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Obs: o cap está em análise por alguns erros, então se acharem algum relevem. Estou postando porque a meta ultrapassou há tempos.

 Estou postando porque a meta ultrapassou há tempos

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carolina pimenta 🌶️

Nunca vi um período de férias tão turbulento. Acho que é a época do perrengue. Tirando as três vezes que eu e Luana tivemos que levar o vô pro hospital, em casa as coisas estragaram tudo de uma vez basicamente. E a minha tia nunca esteve tão difícil de lidar.

Foi assim que eu decidi que iria sair um pouco pra esvair. A questão é que eu não imaginava nem 1/3 do que me aconteceria assim que eu descesse daquele ônibus com minha humilde bolsa e meu resto de sanidade mental.

É, eu de fato não precisava sofrer um assalto em plena Perdizes, mas isso aconteceu, olha que eu nem estava com cara de quem tem dinheiro. Não que o bandido olhe isso, né? Eu quis até dar uma de Estocolmo pra ver se ele devolvia minha identidade, pelo menos, mas desisti quando vi a trinta e oito no bolso.

Eu não fui a única vítima, mais duas pessoas foram abordadas e provavelmente ele não parou por aí. Quando a realidade colidiu com meu corpo, eu senti uma imensa vontade de chorar e aí me lembrei o por quê estava em outro local, bem longe de casa: queria beber.

O plano era o Micael e a Marina aparecerem aqui, entretanto, eles parecem ter me dado um bolo... estou nesse barzinho de procedência duvidosa que passa despercebido por ser perto do Allianz Parque, literalmente só virar a rua, sendo a do Allianz a Palestra, e essa que estou é a Cayowaá.

Me sento desolada na cadeira do boteco do Ruan e acho que estou louca quando digo à seguinte frase:

– Pode me trazer uma cerveja? Trincando de gelada, por favor.

O atendente faz que sim e em alguns instantes abro a minha latinha e coloco o líquido no copo.

– Algo mais?

Eu nego de prontidão e me preparo pra uma experiência nada comum na minha vida que é beber esse troço que só velho gosta. Não sei se são as frequentes desgraças ou desapontamentos, mas o gosto dessa vez é melhor e desce como um tipo de alívio pela garganta. Que merda, quem eu estou me tornando? Eu deveria esperar até os vinte anos pra tomar cerveja.

Pego meu telefone que estava enfiado no sutiã e dou graças a Deus pelo trombadinha só ter levado minha mini bolsa, que só comportava meu RG, um pente de cabelo e um gloss barato da vinte e cinco de março. Bom, não se espera muito de uma atendente de farmácia. Eu não tenho dinheiro no fim do mês.

Entro no WhatsApp e xingo a Marina por inteiro, porque se estou sozinha nessa merda de lugar a culpa é dela.

"Que isso? Como assim sofreu um assalto? Pqp! Eu tô há cinco minutos daí, nunca te daria um bolo"

Uma linda mulher - Raphael Veiga.Onde histórias criam vida. Descubra agora