Peter
Dez anos atrás, eu estava nervoso por encontrar Georgie e finalmente poder dizer ou demonstrar o que sentia por ela. Ainda não sabia ao certo como ia fazer.
Quando a conheci na capela, me encantei
instantaneamente por sua doçura e simpatia. Seus olhos verdes e brilhantes agiam como um imã que me atraía para perto. Tive de fincar bem os meus pés no chão pois senti que minhas pernas bambas poderiam me trair à qualquer momento.A conversa entre nós fluiu e começamos à contar casos engraçados que já nos aconteceram. E era cada coisa! À muito tempo não me divertia tanto, ainda mais com uma menina... Georgie despertou em mim uma vontade de sorrir, uma vontade que não existia desde que me entendo por gente.
Alguns dias depois a reencontrei na capela e durante a missa não conseguia tirar meus olhos dela.
Seus cabelos castanhos estavam presos em uma trança e tinham um laço de fita amarelo amarrado nas pontas.
Parecia uma boneca que um dia vi na vitrine de uma loja do vilarejo.Durante a Liturgia Eucarística, no momento da reza do Pai Nosso, uma senhora rezava muito alto com uma voz esganiçada e estridente que destoava de toda a igreja. Não pude deixar de achar engraçado mas mantive minha postura permanecendo concentrado.
Porém ao olhar novamente para Georgie, ela tinha o narizinho enrugado em uma careta e me deliciei com o fato de ela mal se importar com o que os outros iam pensar de sua atitude mal educada, por assim dizer.
Ela olhou para mim e fez um sinal passando seu dedo na garganta como se simulasse que estava cortando o seu próprio pescoço e botou a língua para fora. Georgie soltou um risinho e aquilo foi o suficiente para eu dar uma gargalhada.
Meu pai me encarou na mesma hora e percebeu meu contato visual com ela. Ele era extremamente contra a ideia de eu me casar algum dia e colocou em sua cabeça que seu filho deveria seguir seus passos, e se tornar padre.
Chegando em casa, me questionou do que se tratava aquele comportamento impróprio, e por mais que eu tenha dito que ela era apenas uma amiga, fui severamente castigado pois não deveria zombar na casa do Senhor, sendo obrigado à ficar ajoelhado em cima dos grãos de milho durante horas à fio, sem comer ou beber qualquer coisa.
Até que um novo inquilino apareceu e foi muito gentil ao levar comida escondido para mim.
À partir dali sabia que teria um amigo que poderia contar para sempre e eu seria essa pessoa para And também.Como se fosse coisa do destino, ele namorava às escondidas a irmã de Georgie, Amanda. E quando finalmente assumiram o namoro, And passou à me levar para sua casa e eu a encontrava. Encontrava minha boneca.
Eu mal conseguia discernir aqueles sentimentos que tinha no peito. Georgie ocupava minha mente em cem porcento do tempo, eu me sentia feliz ao seu lado, me sentia completo, me sentia mais eu. Georgie tinha me devolvido a alegria de viver. Se é que eu já tive antes.
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Confissão proibida de Georgiana Crane (OS CRANE- PHILOISE).
Fanfiction(História 3) Georgiana, é a filha mais nova de Sir Phillip e Eloise Crane. Em sua mocidade ela conhece o simpático Peter Helish, coroinha da igreja local. Logo se envolveu em um amor adolescente com o garoto sem se dar conta das dificuldades que enf...