma roupa confortável, e comecei a fazer minhas tarefas.
É diário, eu não fui almoçar, eu não estava com fome e nem tenho vontade de comer.
Mas sério logo de manhã uma gritaria, era óbvio, era minha mãe.
Depois que eu fiz os meus 6 anos minha mãe começou a me tratar com indiferença, meu irmão mais velho que eu dois anos, era o filho preferido, eu só queria atenção dela um pouco, mas tudo se voltava para ele.
Quando eu insistir um pouquinho pela sua atenção, minha mãe brigava e muito, eu não sabia o que estava acontecendo e não tinha ideia.
Ela falava que eu era isso insuportável, chata, mimada e entre outras coisas, através disso eu comecei a falar menos com ela.
Meu irmão, como preferido ela é mimado e tinha tudo que ele queria, mas como ele havia prometido quando eu apenas tinha 4 anos e ele 6 anos.
"Eu sempre vou te proteger independente de tudo, se a mamãe brigar eu vou estar lá para te proteger. Se caso um dia eu mudar meu jeito e não te proteger mais, por favor, se proteja sozinha"
"Eu sempre vou estar aqui para você mesmo com tudo o que aconteça"
Eu lembrava de alguma das coisas que ele falava e agora com 17 e 19 anos ele nunca parou de me proteger.
Mas voltando, mamãe estava gritando demais eu apenas desce as escadas e escutei ela me chamando de inútil.
Ela estava brava com o trabalho e apenas estava descontando em mim.
Meu irmão não estava em casa, então não teve como ele falar para ela parar e ela apenas escutar, ela sempre escuta ele, mas não eu.
Ela estava brigando, então apenas falei:"Mãe, se acalme, por favor". Mas isso faz com que ela me chamasse de inútil entre outras coisas ruins.
Às vezes diário, eu penso o quão longe a minha mentalidade e quão curta minha vida vai ser, com tudo isso não tem como eu pensar em viver agora, não agora.
Eu acho diário que é só o começo de muitas e muitas coisas que tem por vir.
É só o começo das minhas histórias. Você só sabe da metade e e se duvidar isso é só o começo.
Eu não sei como vai ser o dia de amanhã, mas se hoje já foi difícil imagine amanhã.
Às vezes eu começo a desenhar para fugir de tudo, mas isso atormenta tanto a minha mente que eu não consigo fugir.
Como eu vou fugir e me esconder de alguma coisa que é dentro de mim.
