Quando Maya se preocupa demais

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Durante um dia movimentado na clínica da estação, Maya estava implacável em sua decisão de garantir que Carina não pegasse nenhum peso ou se envolvesse em qualquer esforço físico. Isso, no entanto, começou a causar tensão entre elas.

Carina estava em meio a uma tarefa importante, ajudando a organizar o material médico e a garantir que os pacientes fossem bem atendidos. Ela notou que Maya estava seguindo-a de perto, observando cada movimento com um olhar atento e preocupado.

“Eu posso fazer isso, Maya,” Carina disse com um tom irritado, enquanto pegava uma caixa de suprimentos. “Você não precisa ficar me vigiando o tempo todo.”

Maya, com uma expressão de preocupação, respondeu, “Eu só quero ter certeza de que você não está se esforçando demais. Não estou aqui para te incomodar, só para garantir que você esteja segura.”

Carina suspirou e colocou a caixa de volta, claramente frustrada. “Eu entendo que você está preocupada, mas você está me deixando nervosa. Eu sou capaz de fazer isso sem sua supervisão constante.”

Maya tentou manter a calma, “Eu só estou fazendo isso porque me importo. Você está grávida e eu não quero correr nenhum risco. Se eu não estiver aqui, posso não conseguir saber se você está bem.”

Carina balançou a cabeça, visivelmente irritada. “Eu preciso trabalhar e ajudar, e não consigo fazer isso com você atrás de mim o tempo todo. Você tem que confiar que eu sei o que estou fazendo.”

Maya hesitou, sentindo a tensão crescente. “Eu confio em você, mas é difícil para mim não me preocupar. Por favor, me dê um pouco de espaço, mas ainda me avise se precisar de algo.”

Carina, respirando fundo, respondeu, “Está bem. Apenas tente me deixar trabalhar sem sentir que estou sob um microscópio. Se eu precisar de ajuda, eu vou pedir.”

Maya deu um pequeno sorriso e se afastou um pouco, mas continuou a observar discretamente. Ela sabia que precisava respeitar o espaço de Carina, mas também lutava para equilibrar sua preocupação com a necessidade de Carina de independência.

Enquanto o dia avançava, Maya fez um esforço consciente para se manter um pouco mais afastada, mas ainda estava pronta para intervir se necessário. Carina, por sua vez, começou a se sentir mais confortável sabendo que tinha algum espaço para realizar suas tarefas, embora ainda sentisse o olhar atento de Maya.

Mais tarde, a equipe estava reunida na cozinha e Maya continuava inquieta. Seus pés batiam levemente contra o chão, e seus olhos mal conseguiam se concentrar na comida a sua frente. Finalmente, ela soltou um suspiro pesado e virou-se para Andy.

“Eu não sei o que fazer com a Carina. Ela está grávida e insiste em fazer esforço, mesmo depois de eu pedir pra ela pegar leve!”, desabafou, frustrada.

Andy riu levemente, balançando a cabeça. "Maya, você sabe que ela é médica, certo? Ela sabe o que está fazendo. Você está exagerando."

“Exagerando? Andy, você não viu o jeito que ela tentou mover aquela cadeira ontem! Eu quase infartei! E se alguma coisa acontecer com ela ou o bebê por causa disso?” Maya gesticulava, visivelmente tensa.

Andy a olhou com um sorriso divertido. “Eu entendo que você está preocupada, mas talvez você devesse confiar um pouco mais nela. Carina sabe os próprios limites.”

Maya franziu o cenho, claramente não convencida. “Talvez... Mas não posso deixar de me preocupar. Ela é minha esposa e está carregando nosso filho. Não dá pra simplesmente... relaxar."

Andy revirou os olhos de maneira carinhosa e deu um tapinha no ombro de Maya. "Relaxa um pouco. Senão quem vai precisar de ajuda médica vai ser você com todo esse estresse."

Maya apenas resmungou, decidida a continuar sua vigília protetora.
Aqui está uma sugestão para essa cena:

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Quando Maya entrou em casa naquela manhã, depois de mais um longo turno, o aroma doce de canela e baunilha a envolveu imediatamente. Ela seguiu o cheiro até a cozinha e encontrou Carina de pé ao fogão, mexendo uma frigideira cheia de torradas francesas. Seu cabelo estava preso em um coque bagunçado, e ela usava o avental que Maya adorava.

