A Saga das Três Irmãs - Capítulo 27

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Olaf andava pelas ruelas quase desertas de Örebro com toda cautela e uma lança nas mãos. Os meninos vinham logo atrás, com suas tochas a pingar gotas de fogo e óleo. Os filhos do pescador eram valentes. Haviam visto corpos de aldeões e estranhos, bem como vultos de trol a perambular entre casas do outro lado do rio.

"Nós perdemos" — explicou ele — "Os sobreviventes foram embora. Temos que achar o seu irmãozinho o quanto antes. Vamos precisar de sorte para alcançar os fugitivos."

"Torsten é esperto" — respondeu Magni, o mais velho — "Ele deve estar bem escondido."

"Não duvido disso, mas não podemos chamá-lo ou fazer barulho. A situação é complicada."

"É melhor a gente se espalhar, então."

"Com certeza não. Fica cem vezes mais difícil para nos reencontramos depois."


Olaf e os meninos

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Olaf e os meninos


Um menino novinho de rosto corado parou e olhou em uma direção inusitada.

"O Sven ficou para trás" — alertou um dos gêmeos — "Acho que ele ficou com medo."

"Eu não tenho medo! Eu sou tão corajoso quanto o avô!"

"Silêncio, todo mundo!" — repreendeu Olaf — "Diga o que aconteceu, Sven. Não tem que parar, continue andando."

"Eu acho que vi um sobrevivente... É melhor perguntar se ele viu o Torsten."

"Onde você viu um sobrevivente?"

Ele seguiu até Olaf e apontou uma viela.

"Esperem aqui e fiquem juntos."

O guarda apontou a lança e foi-se esgueirando até lá.

A viela ficava entre duas choupanas. Era um caminho estreito, embora livre, onde Olaf pisou cuidadosamente. No final da viela, batia um raio de sol obstinado. Além dessa pequena luz calorosa, havia também uma sombra discreta que se movia conforme um ruído se espalhava. Era o som discreto de uma peça de madeira sendo raspada.

Atrás dele, um estalo no chão. Um estranho havia pulado do teto, a golpear com sua lança de madeira. Esta bateu na malha metálica de Olaf, que, apesar de não ter se machucado, sentiu o impacto. Sem espaço para girar a própria lança, ele correu em direção ao fim da viela.

A sombra se revelou como uma estranha, que também empunhava uma haste primitiva. O guarda estava acuado e precisava agir rápido, então, perfurou o pulmão esquerdo da mulher. O plano deu certo, pois foi capaz de escapar do primeiro estranho, que estava logo atrás. A lança ficou cravada na adversária agonizante, é verdade, mas havia um rastelo encostado atrás da choupana.

Möjrakitan - A Saga das Três IrmãsOnde histórias criam vida. Descubra agora