Capítulo 13: Retomando o Ritmo

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O sol já havia subido alto quando Deolane e S/N finalmente se levantaram para enfrentar mais um dia. A conversa daquela manhã havia trazido à tona um turbilhão de emoções, mas, como boas profissionais que eram, ambas sabiam que precisavam seguir com suas vidas e voltar ao ritmo frenético do mundo jurídico.

Deolane: (com um suspiro leve) "Vamos fingir que ontem à noite e essa conversa de agora há pouco não aconteceram?"

S/N sorriu de lado, observando Deolane pela cozinha enquanto a advogada tomava um café.

S/N: (brincando) "Eu tento fingir, mas você não facilita para mim quando provoca tanto."

Deolane: (sorrindo) "Eu não provoco... só te desafio. E, convenhamos, você gosta de um bom desafio." Disse dando um leve beijo nos lábios da sua até então, rival.

Ambas riram, e pela primeira vez em dias, sentiram uma leveza no ar. Mas a tensão ainda estava ali, adormecida, esperando para surgir no momento certo.

Durante as semanas seguintes, Deolane e S/N evitaram qualquer menção ao que havia acontecido entre elas. Nos tribunais, mantinham a compostura profissional e, fora deles, cada uma se ocupava com suas responsabilidades.

Entretanto, fazia meses que não pegavam casos juntas. Um convite inesperado chegou às duas através de um e-mail de um cliente em comum, pedindo que ambas representassem a defesa de uma grande empresa acusada de irregularidades fiscais.

S/N: (lendo o e-mail) "Parece que o destino está nos colocando de volta no mesmo time, doutora."

Deolane: (arqueando uma sobrancelha) "Nós duas, no mesmo caso? Interessante. Nunca trabalhamos juntas"

Elas aceitaram o desafio. Sabiam que a dinâmica entre elas seria diferente, mas o profissionalismo vinha em primeiro lugar. Ou pelo menos, era o que ambas queriam acreditar.

Na semana seguinte, S/N e Deolane estavam sentadas em uma mesa de conferência na sede da empresa. O CEO, um homem de meia-idade com um ar arrogante, explicava a situação.

CEO: (com um tom autoritário) "Preciso das duas melhores advogadas que posso contratar. E, pela minha experiência, vocês duas são exatamente isso."

Deolane: (com um olhar confiante) "Com certeza somos. Mas, para limpar a bagunça que vocês criaram, precisaremos ser sinceros e receber todas as informações. Não há espaço para segredos."

S/N observava a forma como Deolane lidava com o cliente. O controle que ela mantinha sobre a situação a fascinava, como sempre. Havia uma habilidade especial em comandar uma sala, em capturar a atenção de todos ao redor.

S/N: (intervindo) "Precisamos também de acesso completo a todos os registros financeiros dos últimos cinco anos. Se houver algo que você está escondendo, é melhor nos contar agora."

O CEO hesitou por um segundo, mas finalmente concordou.

Após a reunião, S/N e Deolane deixaram a empresa juntas, e foi então que a tensão entre elas começou a se infiltrar novamente.

Deolane: (com um tom descontraído, mas olhar afiado) "Sabe, doutora, é engraçado estarmos trabalhando juntas. Eu diria que essa dinâmica entre nós ficou ainda mais... interessante, não acha?"

S/N, que estava focada nos detalhes do caso, olhou de relance para Deolane. Sabia exatamente o que ela queria dizer, mas tentou manter o profissionalismo.

S/N: (calma, mas com um sorriso de canto) "Interessante é uma palavra suave pra isso. Mas o foco aqui é o caso, não é?"

Deolane sorriu, satisfeita com a resposta de S/N, mas era claro que aquela tensão entre elas jamais desapareceria completamente. Elas sabiam que, por mais que tentassem manter as coisas estritamente profissionais, a linha entre o desejo e o dever estava cada vez mais tênue.

