Capítulo 59

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Estacionei meu carro na frente da casa da família de Dulce e me despedi dos dois, dizendo que já voltava

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Estacionei meu carro na frente da casa da família de Dulce e me despedi dos dois, dizendo que já voltava. Ela beijou meus lábios, tentando passar toda a força e coragem que eu precisava naquele momento.

Suspirei quando vi os dois entrarem. Eu estava querendo evitar uma conversa profunda com minha mãe, mas, o momento chegou e eu precisava encarar.

Toquei a campainha e a pessoa que costumava cuidar da minha mãe por conta das sequelas do acidente, abriu a porta, logo me cumprimentando e me dando espaço para entrar em casa.

— Sua mãe está na sala de estar. — Eu sorri sem mostrar os dentes e assenti, logo caminhando até a sala, onde minha mãe assistia televisão sentada no sofá.

— Lembrou que tem mãe? — Ela disse assim que me viu e eu permaneci sério. — Podia lembrar que sou avó e trazer seu sobrinho para me ver também. — Assenti ainda em silêncio, tentando entender o que se passava na minha cabeça naquele momento em que eu a encarava.

— Ele está na casa de Fernando e Blanca, pois precisava conversar muito sério com você. — Ela me encarou mais séria dessa vez, cruzando os braços.

— Espero que seja para me contar que você e Dulce decidiram acabar com essa palhaçada de casamento. — Eu ri pelo nariz e balancei a cabeça, sentindo a raiva tomar ainda mais conta do meu corpo.

— Agora eu entendo muito bem porque a senhora nunca aceitou eu estar com Dulce. — Coloquei as mãos dentro do bolso, pois elas estavam soando por conta da raiva que eu estava sentindo. — Provavelmente, sua consciência se contorce com o fato de você ter tido um relacionamento extraconjugal com Manuel, e que por isso tia Letícia se matou na sua frente, deixando os filhos sem mãe por culpa de vocês dois. — O semblante dela se fechou no mesmo momento, confirmando o que eu já sabia. — Porra! — Falei passando as mãos nos cabelos e desviando meu olhar do dela.

— É um absurdo isso que você está dizendo. — A olhei completamente cheio de ódio.

— Chega de mentiras, mãe. Chega! — Gritei. — Eu não aguento mais guardar seus segredos. Eu estou extremamente cansado de você e das suas mentiras!

— Você vai acabar com tudo se contar isso para alguém. — Ela disse séria, mas seus olhos brilhavam de alguma forma, talvez pelas lágrimas que se criavam em seu olhar.

— Eu não vou acabar com nada, da mesma forma que a culpa não seria minha se eu contasse a verdade pro meu pai na época. — Disse gesticulando com os braços, indignado. — Você é a culpada de toda essa desgraça. Foi você e Manuel que criaram toda essa bagunça quando decidiram trair suas famílias dessa forma.

— Nós não escolhemos por quem vamos nos apaixonar, Christopher. — Sua voz saiu embargada e eu ri com escárnio daquela frase.

— Engraçado que essa frase serve pras suas palhaçadas, mas quando se trata do meu casamento, eu preciso largar a pessoa que eu amo pra que ela fique com Alfonso. E tudo isso porque você não consegue conviver com a culpa de ter ocasionado a morte da mãe dele. — Senti minha garganta ficar pesada e um nó se formar, mas segurei o choro. — Dulce sempre teve um carinho enorme por você, e acha que do nada deixou de gostar dela.

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