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Helena

── Me deixa na casa da Marina. — Pedi parando na frente de Gabriel, que estava jogado no sofá assistindo televisão, mas desviou o olhar para mim.

── Tá. — Falou se levantando e pegando as chaves do carro, saindo acompanhado de mim. ── O que rolou?

── Ah, coisa feminina. Passa na farmácia também! — Pedi, e ele me encarou, desconfiado.

── Tá, né. O que vocês estão tramando? — Perguntou abrindo a porta do carona para mim. Eu entrei e, enquanto terminava de colocar o cinto, ele se sentava no banco do motorista ao meu lado.

── Coisa de mulher, não sei se posso te contar. — Respondi. ── Ah, TPM, sabe? Ela tá estressada.

── Mulheres, nunca vou entender vocês. Você não tem TPM! — Falou, e eu o encarei.

── Eu tenho sim, até a respiração dos outros me irrita quando tô de TPM.

── Você tá de TPM todos os dias então. — Riu, e eu o encarei. ── Brincadeira!

── Gabriel, eu não sou estressada! — Pontuei.

── Tu não é dona da razão não, Helena. — Ele abriu aquele sorriso de canto, que eu já conhecia bem. ── A razão que é dona de você, vocês andam juntas.

── Você me adoece. — Respondi vendo que estávamos próximos a uma farmácia. ── Para naquela!

O caminho até ali foi tranquilo. Desci e fui atrás do bendito teste de gravidez. Peguei dois para garantir a eficácia e, caso desse positivo, eu a obrigaria a fazer um HCG. Paguei no caixa e voltei para o carro, onde meu namorado estava literalmente brisando.

── Tá pensando no que, Cadú? — Perguntei colocando a sacola no colo, e ele me encarou.

── Que eu tenho que treinar perna hoje... Nossa, odeio treinar perna, dói até a alma. No outro dia não consigo nem andar. — Desabafou, e eu ri.

── Eu odeio treinar tudo! — Comentei, arrancando mais um sorriso dele.

── Então a gente faz um pacto, eu te ensino a curtir o treino, e você me ensina a lidar com a sua TPM constante. — Ele brincou, enquanto acelerava novamente o carro. ── Fechado?

── Fechado! — Ri, jogando a cabeça para trás, sentindo o ar leve entre nós.

Quando chegamos na casa da Marina, ele estacionou o carro na frente.

── Quer que eu suba com você? — Gabriel perguntou, me lançando um olhar que misturava curiosidade e aquela usual preocupação dele.

── Não precisa, é coisa rápida. — Disse, já abrindo a porta. ── E obrigada pela carona!

── Te busco depois? — Ele perguntou, segurando o volante com uma das mãos, parecendo não querer me deixar ir tão rápido.

── Eu te mando mensagem. — Pisquei, me despedindo com um sorriso antes de sair.

Entrei na casa da Marina e logo percebi que o clima estava carregado. Ela estava sentada no sofá, as pernas cruzadas, balançando o pé nervosamente, e mordia o lábio de uma forma que denunciava sua ansiedade.

lentes no horizonte, gabriel medina. Onde histórias criam vida. Descubra agora