acordo

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- Quem é o corajoso que estar disposto a ficar com essa encrenqueirazinha? - Dissertei ao meu amigo, que revirou os olhos

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- Quem é o corajoso que estar disposto a ficar com essa encrenqueirazinha? - Dissertei ao meu amigo, que revirou os olhos. Aquele parecia ser um assunto delicado na casa. E eu poderia calar-me diante do incômodo, porém, estava curioso.

- Calleri. - o desgosto em sua voz era tão certo, quanto o seu histórico de quebrar rivais em campo. Então, apenas franzi o cenho. Esquivei o corpo a frente para sussurrar as minhas primeiras palavras.

- Calleri? Calleri? Aquele Calleri? O cabelo de manga chupada? - Questionei e vi Fagner torcer uma expressão para não rir.

- O próprio. - revirou os olhos, batucando os dedos sobre a mesa.

Meu semblante havia singelamente suavizado. Continuei pensativo, mas nada saiu de meus lábios. Queria entender por que ela havia escolhido justo o Jonathan, não dizia isto apenas por ele jogar no time rival, afinal, hoje em dia isso é apenas mais um detalhe.

O que me assusta, é o jogador ser tão sem graça...

De fato, Chaya não ia mal somente em seu péssimo mal humor, mas o seu gosto era totalmente questionável também.

- E por que não gosta dele? Somente por causa do São Paulo? - Indaguei, ainda mais curioso. Pressionei os olhos contra o lateral e vi com perfeição quando ele bufou alto.

- Não, ser São Paulino é coisa de doente, mas eu aprenderia a lidar com a situação. - começou ele, surpreendentemente calmo. - Ele é um babaquinha, não é homem para minha irmã. Aposto que só quer se divertir com a Chaya, mas aquela tonta não percebe. - rosnou. - Eu já fiz de tudo para tentar afastar-los, mas é uma droga, aquele cara parece um piolho.

Eu estava prestes a responder Fagner, pronto para tirar mais perguntas no fundo da mente, quando escuto uma voz sutil, mas que ao mesmo tempo parecia cansada, atrevessar o local.

E, por um breve momento, as palavras morreram na minha garganta.

O motivo do nosso assunto estava ali, parada na porta da sala, vestida em um elegante vestido azul que moldava perfeitamente suas curvas. O tecido caía de forma sutil até os seus joelhos, e seus ombros estavam levemente expostos, realçando sua pele morena.

Os cabelos cacheados estavam em um volume excepcional, sedosos e brilhosos. Caíam de forma desordenada e natural um pouco a baixo dos outros.

- Já estou saindo - disse ela com sua voz firme, sem emoção, sem se dirigir a ninguém em especial. Apenas um comunicado seco, como se a simples ideia de ter que explicar seus passos fosse uma irritação.

Eu, sem poder evitar, continuei a observá-la. Era impossível não notar sua beleza. Grossa, sim, mas linda. Chaya tinha uma presença forte, o tipo de pessoa que, mesmo sem tentar, tomava conta de qualquer espaço em que estivesse. E, apesar de toda aquela aura de inacessibilidade, havia algo irresistivelmente intrigante nela.

𝑺𝑼𝑳𝑨𝑴𝑰𝑻𝑨 |• André Ramalho.Onde histórias criam vida. Descubra agora