11 - Somewhere I belong

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|| Dedico esse capitulo a @emanueledou  . Feliz aniversário <3 ||


"Eu quero me curar, eu quero sentir o que achei que nunca fosse real. Eu quero acabar com a dor que guardei por tanto tempo, apagar a dor até que ela desapareça. Eu quero me curar, eu quero sentir como se eu estivesse próximo de encontrar algo real. Eu quero encontrar algo que sempre quis, algum lugar ao qual eu pertença."

— Somewhere I Belong - Linkin Park


As manhãs de sábado em Hogwarts eram mais monótonas depois de uma festa; os alunos não precisavam acordar cedo e não corriam para compromissos. Grande parte deles ainda estavam em seus quartos ou estavam atrás de qualquer poção forte para ressaca. Os mais fracos eram levados para a enfermaria, os outros jogavam-se no sofá da sala comunal e lançavam feitiços silenciadores nos primeiranistas que estavam agitados, como sempre.

Ouviam-se burburinhos que aconteceria mais uma reunião daquelas no Três Vassouras e que as bebidas já estavam sendo separadas, uma vez que Sirona não vendia nada realmente forte para alunos menores de idade. Porém, nem todos estavam com toda aquela animação para mais um dia festeiro.

Alguns quartos ainda estavam para lá de silenciosos. Os mesmos vitrais abaulados do teto que deixaram com que a lua iluminasse levemente o quarto durante a noite, deixaram com que o sol o banhasse em uma miríade de cores ao amanhecer. Scarlett despertou vagarosamente. Seus ouvidos começaram a captar os barulhos do lado de fora, os passos dos alunos, o som de tecido se movendo, o crepitar do aquecedor e um bum ritmado. Respirou profundamente e abriu seus olhos, deparando-se com a parede com bandeiras e pôsteres de times de quadribol que não eram de seu quarto, nem mesmo do lado de Imelda.

Seus olhos se arregalaram de uma vez e seu coração subiu para a garganta.

Ela estava deitada no peito de Sebastian Sallow. Sua perna sobre o corpo dele, o braço dele a cercando e os dois dormindo. Juntos. Eles dormiram juntos. E aquele bum ritmado era nada mais, nada menos do que o coração dele batendo, calmo e constante debaixo dela. Scarlett o empurrou da cama de uma só vez, com muito mais força do que achou que teria. O barulho do corpo de Sebastian no chão foi oco e a cabeça dela doeu em uma forte pontada pelo movimento que fizera. Ela se sentou rápido demais e isso fez sua cabeça girar.

— Ai, merda! Que diabos foi isso?! — Ele grunhiu em dor, rolou no chão e esfregou o braço. Apoiou-se na madeira da cama para sentar-se, seu cotovelo tinha uma dor aguda que irradiava e seu braço bom estava dormente demais, formigando do ombro até a ponta dos dedos. — Porra! Qual o seu problema? Não precisa me jogar no chão!

Sebastian se encolheu para esfregar o braço machucado com mais força como se isso fosse afastar a dor.

— O meu problema? Qual é o SEU problema?! — Scarlett quase gritou e se arrependeu instantaneamente de fazê-lo. Sentia seu coração bater tão forte que doía, mas não tanto quanto doía sua cabeça. Ela agarrou os cabelos bagunçados e se encolheu, sentada. — Por que minha cabeça tá doendo tanto?

— A pergunta correta seria: qual o problema de vocês? — Ominis disse, do outro lado do quarto.

Os dois erguerem o olhar em um susto, encontrando o amigo já desperto e muito bem-vestido, recostado na parede ao lado de Apollo, sua coruja, enquanto alisava a plumagem cinza como seus olhos.

— Eu sabia que tinha mais alguém aqui, mas não esperava que fosse você, Scarlett. — Ominis não estava raivoso, mas, definitivamente, não estava contente. — O que você tá fazendo aqui?

Escarlate | Sebastian SallowOnde histórias criam vida. Descubra agora