“Buongiorno , amore mio,” Carina sorriu ao vê-la. “Preparei suas torradas favoritas.”

Maya cruzou os braços, já com uma expressão preocupada. “Carina... Você não precisava fazer isso. Devia estar descansando, lembra?”

Carina bufou, colocando a última torrada no prato. "Maya, eu estou grávida, não inválida. Você está exagerando de novo." Sua voz tinha uma ponta de irritação que Maya não conseguiu ignorar.

Maya se aproximou, passando a mão pelos ombros da esposa com cuidado, tentando aliviar a tensão. “Eu só quero garantir que você e o bebê estejam bem. Não quero que você faça esforço desnecessário.”

Carina se afastou um pouco, com uma expressão levemente chateada. “Maya, eu sou médica, eu sei o que posso ou não fazer. Mas o jeito que você está agindo… está me sufocando. Eu preciso que você confie em mim.”

Maya suspirou, sabendo que Carina estava certa. “Eu sei, eu sei. É só que... eu me preocupo, sabe? Não consigo evitar. Mas prometo que vou tentar controlar isso... mesmo sabendo que provavelmente não vou conseguir." Ela riu nervosa, tentando aliviar o clima.

Carina olhou para Maya, com um meio sorriso, mas os olhos ainda sérios. “Eu entendo que você quer cuidar de nós. Mas o que eu preciso agora é que você esteja presente comigo, não que me trate como se eu fosse quebrar a qualquer momento.”

Maya assentiu lentamente e puxou Carina para um abraço. “Eu vou tentar, prometo.”

Carina suspirou, relaxando um pouco nos braços da esposa. “Tudo bem. Vamos dar um passo de cada vez. E agora, coma suas torradas antes que esfriem.”

Maya sorriu e, com um beijo na testa de Carina, sentou-se à mesa, ainda preocupada, mas disposta a fazer o melhor para manter sua promessa.

Maya se acomodou à mesa, observando Carina servir as torradas francesas. O silêncio entre as duas era suave, mas Maya ainda sentia uma pontada de ansiedade, como se precisasse vigiar cada movimento da esposa.

Carina notou o olhar insistente de Maya e revirou os olhos de maneira brincalhona. “Maya, para de me vigiar como se eu fosse derrubar o café a qualquer momento.”

Maya deu um sorriso envergonhado. “Desculpa… Eu estou tentando, juro.”

Carina colocou o prato à frente de Maya e se sentou ao lado dela, apoiando o queixo na mão enquanto observava a esposa dar a primeira mordida. “Você sempre faz essa carinha quando está tentando ser menos controladora.”

Maya engoliu a mordida e arqueou uma sobrancelha. “Que carinha?”

Carina riu e imitou a expressão de Maya, franzindo o cenho e apertando os lábios, o que fez Maya rir, relaxando um pouco mais. "Essa carinha. Como se estivesse calculando todos os riscos possíveis de eu levantar dessa cadeira."

Maya suspirou, mas com um sorriso nos lábios. “É que você... você, o bebe e Liam são tudo pra mim, Carina. Eu nunca fui boa em relaxar quando se trata das pessoas que amo.”

Carina pegou a mão de Maya, acariciando seus dedos com ternura. “Eu sei, bella. E é uma das coisas que amo em você. Mas nós vamos ficar bem. Eu preciso que você confie nisso.”

Maya olhou para a mão de Carina sobre a sua, sentindo o calor do toque. “Vou tentar. Mesmo que eu fique de olho em você de vez em quando.” Ela piscou de leve, tentando trazer de volta um pouco do bom humor.

Carina riu, levando a mão de Maya aos lábios e dando um beijo suave. “Se for só de vez em quando, eu aceito.”

Maya se inclinou para beijar Carina, um gesto cheio de carinho e promessas silenciosas. “Te amo.”

“Ti amo bambina, mais do que você imagina,” Carina respondeu, olhando nos olhos da esposa.

Elas ficaram assim por alguns segundos, aproveitando a tranquilidade daquele momento. Mesmo com toda a preocupação de Maya, o amor entre elas era o que mantinha tudo em equilíbrio. E, naquele instante, isso bastava.

Our Family - Marina oneshotsOnde histórias criam vida. Descubra agora