A luz do sol filtrava-se suavemente pelas grandes janelas do Laboratório Central, tingindo o ambiente com um brilho dourado. O cheiro de metal, mingau de café e um leve toque de ozônio preenchia o ar. Maria ajustou seus óculos enquanto encara seriamente o computador, uma tela cheia de gráficos e dados. Cada linha de código e cada formato que surgia ali eram provas de meses de dedicação ao trabalho incansável
"Você tem certeza de que isso vai funcionar?" A voz de Henrique cortou o ar, trazendo Maria de volta ao momento presente, ele estava ali com uma xícara de café abrasador em suas mãos, seus belos olhos castanhos brilhavam ao incidir a luz do sol sobre eles. Maria sempre achou que Henrique é o homem que pode tornar uma conversa de ciências super entediante em uma conversa sedutora. Ele havia um modo de olhar para você que fazia sentir como se estivesse sendo analisado da mesma forma que dados.
" Isso é o que eu estou apostando" respondeu Maria enquanto prendia seus cabelos em um coque "os cálculos estão todos aqui, se descobrirmos como condensar essa energia podemos criar a segunda revolução energética do mundo e o prêmio Nobel."
Henrique inclina seu corpo ao microscópio que possuía uma célula vegetal da abóbora "e se os dados estiverem errados? O que irá fazer?" perguntou Henrique, " O que irá me restar é um apartamento bagunçado, um copo de whisky e uma casa bagunçada."
"Não diga isso, por que não vamos à cafeteria? Afinal, irá demorar muito para o computador processar os dados" perguntou enquanto pegava as chaves de seu carro. " É uma boa ideia, relaxar nesses momentos é crucial" respondeu Maria dando um leve suspiro.
Eles saem do laboratório, enquanto Maria trancava a porta Henrique diz "Maria, o que você acha de sairmos para uma viagem de descanso, considerando que estamos trabalhando a sete meses sem descanso" "Isso está parecendo um pedido de namoro" disse Maria dando um leve sorrisinho.
- Não é, eu só acho que podemos passar um tempo de descanso do trabalho juntos sabe? - disse envergonhado
- Pode ser, mas sem gracinhas hein - disse com as sobrancelhas levantadas, mas no fundo daquele coração ela o amava.
- Eu dou minha palavra - disse levando a mão sobre a altura da cabeça.
- Então, vamos à cafeteria, ou prefere ficar aqui olhando para as paredes?
...
Maria e Henrique saíram da universidade e sem pressa foram ao carro.
- O que?! Desde quando seu carro era uma Mercedes? Como eu nunca reparei? - disse ela com uma cara espantada
- Você nunca reparou porque eu comprei ele na semana passada, mas não usei ele até hoje.
- Ata, agora fez mais sentido - ela disse com uma cara menos espantada
Eles entram no carro e logo vão à cafeteria com pressa. Eles param em frente à uma grande padaria com doces e sobremesas na vitrine.
- Uau, quantos doces maravilhosos, eu nunca reparei nessa padaria, considerando que eu passo por essa rua sempre para ir à universidade.
- O que acha de provar alguns deles? Eles são maravilhosos. - disse ele colocando as mãos no bolso.
- Mas são caros, você por acaso é cego? U$19,90 é muito dinheiro. - Disse ela espantada com o preço
- Meu bem, se quiser eu compro a aliança mais cara para você e somente para você - disse ele flertando.
- O que eu disse sobre tentativas de sedução? - disse Maria emburrada
- Você disse "sem brincadeiras na viagem" e não estamos na viagem ainda - disse com um ar de sedução
- Deixa pra lá, vamos entrar logo
- A suas ordens, princesa
Henrique segue em direção à recepção enquanto Maria se sentava em uma cadeira ao lado da janela e ela começava a admirar a beleza do crepúsculo vespertino.
Henrique sai da recepção e puxa uma cadeira para se sentar.
- É lindo não é? Mas sabe o que é mais lindo? O brilho dos seus olhos
- O que é isso?! Você é muito... - ela pausa para pensar - muito safado
- Você disse "sem brincadeiras no trabalho" mas como não estamos no trabalho, eu posso - disse ele dando um sorriso malicioso
- O que você pediu?- disse ela tentando mudar de assunto
- Eu pedi um capuccino normal e um latte para você, já que você toma sempre um na cafeteria da universidade
- Boa escolha, mas mudando de assunto de novo, para onde vamos viajar?
- É uma surpresa, e por ser uma surpresa não vou contar - disse arregalando as sobrancelhas
- Assim, enten...- Maria se espanta - Droga! Vamos sair logo daqui - disse ela preocupada
- Por quê? Você nem tomou seu copo ainda
- Não é isso, eu não quero ficar aqui - ela diz tentando se levantar
- Nada disso, você vai ficar aqui até me dar um motivo para nós sairmos - disse Henrique puxando o braço dela para ela se sentar de novo
- Eu não posso te contar, eu só quero ir embora, porra!
- Me de um motivo - disse ele com uma cara pacífica
- Aquele homem que acabou de entrar com aquelas mulheres, é meu ex, porra!
- Aquele homem? - disse rindo da cara do ex dela - Olha, se ele vier falar algo ruim com você, ignora ele
- Não, vamos sair logo daqui - respondeu brava
- Não acredito que irá deixar de tomar esse café só por causa daquela ratazana atropelada
- Tá bom, mas se ele vier falar mal de mim, eu vou arrancar a peruca dele e jogar ele no esgoto
- eu apoio isso
Henrique toma seu café, enquanto Maria tentava ao máximo não ser reconhecida, porém falha nisso
- Olá Maria, quanto tempo! - disse o homem que Maria estava se escondendo
- Olá Augusto, muito tempo né - disse ela, sem graça por causa da situação
- Vejo que arrumou um namorado novo, sempre reparei que você tem péssimo gosto para homens, eu sou uma excessão é claro - disse Augusto
- Nossa, que bom te... - Ela é interrompida
- Na verdade, Augusto, você não é uma excessão, considerando que você usa uma peruca e parece uma ratazana atropelada que tenta rebaixar os outros, mas falha miseravelmente. - disse Henrique
- Olha aqui, namorado novo da Maria, é melhor você sair daqui se não quiser, sabe, ficar com uns roxos no corpo - disse Augusto, ameaçando Henrique
- Primeiramente, não somos namorados, segundo, é melhor você ir embora com as putas que estão do seu lado e não aparecer mais para me perturbar, do contrário, eu pego você e suas putas e jogo no lixão cheio de ratos, para você se encontrar com sua família lá.
Henrique pega a mão de Maria e a leva para fora da cafeteria para acalmar a situação
- Você está bem?
- Não, eu só quero ir pra outro lugar para relaxar
- Você quer ir à um bar? - disse ele
- Pode ser, mas deixa eu ir em casa para trocar de roupa, não é comum ir de jaleco para um bar.
Continua...
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A equação do amor
RomanceSinopse: Em um mundo onde a ciência e a ética frequentemente colidem, Maria e Henrique, dois brilhantes cientistas, se encontram em um impasse. Maria, uma astrofísica ambiciosa, descobre uma nova forma de energia que pode resolver a crise energética...