Pedro Tófani, point of view,
São Paulo.Deitado no sofá de meu apartamento, olhando pro teto enquanto penso na vida, recebo uma chamada.
— Peu, libera a entrada aqui, por favor! Tunico não quer deixar a gente entrar pois você disse que não queria ser incomodado, o que é um ultraje, já que somos perfeitos e nunca incomodamos! — Assim que atendi, Malu começou a falar, fazendo-me revirar os olhos.
— Eu trouxe vinho! — Gritou Mari e logo abri os olhos com o susto.
— E eu trouxe aqueles enroladinhos da dona Neusa que você gosta! — Afirmou o Zebu de forma mais baixa, suspirei baixinho e então fui até o interfone.
— Já vou liberar! — Disse e desliguei a chamada. Conversei com Antônio, ou Tunico para os íntimos, e então ele liberou a entrada deles. Deitei no sofá novamente, pois eles já tinham minhas chaves de qualquer forma. Pus o braço no olho, pela dor no peito que assombrava meus dias. Havia voltado a terapia junto com os remédios, mas tinha que esperar para ver qualquer tipo de resultado.
— Ei, Pepeu?! — Chamou-me Marília entrando na casa devagar. Levantei o braço que não estava em meu rosto. — Oh, meu amor! Vem aqui pra mamãe te encher de beijos! — A mais baixa começou a me beijar no rosto, me fazendo rir e levantar do sofá, abraçando a mesma fortemente.
— Meu Deus, você é uma puta vingativa mesmo, amigo! — Falou Malu, então desfiz o abraço com a loira para olha-lá, mexendo em um moletom que João teria esquecido a um tempo.
— Aí eu nem lembrava! — Deitei de novo no sofá pondo o braço direito nos olhos novamente.
— Aí, Malu! Sinceramente! — Brigou o outro homem e então ela bufou, senti seu cheiro perto e logo meu braço foi retirado pelas mão da morena de meu rosto.
— Desculpa, vida! Como você tá?! Sei que são só três semanas de terapia e uma semana com o medicamento oficialmente, deve tá sendo difícil! — Luísa passava a mão em meu rosto, fazendo uma lágrima solitária escorrer de meus olhos.
— Pelo menos depois de tudo isso, ele me fez voltar pra terapia, né! — Exclamei rindo, mas ninguém riu comigo, suspirei em frustração.
— Fazer piadas sobre seus sentimentos não vai torná-los menores, só vai deixá-los mais em conflito, mais escondidos! A gente tá aqui pra te ouvir, e eu espero que você entenda que nem todo mundo é o vagabundo do Rogério! — Falou Zebu e então olhei para cima.
— O que você quer dizer com isso?! — Perguntei e então o mesmo engoliu em seco, olhando para as duas mulheres, que também desviaram o olhar. — O que é que vocês sabem que eu não sei?!
— Bom... — Começou Guilherme, mexendo as mãos de forma nervosa. — Eu, porra vou falar logo! Falei com o João.
— VOCÊ O QUE?! Puta que pariu, Guilherme! Você tem merda na cabeça?! — Questionei desesperado.
— Abaixe o tom, você não tá falando com seus coleguinhas da rua, vamos começar por aí! — Falou o moreno, fazendo-me baixar a cabeça como uma criança de cinco anos. Ok, ele realmente era uma figura paterna mais forte do que deveria na minha vida. — Falei com ele pois queria entender o porquê de toda essa merda. Ele me disse o que aconteceu, me mandou prints, áudios, vídeos. Videos que eu não queria ter visto diga-se de passagem, trauma eterno. Mas ele me explicou, e óbvio que não estou de acordo com essa abordagem dele, principalmente te pondo nessa situação sem nem mesmo te questionar ou te explicar nada, mas acho que seria bom você falar com ele e por os pingos nos i's.
— Mas óbvio que isso não é a regra, você pode simplesmente não fazer isso, ok?! Pode ter raiva dele, querer dar o troco, mas não se machuca alguém machucado como ele fez e acredito que você poderia dar a chance dele pelo menos se redimir de alguma forma! — Nesse ponto, Marília já estava sentada ao meu lado no sofá, fazendo cafuné em meus cabelos de forma lenta.
— Você pode pedir pra ele pagar dois meses dos seus remédios! — Brincou Malu, fazendo todos rirem.
— Hey, vem cá?! — Perguntou Zebu e quando olhei pra trás ele estava com os braços abertos em minha direção, corri com uma criança até o mesmo e abracei.
Ele riu e retribuiu de maneira forte. Sorri, era bom estar em casa.
[...]
Depois de uma semana eu decidi perguntar ao Romania se ele ainda queria me explicar as coisas, e agora eu estava andando de um lado pro outro pela casa, esperando o loiro chegar.
— Oi... — Abri a porta assim que ele bateu. Ele me olhou nos fundos dos olhos, parecia cansados, tinha olheiras e estava levemente pálido.
— Oi! — Disse em um suspiro de alívio, parecia tenso. E eu por ser tão idiota sentia uma forte vontade de abraça-lo e fazer os problemas sumirem. Como se pode gostar tanto de alguém em tão pouco tempo...
— Entra, pode sentar no sofá! Quer água?!
— Aceito, por favor! — O homem entrou de forma desengonçada. Parecida não saber o que fazer e nem como agir, peguei a água e suspirei fundo. Sentei-me ao seu lado, de forma mais afastada e então pedi para ele começar.
Ele começou com a voz trêmula, pedindo desculpas e então começou a me explicar que ele e essa Beatriz iriam fazer quatro anos juntos julho passado, e que estava planejando um pedido quando descobriu as diversas traições da mesma. Com o corpo tremendo exarcebadamente, me entregou o celular com as pastas, e disse que tirou os vídeos mais explícitos para me resguardar.
— Eu sei que o que eu fiz foi errado, eu peço a Deus todos os dias para tirar essa dor que causei em você e colocar ela em mim. Todos os dias. Eu não durmo desde o ocorrido e eu sei que mereço isso, pois eu fiz alguém tão incrível e lindo sofre por conta dos meus próprios problemas! Eu não tinha esse direito e também não posso pedir pra tu me perdoar, Pedro! Só queria que me ouvisse, sei que fiz por que quis, mas não quis fazer isso contigo, eu quis fazer isso com ela e eu sinto muito em ter te colocado nessa merda! — O Balbino chorava como uma criança desprotegida, apertando os próprios braços, tão perto de cair de um penhasco de sua própria dor.
Puxei meus braços para mim, fazendo ele me olhar com dúvida, pus os mesmos ao redor do meu pescoço e então o puxei pra mim.
— Respira! Um... Dois... Três... Tá tudo bem, eu tô aqui! — O loiro foi se acalmando com o tempo, e então ele passou o resto do dia, e da noite comigo.
Sim, talvez eu tenha perdoado. Mas isso não significa que eu voltei a transar com ele.
Não ainda.
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Capítulo Revisado
Palavras: 1140
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ᴇᴜ ᴘᴏꜱꜱᴏ ꜱᴇʀ ᴄᴏᴍᴏ ᴠᴏᴄê, au pejão
ФанфикOnde Jão Romania precisa descobrir o que verdadeiramente é. Ou Onde Pedro Tófani parece ser um ótimo começo para isso. "- Você não percebeu que eu te amo?! Minhas veias clamam por você! - Gritou o loiro, enquanto as lágrimas inundavam seu rosto, en...