Em Segredo

Má mentirosa

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Tinha se passada uma semana desde aquela noite no bar.

    Infelizmente, a luta não tinha durado o suficiente para Sabrina reparar se era mesmo Mariano ou não - não que isso lhe importasse, Mariano era uma história bem resolvida - mas ainda assim, estava curiosa com o porquê de ele e Omar estarem a lutar - e se a polícia não tivesse chegado tão rápido, ela saberia - tudo que lhe restava fazer, era perguntar.

Omar claramente não daria abertura para isso - ele tinha deixado muito claro na semana anterior - e de qualquer forma, ela estava chateada com ele.

Estava a passar os corredores, tinha que entregar uns documentos ao escritório dele.

    Felizmente, podia apenas deixar tudo nas mãos de Millie, que ela depois entregaria para Omar, ela agradecia ao céus que não estava para ficar nas terras da Kianda por muito mais tempo - Kianda é a sereia, deusa da águas no folclore Kimbundo - tinha sido aceite na vaga do escritório da AngoOils na Suíça e planeava mudar-se dentro de um ano.

O que seria um ano com Omar quando depois nunca mais iria vê-lo?

Chegou a secretária de Millie e estava vazia.

Ela espreitou para a vidraça fumada do escritório de Omar para ver se ela estava dentro do escritório. Ela via umas sombras mexendo-se de forma muito estranha e chegou a uma dedução.

Ele estava pegando a sua secretária - era típico de homens como o Omar, Sabrina já tinha lido umas centenas de livros assim no Wattpad.

Movida pelos seus sentimentos confusos - que ela se recusava a desvendar, ela abriu a porta.

- Arrah - disse veemente.

Mas, essa veemência durou apenas o suficiente para a vergonha entrar.

Ele estava sozinho em seu escritório ajeitando a gravata de costas para a porta. Ela podia jurar que havia alguém com ele lá dentro - não tinha ouvido nada mas, um homem com a experiência de Omar, sabia o suficiente para silenciar uma mulher.

Seus lábios se contorceram em um sorriso constrangido.

Por quê? Por quê? Por quê? - murmurava para si mesma.

Ele olhou para ela, inclinando ligeiramente o rosto, com a face por barbear parecendo excecionalmente atraente naquela manhã e curvou os lábios em um sorriso, não era um sorriso irónico, muito menos zombeteiro, era apenas um sorriso.

- Não vais dizer nada? - perguntou ele olhando para ela.

Ela sentiu a sua voz falhar por um segundo. Então engoliu em seco e respondeu:

- Peço desculpas, confundi com o escritório da Doutora Barbosa.

O sorriso no rosto dele alargou-se.

- E por que dirias "arrha" ao entrar no escritório da Doutora Barbosa?

Ela apertou os lábios com mais força.

- É uma piada pessoal, entre nós as duas - retrucou, mentindo.

- Ah, é ? - disse ele em descrença - que eu saiba a Doutora Barbosa não tem piadas pessoais com ninguém.

- Eu não sou ninguém - rebateu, mas sem vivacidade na voz.

- Mas sem dúvidas és uma má mentirosa.