Duas Semanas Depois Daquela Noite

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Segunda, dia 21 de outubro de 2024

Namjoon estava puto.

Desceu na central do Brasil às 9:15 e ainda levaria meia hora para chegar à faculdade, onde sua aula começava às 9:20. A porra do trem tinha variado em Deodoro, e ele levou mais de uma hora e meia para ir de Nova Iguaçu até a Central. Nem se pegasse um foguete conseguiria chegaria no horário na faculdade, e, para piorar, tinha um seminário para apresentar. Seus créditos haviam acabado, e ele nem podia avisar nenhum dos amigos que chegaria atrasado. O moreno passou as mãos pelos cabelos curtos e bufou um "Puta que pariu!" enquanto atravessava a rua. Escutou, então, uma buzina.

— Ei, grandão! Cuidado aí, irmão. Quase que eu te atropelo. — Hoseok parou a moto ao lado do maior e sorriu canalha para ele. Os flashs que rondavam a mente de Namjoon no momento que viu aquele sorriso... O corpo menor que o seu contra a parede enquanto chacoalhava à medida que ele estocava. As pernas fortes em volta da sua cintura. Os gemidos graves gostosos para caralho, provocando-o em uma sequência de: "É só isso que você sabe fazer, grandão?", "Me fode com raiva, porra!" e "Me quebra, caralho!"... Namjoon teve que sacudir a cabeça de um lado para o outro para afastar as lembranças. Porra, ele iria sair com Seokjin, não com o motoboy.

— Oi, Rafa — respondeu quando conseguiu afastar as memórias.

— 'Tá fazendo o que perdido na Central, mano? — O maldito sorriso canalha permanecia nos labios bonitos e bem desenhados do outro. Se Namjoon se esforçasse, conseguiria sentir o gosto dos beijos brutos que trocaram naquela noite. Deus, ele iria enlouquecer.

— 'Tô indo 'pra faculdade, 'né?! 'Tô atrasado para um senhor caralho!

—Tu estuda na mesma 'facul que o Jota, 'né? Sobe aí, irmão. Tenho que dar um corre na Zona Sul mesmo. — Porra, a merda era que, se subisse naquela moto, seria impossivel não colar o corpo contra o do outro. Seria impossivel não pensar na porra daquela noite. Pela logística, ir de moto não o faria chegar no horário, mas o faria chegar menos atrasado.

"Foda-se", pensou Namjoon.

— Tu 'tá salvando minha vida, sério mesmo, Hobi — disse enquanto subia na garupa da moto, a mesma garupa que ocupou na manhã seguinte, quando Hoseok insistiu em deixá-lo em casa, já que, segundo as palavras do mais velho, ele "mora na puta que pariu de esquina com a casa do caralho".

Namjoon se lembrava de apertar os braços em volta da cintura do outro, pensando que o clima estava leve e propenso para que um beijo fosse depositado no pescoço, além de fazer uma piadinha sobre a bunda do menor roçando nele ao longo do caminho. Quase parecia um sonho, um delírio que nunca realmente aconteceu.

Mas não hoje.

Hoje era um novo dia.

Fazia quase duas semanas que tudo havia acontecido. Todos eles entraram em um acordo silencioso de que nada daquilo realmente ocorreu entre sete homens. Namjoon fingia para si mesmo que havia transado apenas com Seokjin. Ele repetia que só o moreno importava, ignorando a vontade de ter as pernas bronzeadas sobre os seus ombros todas as vezes que Taehyung aparecia com aquela bermuda de linho que as deixavam à mostra. Também ignorava quando sua mente o traía e o fazia imaginar a boca bonita de Jimin o beijando mais uma vez. Porra, ele estava tão fodido mentalmente e esperava que os outros também estivessem.

— Chegamos, meu parceiro. — Namjoon só percebeu que havia se perdido em pensamentos quando o Hoseok anunciou a chegada. Desceu da moto e entregou o capacete ao outro logo em seguida.

— Valeu, pela carona, Rafa. Se você não tivesse me trazido, eu teria perdido a apresentação de um trabalho, e nem crédito para avisar o pessoal eu tenho. — Riu e viu o sorriso de Hoseok se abrir. Porra, deveria ser crime alguém sorrir tão bonito assim.

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⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

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