Telepatia

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ISABELLA MARTINI

1 semana passou voando, e junto a ela vários e vários problemas. Já que Olivier havia vindo para o Brasil e aceitado ficar com Connor, e sem pensar duas vezes, cá estou eu na China.

Bom, quando se tem vontade, e oportunidade, o caminho óbvio é fazer.
Liam ficou extremamente feliz com minha decisão, e pela primeira vez depois de muito tempo, eu poderia dar uma de comentarista junto a meu pai.
Ao chegar no aeroporto, meu pai me manda mensagem dizendo que não poderia ir me buscar, já que tinha ficado de assinar uma papelada na redbull. E por se tratar de outro idioma eu estava completamente perdida.
Caminhava sem rumo algum no aeroporto enorme, onde algumas crianças acenavam para mim e algumas mulheres pediam fotos. Alguns olhares indecifráveis me acompanhavam a cada passo dado.

De longe meus olhos encontram com dois pares de olhos familiares, que pareciam estar ali a um tempo me olhando andar de um lado para o outro.

— Oque faz aqui?— Vou caminhando até Carlos que cruza os braços e continua olhando fixo para o portão de onde eu vim.

— Meu pai está vindo. Vim buscar ele.—Ele sequer olha para mim, e eu dou de ombros.— Quem vem?

— Liam?— digo em tom de deboche.

— Não, ele não vem.— Seu sorriso de canto me incomoda.

— Como não?— Chego perto dele, e ao olhar para a mesma direção que ele, vejo seu pai sorridente vindo de braços abertos até nos.

Padre!— Um sorriso lindo se abre nos lábios do espanhol ao ouvir seu filho, e fazer o mesmo.

Eles se abraçam, e seus olhos se voltam a mim.

— Isa querida! Como você está? Bela como sempre hã?— O senhor vem até mim sorridente e me dá um abraço forte.

— Estou ótima, obrigado por perguntar! E o senhor então? Está ótimo!— Abro um sorriso simpático, e ele oscila seu olhar entre nós dois.

— Não havia visto os dois juntos ainda, devo admitir, nunca pensei nessa combinação, mas caramba, ficam tão bem juntos!— Ele dá dois tapinhas no rosto do filho e sorri abundante para mim.— Você pelo menos tem o rosto mais verdadeiro que a outra.

— Pai.— Sainz o reprime.

— Não é óbvio? Não sabíamos se Rebecca estava sorrindo verdadeiramente ou se era a quantidade de plásticas em seu rosto que davam a falsa sensação de felicidade?— Ele ri rouco me tirando um risada baixa.— Agora Isabela! Isabella tem as maçãs rosadas, sardas hermosas, olhos lindos como duas bolas de cristal, e que eu sabia não tem nada em seu rosto.

— Exato, nada, nada.— Balanço a cabeça alegremente.

— Tá bom, agora vamos.— Sainz dá duas batidas de leve nas costas do pai e sai caminhado lentamente, e o senhor logo o acompanha, enquanto eu fico parada os observando.

Porém Sainz para e se vira para mim, deixando seu pai caminhado a frente.
Ele me olha engraçado e eu dou de ombros sem entender.
Ele volta caminhando rápido e segura em meu braço e me puxa junto a ele, quase não dando tempo para que eu puxasse minha mala.

Ao me aproximar dele e enfim conseguir acompanhar seu passo ele alivia meu braço descendo a mão de forma carinhosa e devagar até entrelaçar nossas mãos e enfim passarmos pelo portão e irmos caminhando até o carro.

— A senhorita vai na frente.— Carlos Sainz abre a porta do banco de trás e me olha engraçado, vendo minha confusão.

— Faço questão que o senhor vá, é mais confortável.— Digo e ele ri.

— Quem é a esposa do meu filho aqui sou eu, ou é você?— Ele faz um pausa rápida.— Entre logo aí!

