Eu fiz porque eu sentia, que se não eu sumiria

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Pedro Tófani, point of view,
São Paulo.

Acordei em um lugar desconhecido com uma pessoa conhecida e animais desconhecidos em cima de mim. O rosto de João brilhava com o sol, seu peito desnudo, cheio das marcas que fiz ontem a noite, parecia tudo incrível. O banho, após tudo, que ele me deu, a roupa que me emprestou e o fato de ter perguntado se poderia deixar os gatos entrarem para dormirem pois sempre dormiam juntos.

Era tudo incrível demais.

— Me observando tal qual um psicopata, uhm?! — Perguntou o Romania fazendo-me acordar de meus pensamentos e revirar os olhos dando uma batidinha de leve em seu peito.

— Nada do que o senhor já não fez! — Respondi fazendo o mesmo me agarrar os braços e me deitar novamente em seu peito quente.

— Não tenho culpa se você é lindo! — Disse o loiro, fazendo carinho em meus cabelos, olhei pra cima observando seu rosto angelical e sorri.

— Faço das suas palavras as minhas! — Devolvi, ele riu e então olhou para outro lugar, quando olhei vi os gatos me encarando com uma expressão suspeita.

— Esqueci de te apresentar meus filhos! Bom, aquele ali é o mais novo, Quito! Vou te mostrar umas fotos dele menorzinho! — Apontou para o gato cinza que ao mesmo tempo me olhava, brincava com o meu lençol.

— Oi, Quito! — Ele miou pra mim e então sorri aconchegando minha cabeça no peito do homem.

— Aquele mais atentado é o Santiago, laranjas dão um trabalho! — Apontou para o que estava preste a derrubar o potes de caneta da mesa do Romania, mas parou assim que ouviu seu nome e desceu, vindo até a cama pedir carinho do pai. — Aquele dali que não se importa com nada, preto e branco é o Vicente, ele simplesmente vai te amar se você der comida pra ele e fizer carinho na cabeça.

— Olá, Santiago e Vicente! — Mexi minha mão em uma risada e então miados foram ouvidos pelo quarto fazendo meu riso aumentar.

— E por último, mas não menos importante, a dona da casa, Dona Chicória! Ela parece é irritável, amarga e arrisca e ela é tudo isso, por isso que se ela quiser vir até você, ela vai vir, mas nunca vá atrás dela! — Falou o Balbino e balancei a cabeça de forma positiva, dando apenas um leve aceno de mão para a mesma, que apenas me encarou como se eu fosse completamente indesejável.

— São todos lindos! — Disse e então fechei os olhos mais uma vez.

A sensação de estar em casa era tão libertadora, sem medidas do quanto é confortável.

[...]

Levantamos uma hora mais tarde, tomamos banho juntos sem nada demais, apenas aproveitando o momento de intimidade um com o outro, se amando como nunca fizemos antes.

— Tô com uma puta dor de cabeça! — Exclamou Jão, secando os cabelos de forma desgrenhada, realmente ele deveria estar com dor pra fazer isso.

— Pelo menos não tá com a puta do bar! — Respondi vestindo sua calça moletom encarando o mesmo de canto de olho. Ele revirou os olhos e me abraçou por trás.

— As únicas putas da minha vida são a Giovana e você, docinho! — Eu virei para ele dando um belo tapa no seu peito, fazendo o mesmo morder os lábios em dor.

— Puta é sua cara! — Ele me apertou e me beijou no pescoço enquanto eu tentava sair dos seus braços por pura pirraça.

— Não foi o que você disse ontem! — Sussurrou em meu ouvido e então me livrei de seu aperto. Óbvio que senti falta, mas meu drama de pessoa tóxica falou mais alto.

— Vai se fuder! — Sai do banheiro e antes que ele pudesse responder algo logo falei. — E nem fale nada, vou te dar uma dor de cabeça real!

— O que você quiser, meu bem! — Afirmou rindo e então fomos tomar café.

Tomamos café juntos, ele tomou o remédio e ficamos grudados no sofá após o mesmo lavar a louça e me proibir de fazer qualquer coisa que não seja um cafuné em seus cabelos.

[...]

A noite ia caindo e minha hora de voltar pra casa estava chegando, me arrumei com minhas roupas do dia anterior enquanto ele colocava roupas adequadas para pilotar. Tentei convencê-lo de que estava tudo bem eu pegar um Uber, mas ele me rebateu sobre os preços e que "se tinha ele pra ser meu motorista, porque eu iria subir na moto de outro homem?!" Então aceitei com relutância.

Me despedi de seus gatos, com distância de Chicória obviamente, e fomos em direção a minha casa. Sentia o vento em meus cabelos, toda a adrenalina em minhas veias e as estrelas que enfeitavam calmamente o céu nesse começo de noite escuro faziam tanto sentido como sempre. Estar na garupa dele me fazia sentir tão vivo.

— Chegamos, meu amor! — Exclamou Romania quando chegamos na porta do meu apartamento.

— Obrigado por me deixar em casa e pelo dia incrível que tivemos, por favor, não esquece de falar comigo quando chegar, te amo muito! — Falei suspirando baixinho, não queria que ele fosse embora. O loiro me puxou para um abraço e um selinho rápido.

— Antes de 'tu entrar, quero que saiba que sempre vou estar aqui, estamos nessa a uns cinco meses quase, eu sei, não é muito tempo, mas sinto que vivi mais vidas contigo do que posso contar e eu sinceramente não tenho vergonha de dizer o quanto te amo! Somos novos, eu sei, mas quero viver ao seu lado e se isso é imaturidade, só quero ser imaturo com você! — Disse Jão, deixando-me sem palavras, me deu mais um selinho e foi embora. Sem me deixar dizer nada.

Como eu tive essa sorte?! Não faço a mínima ideia, mas vou aproveitar!

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Fumando qualquer coisa...

Capítulo Revisado
Palavras: 955

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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ᴇᴜ ᴘᴏꜱꜱᴏ ꜱᴇʀ ᴄᴏᴍᴏ ᴠᴏᴄê, au pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora