Erick sugeriu que eu fosse até a casa dele para poder me acostumar com Luna e finalmente perder o medo de gatos,eu aceitei o convite de Erick e fui até a casa dele, um pouco nervosa, mas também animada para enfrentar o desafio de se acostumar com a Luna. Quando cheguei, ele me recebeu com um sorriso e me apresentou à sua gata, que estava deitada confortavelmente no sofá.Luna me observou com curiosidade, seus olhos verdes brilhando de forma inquisitiva.
—Se aproxime devagar.
Segui seu conselho, tentando não fazer movientos bruscos,embora estava morrendo de medo. Quando cheguei um pouco mais perto Luna cheirou as minhas mãos parecendo mais à vontade,ela percebeu que eu não era uma ameaça e começou ronronar e se esfregar nas minhas pernas então me abaixei para acariciá-la, e por incrível que possa parecer perdi o medo de gatos.
—Eu te disse que ela é adorável.
—É mesmo,respondi enquanto acariciava a gata.
—Oi pessoal,Milena diz animada.
—Oi,veio falar sobre seu novo par romântico?Respondi com ironia.
—Sim,mas você não estava em casa,então resolvi te procurar aqui.
—Quem é o sortudo?Erick pergunta.
—Seu amigo Victor.
—Está com cara de apaixonada, respondi.
—Estou até pensando no nome dos filhos.
—Não coloca Erick.
—Eu não seria nem louca.
—Qual o problema de vocês comigo?Erick pergunta fingindo estar bravo.
—Todo mundo sabe como você era quando criança,respondi.
—Em minha defesa eu mudei.
—Algumas coisas nunca mudam,por exemplo a implicância de vocês,Milena fala olhando para nós dois.
—Se você passasse mais tempo com ele entenderia,respondi.
—Não sei não,eu acho que quando tem implicância tem amor.
—Claro somos amigos,respondi me sentando no sofá.
—Vocês sabem que agora é moda melhores amigos namorar né?
—Deus me livre namorar com ela,Erick responde.
—Se você me ver agarrada com o Erick separa que ele está apanhando.
—Vocês sabem que eu sou a maior shipper de Ayrick.
—Fala a verdade foi você quem criou esse shipper?Respondi desconfiada.
——Pode ser, admitiu Milena com um sorriso travesso. — Mas, olha, eu só estou dizendo o que todo mundo já percebeu. Vocês têm uma química incrível, mesmo que se zoem o tempo todo.
—Se acontecer prometo que você vai ser a primeira a saber,porém é mais fácil a gente sair no tapa do que namorar.
—Vai dizer que nunca rolou nada?
—Não ,respondi.
—Já,Erick responde sério.
—Já?Milena pergunta eufórica.
—Duvido,respondi incrédula.
—Foi no 5° ano,não lembro qual foi a brincadeira de mal gosto que Ayla fez,mas lembro que beijei um sapo e depois dei um celinho nela.
—Por isso eu não lembrava,foi bem traumático e nojento,falo rindo de vergonha.
—Então seu primeiro beijo foi com ele?Milena pergunta curiosa.
—Nunca tinha pensando nisso,mas acho que sim,percebo minhas bochechas esquentar de vergonha.
—E seu primeiro beijo foi com ela?
—Não,foi com o sapo.
Eu e Milena começamos rir.
—Eu iria chorar todos os dias se soubesse que alguém beijou um sapo antes de me beijar.
—Eu era criança,mas foi engraçado.
—Eu jamais falaria com você,Milena responde perplexa.
—Eu decidi não confiar muito depois que ele me presenteou com uma tarântula.
—Por acaso você já fez terapia?Milena pergunta.
—Já minha mãe achava estranho as minhas peculiaridades, mas a psicóloga disse que era apenas uma forma de eu chamar a atenção da Ayla.
—Ah, entendi. Então, eu era uma espécie de "alvo" inconsciente, né? —respondi com um sorriso irônico.
—Parece que sim,agora eu entendo a implicância de vocês.
—Eu juro que eu mudei.
—Duvido que nunca pensou em por um rato na cama dela.
—Já,mas não fiz,Erick responde rindo.
——Ah, então você admitiu! — A minha voz carregava um tom de falsa indignação, enquanto eu cruzava os braços. — E você acha que só porque não fez, isso apaga todos os traumas que causou?
—Não, claro que não — Erick respondeu, ainda com um sorriso. — Só estou dizendo que amadureci. E, a propósito, nunca coloquei um rato na sua cama.
—Que bom saber disso — Retruquei, agora com um sorriso divertido. — Mas me conte, o que mudou tanto em você? Está mais calmo ou só mais criativo nas suas travessuras?
Erick olhou para mim, pensativo, antes de responder com um tom mais sério:
—Só achei outra forma de te incomodar.
—Entendi.
—Vocês dois me divertem.
—Eu já estou de saída,antes que Milena nos faça mais perguntas.
—Antes de ir responde essa,já sonhou com ele?
—Sim,e eu estava batendo nele inclusive,menti e saí as pressas.Chegando em casa coloquei a mente no lugar e comecei a pensar sobre o que Milena disse,como assim meu primeiro beijo foi com o Erick,depois de ele beijar um sapo ainda,que nojo,eu juro que se ele não mencionasse isso eu nem lembraria.
Derrepente comecei a pensar em como Erick, com sua pele clara e cabelo loiro escuro, tinha um ar que misturava uma certa leveza e um charme natural. Seus olhos pretos eram um contraste profundo, quase hipnotizante, que sempre pareciam penetrar com uma intensidade que eu não consigo ignorar completamente. Embora me esforce para não reparar muito nele, é impossível não notar a forma como ele se destaca, mesmo em situações comuns.O problema é que, quanto mais eu tento manter a distância, mais me sinto atraída pela proximidade dele. É como se a amizade que compartilhavamos, com todas as suas nuances e intimidades, começasse a se transformar em algo mais complicado. O risco de confundir o que sinto me faz hesitar, e o beijo que havíamos compartilhado no passado, mesmo depois de uma história com um sapo que parecia um detalhe quase cômico agora, está voltando à minha mente, como um lembrete das complexidades envolvidas.
Devo tirar isso da minha cabeça,eu não posso e não devo gostar do Erick sempre fomos apenas amigos e desejo que continue assim,nossa amizade é algo tão importante para nós dois que não quero nunca perdê-la.
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O despertar do amor
RomansaDesde a infância, Ayla e Erick mantiveram uma amizade marcada por travessuras e implicâncias. Quando tinham 18 anos, um vínculo especial surgiu entre eles, mas, ocupados com questões pessoais, nunca perceberam a profundidade dos sentimentos que comp...