Capítulo 04: Finalmente, Paris.

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Uma semana havia passado. A empresa de Billie estava a um passo do reconhecimento internacional, com o evento em Paris se aproximando rapidamente. Era o momento pelo qual ela tanto trabalhou, onde sua visão finalmente se tornaria realidade. Mas, como sempre, nada seria simples. Não quando Charli estava envolvida.

Billie estava se preparando para a viagem, revisando mentalmente os detalhes. Sabia que cada movimento contava, cada decisão poderia ser a diferença entre sucesso e fracasso. Mas Charli, como sempre, vinha para desestabilizar.

— Então, qual é a desculpa dessa vez? — Billie perguntou, sem sequer levantar o olhar de seu tablet enquanto Charli se aproximava.

Charli, com um sorriso malicioso nos lábios, deixou que sua voz carregasse a doçura da provocação

— Desculpa? Não seja tão fria, Billie. — Ela se inclinou contra a mesa, a presença dela impossível de ignorar. — Só pensei que seria divertido acompanhá-la nessa viagem. Afinal, sou parte fundamental desse evento, não?

Billie não precisava disso. Estava cansada, exausta pelas longas noites de trabalho, e a última coisa que desejava era lidar com as constantes provocações de Charli. Mas conhecia Charli o suficiente para saber que, quando ela queria algo, não havia como escapar.

— Divertido, hein? — Billie murmurou com desdém, finalmente levantando os olhos para encarar Charli, cujos lábios se curvaram em um sorriso predatório.

— Claro. Quem mais poderia garantir que as roupas estejam perfeitas? — Charli retrucou, sua voz soando leve, mas seus olhos brilhosos revelavam algo mais profundo.

Billie suspirou, sabendo que já havia perdido antes mesmo de a discussão começar. — Faça o que quiser — disse ela, tentando esconder a irritação, mas Charli notou.

Com um brilho de triunfo nos olhos, Charli deu uma piscadela. — Sabia que você ia concordar.

A estrada até o aeroporto era um silêncio tenso, carregado de uma energia que Billie tentava ignorar. Ao seu lado, Charli não demonstrava o menor desconforto. Pelo contrário, ela parecia se divertir com o ar pesado. Billie, por sua vez, estava focada na estrada, seus dedos firmes no volante, o motor rugindo debaixo de suas mãos. A velocidade sempre fora sua válvula de escape, o controle sobre o carro a lembrava de seu poder. Mas, ao seu lado, Charli era um lembrete constante de que nem tudo era controlável.

— Está ficando um pouco quente aqui, não acha? — Charli comentou, com um tom quase inocente que Billie sabia que não era nada disso.

Billie não respondeu, mantendo seus olhos na estrada, mas sentiu o corpo de Charli se mexer ao lado. A estilista começou a tirar a blusa preta de mangas compridas com a facilidade de quem já sabia exatamente o efeito que isso teria. E, para aumentar a provocação, estava sem sutiã.

Billie notou, mas não deixou transparecer. Continuou dirigindo, mantendo o controle. Charli era um jogo, e Billie sabia que, para vencer, precisava não reagir. Mesmo assim, a presença dela era inegável, e o ambiente do carro, sufocante.

— Muito melhor. — Charli suspirou, como se tivesse se livrado de um fardo.

Billie apertou um pouco mais o volante, mas manteve o rosto impassível. Controlada, fria, intocável.

Quando chegaram ao aeroporto e, em seguida, a Paris, a cidade as recebeu com o brilho de suas luzes e o ar de antecipação. Para Billie, tudo era uma questão de negócios. Cada detalhe do evento de moda tinha que ser impecável, desde as roupas até os modelos. Sua empresa estava à beira de um reconhecimento global, e nada poderia dar errado.

Nos bastidores do evento, o caos já havia começado. Modelos se apressavam de um lado para o outro, assistentes ajustavam cada peça, e Charli, claro, estava no centro de tudo. Seu olhar afiado e sua língua afiada pareciam cortar o ar com cada comentário sobre os ajustes.

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