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Mia tentou controlar sua respiração, mas o pânico dentro dela era impossível de suprimir. As correntes que a prendiam ainda deixavam marcas em seus pulsos, e o som dos gritos ao longe só aumentava a sensação de desespero. Hyunjin caminhava ao redor do quarto com um ar de satisfação mal disfarçado, observando-a com um olhar predatório. Seus olhos brilhavam em um vermelho profundo, carregando uma intensidade que a deixava inquieta.
"Você não entende, Mia," Hyunjin começou, sua voz soando quase indulgente, como se estivesse explicando algo óbvio para uma criança. "Eu escolhi você. Entre todas as almas que já passaram por esta casa, foi você quem me chamou a atenção. Isso deve significar algo, não acha?"
Mia tentou evitar o olhar penetrante dele, mas a forma como ele se movia pelo quarto a fazia sentir-se cercada, como uma presa encurralada. "Eu... eu só quero ir embora," ela sussurrou, tentando manter a calma. "Eu não pertenço a este lugar."
Hyunjin soltou uma risada curta, quase zombeteira. "E por que você iria querer ir embora?" Ele se aproximou, inclinando-se sobre ela, seus olhos cravados nos dela. "Aqui, você é minha. Lá fora, você não passa de mais uma garota comum, vivendo uma vida comum. Mas aqui... você é especial."
Mia sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Havia algo assustadoramente possessivo na maneira como ele falava, como se a ideia de deixá-la ir fosse completamente absurda. "Você não pode me manter aqui para sempre," ela murmurou, tentando soar mais corajosa do que se sentia.
Hyunjin sorriu, um sorriso que não alcançava seus olhos. "Ah, mas eu posso," ele disse suavemente, seus dedos deslizando pelo braço dela com uma delicadeza que contrastava com o poder que emanava dele. "E vou. Você não entende, Mia. Eu esperei tanto tempo por alguém como você. E agora que te encontrei, não vou deixar você escapar."
Os gritos ao longe se intensificaram, e Mia sentiu seu coração acelerar. Havia algo perturbadoramente egoísta na maneira como Hyunjin falava, como se ele acreditasse que tinha todo o direito de mantê-la ali, simplesmente porque a desejava. "Mas... e se eu não quiser ficar?" ela perguntou, sua voz trêmula.
Hyunjin parou por um momento, como se a pergunta dela o tivesse irritado. Ele se endireitou, olhando para ela com um misto de decepção e superioridade. "Isso não importa," ele respondeu friamente. "Você pertence a mim agora. E eu não estou interessado no que você quer, Mia. Estou interessado no que eu quero. E o que eu quero... é você, aqui, comigo."
Mia sentiu o desespero crescer dentro de si. Ele não estava apenas falando sobre mantê-la ali fisicamente - ele estava falando sobre possuí-la completamente, como se ela fosse um objeto que ele pudesse controlar. "Por favor, Hyunjin," ela tentou novamente, sua voz cheia de súplica. "Me deixe ir. Eu... eu não sou sua."
A expressão dele mudou, e o sorriso frio voltou ao seu rosto. "Ah, mas você é. Desde o momento em que nossos olhos se encontraram, você se tornou minha, quer goste disso ou não." Ele se inclinou mais perto, seu rosto a centímetros do dela. "E eu não sou do tipo que desiste facilmente do que é meu."
Os gritos ao longe pareciam ecoar dentro de Mia, aumentando o terror que já a dominava. Ela estava presa, não apenas pelas correntes, mas pelo desejo obsessivo de Hyunjin, que parecia estar disposto a fazer qualquer coisa para mantê-la ao seu lado.
"Por que você está fazendo isso?" ela perguntou em um sussurro, tentando entender o que o movia. "Por que eu?"
Hyunjin a olhou com uma mistura de fascínio e desprezo, como se a pergunta dela fosse insignificante. "Porque eu posso," ele respondeu simplesmente. "E porque você é diferente de todas as outras. Você me faz sentir... vivo de novo. E eu não vou abrir mão disso. Nunca."
Mia tentou lutar contra o terror que a dominava, mas a realidade de sua situação estava se tornando cada vez mais clara. Ela estava presa com alguém que a via como um objeto, algo a ser possuído e controlado. E a ideia de escapar parecia cada vez mais distante.
Hyunjin deu um passo para trás, observando-a com um olhar satisfeito. "Agora, seja uma boa garota e pare de resistir," ele disse, sua voz carregada de autoridade. "Quanto mais você lutar, mais difícil vai ser para você. E eu prefiro que você fique aqui... de bom grado."
Mia sentiu as lágrimas queimarem em seus olhos, mas ela se recusou a deixá-las cair. Ela sabia que precisava encontrar uma maneira de escapar, mas com Hyunjin tão próximo e tão determinado a mantê-la ali, suas chances pareciam cada vez mais limitadas.
"Vamos, Mia," Hyunjin disse suavemente, estendendo a mão para ela. "Aceite seu lugar ao meu lado. Aceite que você é minha."
Mia olhou para a mão dele, hesitando por um momento. Ela sabia que não podia confiar nele, mas ao mesmo tempo, não via outra saída. Lentamente, ela estendeu a mão, seus dedos tremendo ao se aproximarem dos dele.
Mas assim que suas mãos se tocaram, um choque de realidade percorreu seu corpo. Ela sabia que, se cedesse completamente, estaria perdida para sempre. Com um último esforço de coragem, ela puxou a mão de volta e balançou a cabeça. "Eu nunca vou ser sua," ela sussurrou, sua voz firme apesar do medo.
Hyunjin ficou imóvel por um momento, sua expressão endurecendo. E então, com um sorriso cruel, ele murmurou: "Veremos."
As sombras ao redor deles começaram a se mover novamente, e Mia sentiu o pânico voltar com força total. Ela precisava escapar, precisava encontrar uma maneira de sair dali antes que fosse tarde demais. Mas com Hyunjin observando cada movimento seu, a tarefa parecia impossível.
E enquanto os gritos ao longe se intensificavam, ela sabia que o pior ainda estava por vir.
**Continua...**
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noite de Halloween
TerrorO que de tão errado poderia acontecer em uma festa de Halloween !?