Murilo, um talentoso escultor e cozinheiro, vive uma vida isolada no interior, mergulhado em suas criações e afastado de relacionamentos. Por outro lado, Electra é uma romântica incurável que, após ser traída no dia do seu aniversário, decide dar um...
E quinze anos haviam se passado desde aquela noite fatídica em que eu, com o coração partido, havia deixado Murilo. A vida me levou por caminhos tortuosos, mas o que sentia por ele nunca mudou. A descoberta da minha gravidez havia sido um choque, mas também uma benção.
A pequena Diana, fruto de meu amor com Murilo, era a razão de minha existência. A maternidade havia me transformado em outro ser humano. As noites mal dormidas, as fraldas e as mamadeiras haviam ocupado o lugar da dor e do arrependimento. A pequena Diana, com seus olhos brilhantes e seu sorriso contagiante, era a minha maior alegria. Mas a culpa por ter abandonado Murilo ainda me assombrava. Com o passar dos anos, eu sempre me dediquei à criação de Diana. Trabalhava como secretária em uma empresa, buscando garantir o futuro da minha filha. No entanto, a rotina frenética daquele trabalho a afastava cada vez mais de Diana.
Minha filha, por sua vez, crescia independente e inteligente, mas percebia que ela sentia falta da minha presença. Diana tinha 15 anos e já começava a questionar a ausência do pai em sua vida. Eu sempre tentava explicar da melhor forma possível, mas a verdade era dolorosa demais. A menina, com sua sensibilidade aguçada, percebia a tristeza em meus olhos e a ausência de um amor completo em sua vida.
Um dia, enquanto organizava os papéis em meu escritório, encontrei a carta da minha avó que me fez mudar as coisas em minha vida. E ao abrir a carta, uma onda de emoções a invadiu. As lembranças daquele amor intenso me fizeram chorar. Naquele momento, eu sentia que precisava contar a verdade para a Diana, mas também não queria magoá-la.
Sabia que seria difícil, mas era a única forma de curar as feridas do passado. Naquela noite, enquanto preparava o jantar, eu me sentei ao lado do Diana e comecei a conversar. – “Eu sei que você sempre teve essa dúvida sobre seu pai, a única coisa que posso dizer é que ele é incrível, ele foi o verdadeiro amor da minha vida, e se ele te conhecesse ele ia amar você com todo amor do mundo, só que eu não sei onde ele está agora.”- falei com meus olhos se enchendo de lágrimas.
Diana me ouvia atentamente, os olhos fixos nos em mim . Quando terminei de contar a história, ela me abraçou com força.
– “Mãe, eu te amo muito. Não importa o que aconteceu, o importante é que estamos juntas agora.”- disse Diana, com a voz embargada.
Eu retribuí o seu abraço, sentindo um alívio imenso. Finalmente, havia compartilhado sobre o Murilo depois de anos tentando não falar sobre. E se eu o encontrasse novamente eu tentaria explicar tudo pra ele.
Diana e Electra Mancini 15 anos.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