Sua risada invade o ambiente, e o soar da palavra "esposa" me deixa sem graça, sentindo minha bochechas queimarem, mas não dá forma que eu gostaria que fosse, já que aquilo tudo não passava de uma grande mentira e a qualquer momento nós poderíamos "terminar".

Entro no carro, e Sainz ao terminar de ajudar o rapaz da portaria a por as malas no porta malas, abre a porta do outro lado e não demorou para que já estivéssemos saindo dali.

— Ainda não me contaram como isso aconteceu, até pouco tempo atrás era perceptível que se "odiavam" ou coisa parecida.— O senhor se posiciona entre os bancos.

— Bom onde a ódio a amor e vice versa pai.— Carlos dá a volta na rotatória.

— Foi tão só nada que quando percebi já estávamos juntos.— Digo e o senhor atrás de mim esfrega o queixo analisando o filho sério olhando para a estrada.

— Isso não esta me convencendo.— Ele encosta as costas no banco de trás e puxa o celular.— Porque não me contam a verdade.

— Como assim?— Me viro para olhar para ele.

— Impossível terem se gostado tão rápido assim, e a briga com Liam? Você é uma moça um tanto quanto difícil Isa, é meu filho é no mesmo nível, porém seu gosto é péssimo.— Ele me encara tirando cada ponto do meu rosto e fazendo suas analises.

— Carlos.— Olho para Sainz que me olha de volta e da de ombros. Quase falando "se vira", e eu o lanço um olhar nada amigável oq o faz revirar os olhos.

— Pai é o seguinte, eu entendo que o senhor acha que eu não teria capacidade alguma de conquistar uma mulher como ela, ou até mesmo escolhido ela.— Seus olhos pediam socorro para os meus, porém eu tentava transparecer o máximo de verdade possível.— Quando aconteceu, ainda estava com a Rebecca. Percebi que não fazia sentido continuar com alguém sem amar, então ela terminou comigo, e no dia seguinte sai com Lando e acabou que eu e Isa nos conhecemos melhor.— O pai olhou para ele curioso, e logo depois olhou para mim.

— Mas como? Ela não o odiava? Você e Liam... Eu não consigo entender.— Ao olhar para mim eu olho para Sainz que me olhava engraçado, seus olhos pareciam brilhar, porém ao perceber que eu o encarava ele volta sua visão para a pista.

— Bom, como eu posso lhe explicar... Liam havia feito um acordo comigo de não me meter mais em seus problemas, porém é difícil, minha cabeça sempre está em modo de defesa ainda mais quando o assunto é meu irmão, mas eu entendi procurei entender pelo menos. E então parei de ligar para a briguinha que eles tinham, eles se acertaram, Carlos começou a frequentar minha casa como amigo de Liam junto a Lando, e entre essas idas eu comecei a vê-lo de forma diferente, e então quando eu tive oportunidade, nos já estávamos juntos, e só vim entender oque realmente sentia quando saímos juntos pela primeira vez...— Meus olhos tentavam expressar o máximo de amor possível, mesmo eu sabendo que não sentia aquilo, pelo menos eu estava tentando fingir que não.— E então quando fomos para minha casa a gente conversou e acertamos oque sentíamos um pelo o outro, é exatamente o que ele disse, afinal foi o que eu disse, onde se a ódio também à amor.

— Ainda é um pouco difícil assimilar isso.— O senhor arruma seus cabelos e olha para o filho que sorria para mim enquanto eu sorria de volta para ele.— Mas pelo o que estou percebendo, vocês realmente se merecem, são diferentes um do outro mas ainda sim se completam, parecem até ter algo em comum, se conectam... Isso é engraçado.

Damos risada e voltamos as conversas normais, como a última corrida, carros, minha família e fim de semana.

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⏰ Última atualização: Sep 04 ⏰

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At Hing Speed- Carlos SainzOnde histórias criam vida. Descubra agora