13 - Poetas Assombrados

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Celine

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Celine

Durante o dia, o Clube parecia ainda mais bonito.

As portas sempre eram mantidas abertas e a luz do sol entrava por todos os lados. Agora eu pude ver com mais clareza os detalhes da arquitetura, as curvaturas dos guarda-corpos e as cortinas brancas esvoaçantes, voando para fora das janelas conforme o vento soprava. Os batentes com flores e plantas apoiadas, além de esculturas variadas aqui ou ali.

Segundo Graziela, aquela era uma pequena ilha cuja única construção era o Clube. Havia um bosque atrás com muitas árvores e um pequeno rio formado naturalmente por conta do movimento da represa.

— Finalmente em casa! — Irina riu e se largou deitada no sofá, caída com seu biquíni branco e um sorriso no rosto.

— Nós temos que dar um jeito nesse lugar. — Grazi comentou, prendendo os fios cacheados num coque cheio. — Limpamos a maior parte para o evento, mas ainda tem um monte de salas que ficaram trancadas por anos.

Ela deu um sorrisinho de diabrete e se livrou das sandálias, caminhando com os pés nus pelo saguão de entrada agora repleto de sofás e poltronas. Rodopiando, Grazi seguiu pela escada à esquerda, subindo alegremente.

— Eu vou para a sala das cerâmicas! — Ela comemorou e correu, desaparecendo no meio dos corredores.

— Arte é algo muito curioso. Como pode um pouco de água e argila deixar alguém tão feliz? — Irina se perguntou e deu uma risadinha, mas colocou-se de pé em seguida. — Celine, vem comigo.

Seguimos juntas pela escadaria à direita e minha curiosidade foi aguçada. Irina balançava o molho de chaves e destrancava todas as salas, uma forma silenciosa de libertá-los.

Uma sala cheia de quadros, cavaletes e tintas perdidas no meio de uma bagunça artística. Outra sala com instrumentos musicais. Outra com um piano belíssimo e um violoncelo levemente empoeirado. Mais uma uma ante sala e um aviso enorme para não acenderem as luzes sem avisar...

Meu fôlego desaparecia cada vez mais, surpresa com tudo o que o Clube oferecia. Parecia contemplar absolutamente todos os tipos de arte e meus olhos brilhavam a cada um que passava.

— Confesso que eu gastei quase todo o meu dinheiro para construir esse lugar, mas eu não me arrependo. — Irina comentou e sorriu, quase como se lesse minha mente.

— É incrível! Foi você quem desenhou a planta?

— Ah, não. Meu avô era o dono dessa casa e deixou para mim depois que morreu. Eu ainda era adolescente, mas queria transformar tudo em... arte! Beleza! Tudo o que nós dois admirávamos.

— Deu muito certo. Esse lugar é etéreo!

Irina sorriu, orgulhosa. Era o sorriso e a satisfação de quem tinha alcançado o mais ousado e ambicioso de seus objetivos.

Inesquecível IrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora