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E finalmente decidi que no jantar, quando meu pai revelasse as suas novidades, eu também assumiria meu relacionamento com Rafe. Já era hora de ser honesta e falar sobre nós dois, sem segredos. Eu estava nervosa, claro, mas ao mesmo tempo sentia que seria o melhor momento para contar. Afinal, meu pai também teria algo importante a compartilhar, e isso me encorajava a fazer o mesmo. Estava decidida: não importava o que viesse, era a hora certa.
Após voltar da praia com meu pai, decido chamar o Rafe para dormir em casa, escondido. Ele entra silenciosamente e eu tranco a porta do quarto. Conversamos em voz baixa:
- Esse jantar é o melhor momento para assumirmos nosso relacionamento para os nossos pais.
Rafe me olha com uma expressão séria e pergunta:
- Você tem certeza?
Eu respiro fundo e respondo:
- Olha, é necessário ser rápido, e talvez esse jantar seja a oportunidade perfeita para isso acontecer.
Ele segura minha mão e, com um sorriso suave, diz:
- Se você está dizendo, eu concordo. Independente da escolha deles, eu vou sempre te amar. Somos nós dois, sempre, Maly.
Sinto meu coração acelerar. A ideia de contar tudo no jantar me enche de nervosismo, mas também de alívio. Finalmente, não teríamos mais que esconder nosso amor.
No jantar, a mesa estava cheia como de costume, e Sara estava lá. Parecia que ela tinha se resolvido com o pai, embora ainda não tivesse assumido o John B, pelo que eu sabia. Ela estava séria comigo, talvez porque meu relacionamento com o Rafe a incomodasse. Eu esperava que, depois de nos assumirmos, ela entendesse meu amor por ele.
Sentei ao lado do meu pai, com Wheezie ao meu outro lado, e do outro lado estavam Sara, Rafe, Rose, e Ward na ponta da mesa, como sempre. Começamos a comer, e meu pai falou sobre algumas novidades para a ilha, coisas básicas. De repente, Rose começou a falar:
- Bom, Ward e eu pensamos em fazer uma festa incrível, fechando metade da praia para uma festa exclusiva para nossa Wheezie. Ela fez uma lista de convidados, e todos vocês que estão aqui são convidados exclusivos dela.
Sara bateu palmas para a irmã, assim como Rafe e todos os outros. Wheezie estava radiante, toda sorridente:
- Escolhi vocês primeiro porque são especiais para mim. E, Sr. Seabrook, obrigada por sempre me ajudar quando preciso.
Wheezie e eu nunca fomos próximas, mas parecia que meu pai sempre a ajudava, como fazia com todos. Eu sabia que tinha sido convidada por causa da consideração dele, e isso era o suficiente para mim.
Ward limpou a boca e disse:
- Wheezie está crescendo, e eu e Rose - ele se levantou junto com a esposa - vamos renovar nossos votos depois da festa. E mais uma novidade... nossa família vai se expandir.
Eu pensei: Será que Rose está grávida? Mas, então, meu pai se levantou e disse:
- Temos um casamento planejado entre Rafe Cameron e Malu Seabrook, minha filha mais velha, que não está aqui, mas virá em breve. Isso vai unir nossas famílias.
Foi nesse momento que tudo desabou. Minha pressão caiu, meu mundo ficou turvo, como se fosse um pesadelo. Rafe se levantou bruscamente:
- E você nem me consultou? Por acaso perguntou se eu quero me casar?
Ward, olhando friamente para o filho, respondeu:
- Você me deve muito, filho. Sempre arranjando problemas... faça algo que preste pela primeira vez na sua vida.
Rose, com a voz firme, continuou:
- Faça algo útil para a família, Rafe.
Rafe levantou-se com raiva, batendo a cadeira, e saiu da minha casa. Eu fiquei totalmente sem reação, minhas mãos tremendo. Levantei-me e saí também, sem olhar para ninguém. Todos ficaram sem entender. Exceto Sara, que já tinha compreendido tudo. Ela veio atrás de mim, tentando me alcançar.
Cheguei no quarto parecendo um zumbi, com Sara logo atrás tentando conversar comigo. Sentei na cama e, enquanto uma lágrima escorria pelo meu rosto, eu continuava sem reação. Sara parou de tentar falar e simplesmente sentou ao meu lado, me abraçando. Ela sussurrou:
- Independente de qualquer coisa, eu sei como dói. Eu estou aqui.
Eu amava minha irmã, mas a dor era insuportável. Soluçando, desabafei:
- Eu amo a Malu, mas... por que ela? A melhor faculdade, a herdeira da empresa, e agora o meu namorado? Eu sei que seguiremos carreiras e responsabilidades diferentes, mas por que o Rafe? - As lágrimas escorriam sem parar enquanto me questionava em voz alta.
Foi então que meu pai apareceu na porta, com uma expressão séria:
- Sara, seus pais estão indo.
Ela me deitou na cama com cuidado e, sem dizer uma palavra, saiu do quarto. Eu chorava incontrolavelmente, soluçando, como se tudo estivesse desmoronando à minha volta. Meu pai se aproximou e sentou ao meu lado, colocando a mão no meu ombro.
- O que está acontecendo, Maly? - ele perguntou, a voz calma mas firme.
Nesse momento, decidi contar tudo. Precisava ser honesta.
- Eu e o Rafe... estamos namorando, pai. Eu amo ele, e isso me destruiu. Nós íamos nos assumir hoje. Não deixa isso acontecer, por favor. Me coloca no lugar da Malu, eu quero, pai - implorei, minha voz entrecortada pelas lágrimas.
Ele me olhou com seriedade, limpando meu rosto molhado:
- Maly, eu não posso permitir isso. Você ainda é uma criança e ele é um homem. Você não está pronta para cuidar dele, nem para lidar com as responsabilidades desse relacionamento. Já é errado esse amor existir. Você não pode namorar alguém maior de idade. Malu vai terminar a faculdade e terá tempo para ser uma esposa. Você ainda vai para a faculdade, e isso só atrapalharia o seu futuro. Você precisa se concentrar em adquirir o conhecimento que lhe falta. Você será uma das sócias mais importantes para sua irmã.
O olhar dele era firme, mas também havia um peso de tristeza em suas palavras. Eu o encarei, querendo gritar, chorar ainda mais, mas estava esgotada. Minha voz saiu fraca, cheia de dor:
- Eu queria que as coisas fossem diferentes, pai...
A sensação de impotência tomava conta de mim. Eu queria lutar por Rafe, mas estava presa entre o amor que sentia por ele e as expectativas da minha família.
Espero que gostem! Se encontrarem algum erro ou tiverem alguma sugestão construtiva, por favor, me avisem. Fiz com muito carinho e esforço.