Os dias seguintes foram intensos, e a parceria no caso começou a se fortalecer. Elas sabiam que tinham algo especial, aliás, juntar as duas melhores advogadas do ramo não seria algo ruim, uma sinergia quase natural. Nos tribunais, era como se uma completasse a outra. Enquanto S/N dominava com seus argumentos precisos e diretos, Deolane brilhava com sua persuasão e habilidade em virar a mesa com perguntas estratégicas.

Na sala de conferências da empresa, com os papéis espalhados pela mesa e relatórios sendo analisados, S/N puxou uma pilha de documentos e olhou para Deolane.

S/N: (seriamente) "Precisamos entender melhor essas transferências aqui. Algo me parece fora do lugar, mas não consigo colocar o dedo no que é."

Deolane se aproximou, inclinando-se sobre a mesa ao lado de S/N, observando os documentos. Seus braços roçaram brevemente, e a familiar eletricidade voltou a percorrer entre as duas.

Deolane: (baixinho) "Talvez precise de uma segunda opinião, doutora?"

S/N desviou o olhar para Deolane, seus rostos mais próximos do que o esperado. O ar ao redor parecia mais denso, carregado de tudo o que estava entre elas. Ela sabia que aquele momento podia explodir a qualquer segundo, mas ao invés de ceder ao impulso, se afastou lentamente e voltou ao caso.

S/N: (com um leve sorriso) "Vamos manter o foco, Deolane. Depois que ganharmos esse caso, quem sabe?"

Deolane soltou uma risada baixa, mas voltou a se concentrar nos papéis. Elas sabiam que, no final, o tribunal ainda era o campo onde mais brilhavam.

Alguns dias depois, as duas finalmente estavam de volta ao tribunal para apresentar as defesas finais. Era um caso delicado, e ambas sabiam que precisariam dar o melhor de si para proteger a reputação da empresa e evitar as acusações de fraude fiscal.

S/N, de terno impecável e com postura firme, iniciou sua argumentação.

S/N: (calma e confiante) "Excelência, os números falam por si. As transferências que a acusação menciona não são fraudes, mas sim manobras fiscais legais, conforme os documentos já apresentados. O que a acusação faz é confundir os fatos para criar uma ilusão de culpa. No entanto, não podemos julgar baseados em ilusões."

O tribunal estava em silêncio absoluto. S/N sabia exatamente como capturar a atenção de todos com suas palavras medidas e precisas.

Logo depois, foi a vez de Deolane. Ela se levantou com a mesma confiança característica, mas seu olhar firme demonstrava que também estava completamente imersa na defesa.

Deolane: (com autoridade) "É fácil distorcer dados quando se quer culpar alguém a qualquer custo. Mas, como a doutora S/N mencionou, estamos lidando com práticas contábeis regulares. O que a acusação está fazendo é atacar uma empresa sem fundamento real."

Ela andava lentamente pelo tribunal enquanto falava, como se controlasse cada olhar, cada respiração de quem a assistia.

Deolane: (continuando) "Excelência, o que pedimos é simples: justiça. Que a verdade prevaleça sobre insinuações."

Quando terminou, o juiz fez uma breve pausa, observando as duas com interesse. Era evidente que, juntas, elas formavam uma dupla formidável.

Após os argumentos finais, o juiz anunciou que a decisão seria dada dentro de alguns dias. S/N e Deolane deixaram o tribunal com a certeza de que haviam feito o possível para defender seu cliente.

Quando saíram do prédio, S/N olhou de soslaio para Deolane, que estava a poucos passos de distância.

S/N: (com um tom provocador) "Trabalhar contigo é até impressionante, doutora. Acho que temos uma boa química nos tribunais."

Deolane, sorrindo, virou-se para S/N e deu de ombros.

Deolane: (com um olhar malicioso) "Não é só nos tribunais, doutora. Mas você já sabe disso."

S/N riu, balançando a cabeça, enquanto seguiam juntas para o estacionamento. A tensão entre elas ainda estava ali, mas agora, envolta em uma nova camada de respeito mútuo, tanto dentro quanto fora dos tribunais.

Como estão?👀

Contrapontos na Justiça: Deolane e S/NOnde histórias criam vida. Descubra agora