Embora Heeseung quisesse que Jake desaparecesse de sua vista, ele sentia uma chama ainda o consumir, teimando em resistir à frieza de suas palavras. A noite caía pesada ao seu redor, e o silêncio que antes parecia acolhedor agora o sufocava. Incapaz de suportar a ideia de Jake, vagando sem rumo pelas ruas, ele pegou o celular com mãos trêmulas, hesitando por alguns segundos antes de enviar uma mensagem curta e direta:
"Você ainda pode ficar no quarto da mansão, até encontrar um lugar."
Assim que a mensagem foi enviada, Heeseung sentiu o peito apertar ainda mais. A dor que ele carregava era esmagadora, mas havia algo que o impedia de ser completamente cruel. Ele não queria ver Jake jogado ao relento, exposto à escuridão da noite, abandonado como se fosse alguém sem valor. Isso seria fácil demais, seria algo que Heeseung poderia fazer se estivesse apenas com raiva. Mas ele não estava apenas com raiva.
A verdade era que ele não queria vingança. Não queria que Jake sofresse mais do que já estava sofrendo. No fundo, Heeseung desejava que Jake enfrentasse a justiça — mas que essa justiça fosse por decisão dele, que ele mesmo se entregasse. Ainda assim, o pensamento de abrigar um criminoso sob seu teto era perturbador. Sabia que era perigoso, sabia o que Jake havia feito e as consequências de suas ações. Mas, apesar de tudo, o que mais o perturbava era o fato de que ele não sentia medo. Não conseguia se afastar de Jake como deveria.
Ele deveria ter medo, deveria estar furioso ao ponto de explodir. Mas não era o caso. Em vez disso, havia uma dor inexplicável, uma sensação de traição tão profunda que parecia quebrá-lo por dentro. O coração de Heeseung estava despedaçado, em pedaços que ele não sabia como recolher.
Ele recostou-se contra a parede de seu quarto, deslizando lentamente até estar sentado no chão. Seus olhos fixaram-se em um ponto no vazio enquanto sua mente ecoava a mesma pergunta repetidamente: "Por quê?" Por que, depois de tudo que ouviu, ele não conseguia odiar Jake completamente? Por que ele não corria para a polícia, ou sequer se levantava para tomar qualquer medida contra ele? Por que tudo o que queria fazer era chorar até que não restassem mais lágrimas?
A imagem de Jake ajoelhado, em prantos, ainda estava gravada em sua mente. Ele não conseguia afastá-la, por mais que tentasse. O rosto de Jake, contorcido em dor e arrependimento, parecia assombrá-lo. E era isso que rasgava o peito de Heeseung: a visão de um homem que, mesmo destruído pela culpa, ainda significava tanto para ele.
"Eu deveria querer justiça. Deveria querer que ele pagasse por tudo." Heeseung pensou, sentindo os olhos arderem novamente. "Mas por que eu só quero abraçá-lo e aliviar essa dor? Por que, mesmo sabendo que ele poderia ter me matado a qualquer momento, tudo o que sinto é essa angústia avassaladora?"
Ele queria rasgar o peito, arrancar essa dor e deixá-la para trás, mas sabia que isso era impossível. Cada segundo que passava, cada batida de seu coração parecia sussurrar o quanto Jake ainda importava. Heeseung sentia que perdoá-lo não era uma opção, não depois de tudo o que havia descoberto. Mas ao mesmo tempo, o ódio não era algo que ele conseguia sustentar.
Apoiando a cabeça nos joelhos, ele deixou que um soluço escapasse, quebrando o silêncio da noite. Jake havia destruído a confiança que Heeseung depositava nele, mas, de alguma forma cruel, ele ainda o amava.
"Por que eu não posso simplesmente odiar você, Shim Jaeyun? Por que você tinha que arruinar tudo?"
Heeseung permaneceu ali, encostado na parede, enquanto a madrugada avançava. A angústia parecia uma presença constante, um peso que não deixava seus ombros. Ele ainda não conseguia entender por que, apesar de tudo, sua mente e seu coração estavam presos a Jake, a um homem que havia mentido e enganado, que era capaz de coisas tão terríveis.
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Red looks good on you
FanficJake vivia uma vida miserável como assassino de aluguel. Ele era obrigado a carregar esse fardo para garantir a sobrevivência de sua mãe que tinha uma doença terminal. Entretanto, um serviço em especial mexeu muito com ele, e ele se viu perdido entr...