Eu estava sentada no sofá da sala de estar, com as pernas cruzadas e o celular em mãos, navegando por redes sociais sem muito interesse. Erick, como sempre, não estava muito longe. Ele tinha acabado de sair da cozinha com um copo de suco na mão e, ao perceber que eu estava distraída, decidiu se aproximar. Sentou-se ao meu lado , um pouco mais perto do que o normal, e observou o que eu fazia por alguns segundos.
"Você anda muito ocupada ultimamente, né?" comentou ele, aparentemente sem nenhuma intenção específica.
Sem tirar os olhos da tela, dei um leve sorriso. "É, você sabe como é... coisas para fazer, pessoas para ver."
"Ah, pessoas para ver, hein?" Erick repetiu, fingindo estar mais interessado do que realmente estava. "Alguma pessoa em especial?"
Finalmente olhei para ele, arqueando uma sobrancelha. "Por que a curiosidade, Erick? Tá com ciúmes?"
Ele riu, mas havia uma ponta de verdade em sua resposta. "Talvez eu só queira saber se tenho concorrência."
Dei uma risada divertida, balançando a cabeça. "Concorrência? Deixa de ser bobo, Erick. Desde quando você tem algo a temer?"
"Desde que percebi que o mercado tá acirrado," ele disse com um sorriso provocador, inclinando-se um pouco mais para perto de mim. "Vai que eu perco o lugar, né?"
Revirei os olhos, mas o sorriso continuava nos lábios. "Erick, se você continuar com essas piadinhas, eu vou começar a achar que você tá tentando me dizer alguma coisa."
"Será que estou?" Ele retrucou, mantendo o tom leve e brincalhão, mas com uma piscadela sutil que fez o meu estômago dar um leve nó. "Vai que eu tô só esperando a hora certa."
Eu ri mais uma vez, dessa vez empurrando ele levemente no ombro. "Você é um caso perdido, sabia? Ainda bem que eu já me acostumei com as suas indiretas."
"Indiretas? Eu? Jamais." Erick respondeu, levando uma mão ao peito em uma atuação exagerada de ofensa. "Eu sou um livro aberto, Ayla."
"Um livro cheio de piadinhas ruins, talvez," provoquei, jogando o cabelo para o lado e voltando a olhar para o celular, embora agora estivesse mais consciente da presença dele ao meu lado.
Erick se recostou no sofá, satisfeito com a minha reação.
Você fica tão bonita nervosinha.—Ah,vai incomodar suas ficantes,respondi meio irritada.
Erick começou a rir igual idiota.—Já pensou em ser mãe?
—Já Erick, respondi com tédio.
—Que coincidência porque eu também penso em ser pai.
Encarei ele como se eu fosse o matar,ele sabe que essas brincadeiras me deixa irritada.
—Não fica brava,já que não posso mais fazer aquelas brincadeiras pouco convencionais, tive que inventar outra forma de chamar sua atenção.
—Você é um idiota, sabia? — falei, tentando manter a seriedade, mas sentindo o canto dos lábios querer se levantar em um sorriso.
—Sabia, sim. Mas pelo menos sou seu idiota favorito — ele respondeu, com aquele sorriso despretensioso que sempre me desarma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O despertar do amor
RomantizmDesde a infância, Ayla e Erick mantiveram uma amizade marcada por travessuras e implicâncias. Quando tinham 18 anos, um vínculo especial surgiu entre eles, mas, ocupados com questões pessoais, nunca perceberam a profundidade dos sentimentos que comp...