Capítulo 27 - No Limite

32 4 0
                                    

Corria pelos corredores de Hogwarts com os pulmões em chamas. Chegara a pouco da Mansão dos Malfoy, apressada para tomar banho e colocar vestes limpas antes do Clube de Duelos. Era sábado e ninguém naquela casa enorme se dignou a me acordar. Só de lembrar, eu sentia vontade de revirar os olhos.

Bellatrix me deixara dormir em seu quarto na noite anterior e quando acordei naquela manhã, um pergaminho sobre a mesa de cabeceira me avisou para chamar um elfo. Ele me trouxe uma grande bandeja de café da manhã e meu desespero começou quando ele me disse o horário.

Eu larguei a bandeja, o elfo e o quarto em segundos. Meu cabelo deveria estar um caos e minhas roupas e o meu rosto, amarrotados. Desci as escadas pulando os degraus e quando toquei a maçaneta da porta principal, ouvi a voz fria soar às minhas costas.

– Hermione – Voldemort chamou.

Olhei para ele impaciente. Ele sentia o meu cheiro? Sempre aparecia quando eu passava por ali...

– Eu tenho que ir agora – murmurei afobada. – Estou atrasada. 

Deixei o homem de feições ofídicas para trás e corri para os portões. Eu sabia que o que eu acabara de fazer poderia me sentenciar à morte, mas eu estava mais preocupada em chegar na hora na aula. Assim que atravessei os portões de ferro, olhei para o anel no meu dedo e o toquei.

Nada aconteceu.

Merlin! Mas não era uma chave de portal?

Tentei aparatar, mas para a minha frustração, o resultado foi o mesmo.

– Hermione! – a voz de Bellatrix reverberou pelo jardim. – Onde você vai?

Deixei meu olhar vagar para Bellatrix e ela me encarava como se eu fosse louca. Eu deveria estar parecendo mesmo. Mas que diferença fazia? Eu tinha que ir para Hogwarts!

– Tenho que voltar! – expliquei voltando a me aproximar da entrada da casa. – Mas o anel não está funcionando e eu não consigo aparatar!

Ela pareceu achar graça do meu desespero e me puxou pela mão para dentro da casa novamente.

– Achei que estivesse fugindo, pela sua pressa e o seu cabelo... – Bellatrix replicou bem humorada. – Você conseguiu assustar o elfo doméstico, sabia?

Tentei ajeitar os fios com as mãos, mas eram muitos os nós. Ela viu minha luta e com um aceno de varinha, meu cabelo se ajeitou.

– Obrigada – agradeci. – Mas é sério, eu preciso voltar para a escola!

– Puxou o pai – a voz fria tornou a preencher o corredor. – Dedicada aos estudos.

Bellatrix revirou os olhos antes de se virar para Voldemort e fazer uma leve reverência. O homem continuava no mesmo lugar de minutos antes, com os braços cruzados sobre o peito.

– Se isso o deixa tão satisfeito, diga logo que ela é igual a você, Milorde – Bellatrix murmurou e o homem abriu um pequeno sorriso.

– Não, não. Hermione pode ter puxado meu poder e meu intelecto, mas tem a sua beleza, Bella – comentou e eu vi a mulher quase se derreter ao meu lado – e sua petulância.

Eles realmente estavam fazendo isso? Eu estava atrasada! Não tinha tempo para analisar meus genes!

– Desculpa interromper, mas eu realmente preciso ir – disse com urgência.

Os olhos dos dois se voltaram para mim e Voldemort se aproximou.

– Era o que eu estava tentando te avisar – começou. – O anel não funcionou porque sua a magia está oscilando demais para ativá-lo.

Sangue Negro | SnamioneOnde histórias criam vida. Descubra agora