revelações em família

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Valentina entrou em casa com um sorriso que não conseguia disfarçar. Seus passos eram leves, quase flutuando, e qualquer um que a conhecesse bem perceberia que algo especial havia acontecido. O pai dela, sentado no sofá com uma xícara de café, levantou o olhar do jornal assim que ouviu o barulho da porta se fechando.

— O que houve, filha? — ele perguntou com uma sobrancelha arqueada, notando a expressão radiante no rosto dela. — Você está com uma cara de quem ganhou na loteria.

Valentina riu, sentindo o calor subir até suas bochechas. Ela largou a bolsa sobre a mesa e se aproximou do pai, sentando-se ao lado dele no sofá.

— Não ganhei na loteria, mas é quase isso — ela disse, olhando para ele com aquele brilho nos olhos que só quem está apaixonado exibe. — O nome dessa felicidade toda é Luiza Campos.

O pai de Valentina franziu o cenho por um instante, tentando reconhecer o nome, mas logo um sorriso compreensivo apareceu no rosto dele.

— Luiza Campos? — ele repetiu, como se quisesse confirmar que não estava imaginando. — E quem é ela que te deixou assim, com esse sorriso que não sai do rosto?

Valentina respirou fundo, sabendo que, com o pai, poderia ser completamente honesta. Ela se ajeitou no sofá, virando-se para ele.

— Pai, ela... Ela é alguém que tem mexido muito comigo. Não sei explicar, mas estar perto dela me faz sentir coisas que eu nem sabia que podia sentir. É como se tudo fizesse sentido quando estou com ela. Ela é diferente, sabe? — A voz dela saiu tranquila, como quem estava descobrindo um novo mundo de emoções.

O pai dela escutava atentamente, cada palavra dela trazia uma nova camada de entendimento. Ele sabia que Valentina era uma mulher forte e independente, e vê-la falar assim de alguém era algo raro.

— E ela te faz bem, pelo jeito — ele comentou, um sorriso orgulhoso brincando nos lábios.

Valentina assentiu, o sorriso ainda maior.

— Muito. Mais do que eu podia imaginar.

Antes que a conversa pudesse continuar, Igor entrou na sala, com sua típica energia curiosa. Ele parou ao ver o clima entre o pai e a irmã, e logo percebeu que tinha perdido alguma coisa.

— O que é que eu não posso saber? — ele perguntou, com um sorriso provocador, cruzando os braços enquanto olhava para Valentina.

— Nada — respondeu Valentina, já antecipando que o irmão não iria deixar o assunto morrer.

Igor se jogou na poltrona ao lado deles, encarando a irmã com um olhar insistente.

— Ah, qual é, Val. Eu conheço essa cara. Você não vai conseguir esconder de mim — ele disse, e Valentina suspirou. Depois de tanto insistir, ela cedeu.

— Tá bom, tá bom... — ela começou, revirando os olhos e depois soltando um sorriso. — Eu estive com Luiza hoje. A gente se encontrou, e as coisas foram... intensas.

Igor arqueou uma sobrancelha, agora muito mais interessado.

— Intensas? Como assim? — ele perguntou, inclinando-se para frente, claramente se divertindo com o mistério.

Valentina, percebendo que já tinha ido longe demais para voltar atrás, soltou um riso nervoso e decidiu contar.

— Bom, você sabe que eu e ela estávamos nos conhecendo melhor, né? A gente foi dar uma volta de balão de ar quente, e... aconteceu. — Valentina parou por um segundo, a lembrança do beijo ainda fresca na mente. — Eu finalmente beijei a Luiza. Foi quente, intenso, e tudo que eu nem sabia que precisava. Só que agora... tudo isso tá mexendo muito comigo.

Igor abriu um sorriso largo, visivelmente satisfeito com a revelação.

— Ah, então você finalmente está apaixonada, Val? Pela Luiza? — ele tirou onda, rindo. — Sério, nunca achei que veria isso. A "durona" Valentina apaixonada. Isso sim é uma novidade.

Valentina deu um empurrão brincalhão no ombro do irmão, rindo.

— Ah, cala a boca, Igor! Não é bem assim.

— Não é? — ele respondeu, provocando. — Você tá sorrindo de orelha a orelha só de falar o nome dela. Isso é praticamente a definição de estar apaixonada.

O pai deles observava a cena com um olhar terno, satisfeito em ver os dois irmãos brincando e, ao mesmo tempo, sabendo que Valentina estava feliz.

— Se é amor ou não, o importante é que você está bem, Val. — Ele colocou a mão no ombro da filha, com um sorriso afetuoso. — E se a Luiza está te fazendo feliz, então já é uma grande coisa.

Valentina sorriu, grata pelo apoio do pai e pela forma leve como ele e Igor estavam lidando com a situação.

Dança das EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora