Confissão

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Kageyama estava deitado no sofá sem camiseta e as pernas abertas, jogando videogame com Tsukishima. A casa estava quase vazia, com exceção dos dois e Akaashi que dormia no quarto. Os garotos não trocavam palavras, apenas se concentravam no jogo e em seus pensamentos.

O moreno, por mais que atento ao jogo, não conseguia focar e voltava o olhar constantemente para Tsukishima. O loiro estava despreocupado, cagando pra tudo ao seu redor, queria apenas ganhar a corrida e esfregar na cara de Kageyama que era o melhor. Mas Tobio sequer se importava com isso. Alguma coisa pesava naquela sala. Talvez o fato de estarem sozinhos, sem suas camisas e com uma tensão inescapável no ar só piorava as coisas. O moreno queria esquecer aquilo, esquecer o clima chato e estranho, mas estar com Tsukishima depois de tudo era esquisito, desconfortável como uma pedra no sapato, mas que você se acostuma quando não tem tempo para tirar.

— Você está na seca? – Kageyama perguntou, mordendo o lábio, sem olhar diretamente para Tsukishima.

O loiro riu fraco, também sem encará-lo, seguindo o jogo normalmente.

— Tá querendo me pegar de novo? – Tsukishima falou, provocando.

— Tsc... não... – O moreno disse baixo com as bochechas coradas.

Tsukishima percebeu a hesitação de Kageyama e, claro, não perderia a oportunidade de provocá-lo ainda mais. Ele jogou o controle no colo, esticando os braços com um sorriso malicioso.

— Ué, ficou sem palavras? – Ele se aproximou um pouco mais, ainda mantendo o tom de provocação, sem tirar os olhos da tela — Ou tá só esperando eu tomar a iniciativa, Tobio?

Kageyama sentiu as orelhas queimarem, mas não respondeu. Ele mordeu o lábio com força, sentindo a vergonha apertar o peito. Antes que pudesse reagir, Tsukishima se inclinou mais, chegando perto o suficiente para dar um beijo leve no canto da boca de Kageyama, como quem não quer nada.

— Tá nervoso, né? – Tsukishima sussurrou com um risinho, e então, sem aviso, recuou e voltou sua atenção para o videogame, retomando o controle como se nada tivesse acontecido.

  Kageyama ficou paralisado por um instante, o rosto completamente vermelho, sem saber se olhava para o jogo ou para o loiro. A única coisa que conseguia pensar era na provocação descarada de Tsukishima, enquanto ele agia como se fosse algo trivial. Que merda de gaúcho azedo do caralho, só servia pra encher o saco e deixá-lo envergonhado, mais nada.

— Vamos jogar ou vai ficar aí, todo sem graça? – Tsukishima riu, olhando de canto para Kageyama, que agora mal conseguia segurar o controle direito.

— Eu te odeio com todas as minhas forças. – Kageyama disse com raiva, apertando mais o controle. Seu rosto ainda estava vermelho, mas não por vergonha.

— Vou te fazer me odiar. – Ele sorriu malicioso lambendo os lábios e pausou o jogo.

O loiro se aproximou de novo, passando a mão pela bochecha de Kageyama até sua nuca. Ele puxou o moreno contra seus lábios, mergulhando em um beijo calmo, mas delicioso. Aquela merda de boca que Tsukishima tinha era a perdição de Kageyama. Seus corpos se chocaram, queimando suas peles pelo calor que eles exalavam. O loiro não estava satisfeito só com o toque, se fosse beijar Tobio, então faria que fosse inesquecível. Ele pressionou o moreno contra si e apertou seu corpo com força, fazendo-o arfar. Kageyama queria mais, queria sentir mais daquela língua, daquele toque, por isso abraçou o pescoço do rapaz, trazendo-o para perto. Aquele gesto foi significativo, pois dizia que o moreno estava totalmente entregue, desejando mais e mais.

Porém, antes que as coisas esquentassem, a porta da sala foi aberta, revelando um Hinata cansado e impaciente. O ruivo mudou totalmente depois de começar a namorar. Fez isso, talvez, para provar a todos que não ficaria sozinho e acabaria com o namoro logo, mas acabou se apegando, como sempre fazia em todos os seus relacionamentos. Ele não conseguia ser indiferente, seu coração precisava bater mais forte todas as vezes que algum homem ou mulher era minimamente educado e simpático.

Traços do Oriente | KageHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora