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Hyunjin se perguntava em que ponto a vida se tornou tão ridícula ao ponto de ter que roubar flores para pôr no túmulo de sua mãe.

Hyunjin se perguntava em que ponto a vida se tornou tão ridícula ao ponto de ter que se tornar um ladrão, algo que sua mãe orava para que ele não fosse, sua mãe desejava um bom filho, mas agora ela estava enterrada e ele sequer podia cumprir suas promessas.

Ele era a maldade, até mesmo no mal havia bem, mas nele havia apenas remorso e escuridão.

— Já faz tanto tempo. — Hyun sorriu, com uma pequena flor azul-roxa nas mãos. — Eu espero que você esteja bem, onde quer que esteja. — ele passou as mãos pela suja lápide e leu o curto epitáfio. — Talvez eu pudesse ter feito algo. E-eu sinto tanto, roubando flores para colocar em um vaso. — ele não soube quando começou a chorar, Hyunjin não percebeu. — Eu sou algo que você orava para que eu não fosse, e-eu roubei uma flor, mãe, por favor. — Hyun sorriu fraco. — Trarei boas flores mês que vem, — suspirou — elas não serão roubadas.

Um rapaz coberto por tatuagens parou dois túmulos à frente do de sua mãe, agachou-se e contou quantas flores havia naquele pequeno vaso. O braço tatuado estendeu-se e agarrou uma pequena sujeira que cobria uma foto velha e desgastada.

Hyunjin sorriu vendo o rapaz tatuado esfregar a simples lápide de pedra, tomando cuidado com o que havia ali. Ele se ajoelhou e deixou um pequeno beijo na suja pedra, antes de perceber dois olhos amendoados e escuros o encarando.

Hyun desviou seu olhar e sorriu tímido quando o baixo homem de cabelos pretos trilhou caminho para sua direção. Ele estava se sentindo tímido? Hyunjin tocou suas bochechas que queimavam pelo olhar afiado.

— O que ela era sua?

O Hwang respondeu baixo, sem ter coragem para encarar aqueles belos olhos. — Minha mãe.

Ele assentiu enquanto mantinha o olhar baixo e solitário. — Como ela morreu?

— Tenho certeza que foi de desgosto.

— Tenho certeza que não foi de desgosto. Como ela morreu?

Ele era a bondade, até mesmo no bem havia mal, mas nele havia apenas carinho e amor.

Hyunjin sorriu suave e manchou seus jeans com a terra molhada recém mexida. — Ela morreu atropelada, em um sábado, na contramão. Eu havia dito a ela que a odiava e que não ligaria caso ela morresse.

O tatuado fechou os olhos e agarrou a pequena flor pelo cabo. — E você se arrepende, não é?

Hwang tocou a lápide. — Eu não poderia me arrepender mais. E você? Quem veio ver?

— Minha avó, ela faleceu há pouco tempo. E-eu ainda não me acostumei a não encontrá-la em casa. — o rapaz de cabelos pretos sussurrou como um segredo. — É tão estranho perder alguém que amamos.

O mais alto sorriu entre uma só lágrima. — Eu também não consigo me acostumar, mas já faz um bom tempo.

— Talvez a vida seja perder tudo. — deu de ombros. — Você roubou a flor, não é?

— C-como você sabe?

Quando sorriu duas covinhas hipnotizantes surgiram em seu rosto, que antes era inexpressivo. — É a mesma flor que está no vaso da minha avó, e está faltando uma.

Hyunjin observou seu braço tatuado e a pele arrepiada. — Você está com frio? Oh, claro que sim. Está tão frio e você está apenas com uma blusa fina.

Ele sorriu pela segunda vez. — Você não é uma má pessoa. Você disse à sua mãe que é uma má pessoa, mas eu só consigo enxergar bondade no seu coração. — o encantador rapaz se sentou na grama coberta por uma ligeira neve. — Talvez haja bondade até mesmo em que se diz ruim. — tocou seu coração. — Oh Deus.

yin & yang - hyunINOnde histórias criam vida. Descubra agora