CAPÍTULO 3

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Andy sorriu amplamente ao ouvir seu nome, seus olhos brilhando com uma alegria genuína. Ela se aproximou dos amigos com um entusiasmo contagiante, a felicidade evidente em cada movimento seu. A separação que experimentara durante o último ano, enquanto estudava Relações Internacionais na Bélgica, parecia agora um detalhe distante em comparação com o prazer de estar reunida novamente.

A reação dos amigos ao vê-la de volta foi de alegria, mas cada um expressou esse sentimento de maneira distinta. Andy abriu os braços para Jake, um gesto que transbordava a energia contagiante que a caracterizava. No entanto, Jake, um tanto receoso e ainda se recuperando do choque da surpresa, hesitou. Seu desconforto com toques físicos era bem conhecido entre seus amigos, e ele reagiu com uma expressão de leve constrangimento.

— Você ainda tem aversão a toques? — perguntou Andy com um sorriso compreensivo, enquanto mantinha os braços estendidos. Jake, sem palavras, apenas assentiu lentamente, a vergonha visível em seu rosto. Como alternativa ao abraço, ele fechou a mão e deu um leve soquinho em direção a Andy, uma forma mais confortável e personalizada de cumprimentá-la.

Em contraste, Théo não hesitou ao ver Andy. Ele a envolveu em um abraço caloroso e apertado, demonstrando sua alegria com uma naturalidade que parecia complementar a exuberância de Andy.

Andy Jansen era uma tempestade de energia e ousadia, uma força vibrante que contrastava marcadamente com seu pai, o professor de matemática, atualmente padrasto de Jake.

Enquanto seu pai era conhecido por sua postura séria e meticulosa, sua presença era quase etérea, uma aura de sobriedade que pairava sobre sua atuação acadêmica. Andy, por outro lado, exibia um espírito irreverente que desafiava todas as convenções.

O professor se destacava pela calma e precisão nas aulas, sempre vestido com ternos impecáveis e gravatas que refletiam um comportamento de respeito e ordem, Andy brilhava com sua abordagem despojada e colorida. Seus cabelos, agora totalmente vermelhos, eram um reflexo da sua personalidade audaciosa e de sua rejeição às normas estabelecidas. A transformação dos seus cabelos não era meramente estética; era uma declaração de sua identidade vibrante e sua vontade de se distinguir das expectativas convencionais.

A diferença entre pai e filha era mais do que uma questão de estilo ou aparência; era uma verdadeira divergência de essência. Enquanto o professor mantinha uma abordagem metódica e previsível, Andy era a personificação da aventura e da espontaneidade. Seu comportamento desafiava normas e expectativas, uma postura quase rebelde quando comparada à forma contida e respeitável de seu pai. Esse contraste criava uma dinâmica de admiração mútua e choque, onde cada um via no outro a antítese de si mesmo.

Andy era, portanto, a encarnação da irreverência, uma qualidade que Jake experimentou pela primeira vez durante um sábado aleatório no Parc du Soleil Couchant.

Jake estava no primeiro ano do ensino médio, um período de sua vida repleto de desafios e transições. As aulas se estendiam de 8 da manhã às 8 da noite, e o peso dos estudos pressionava constantemente seus ombros. O parque era um dos poucos refúgios de tranquilidade que ele conseguia encontrar em meio ao caos acadêmico que ele ainda estava vivenciando que antecipavam sua admissão universitária.

Naquele dia, o parque, geralmente um local de calma, estava animado com a presença de Andy e seu grupo de amigos, todos garotos, exceto ela. Eles estavam todos andando de skate com uma destreza que parecia quase sobrenatural. Andy, com seus cabelos castanhos com algumas mechas avermelhadas e a atitude audaciosa, era o centro das atenções. Cada manobra sua no skate era uma demonstração de confiança e habilidade que mostrava fortemente com a postura reservada e quase encolhida de Jake.

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