6-1. Lily

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- Já decidiu o que vai fazer no aniversário da Emerson? - pergunta Allysa.

Ela e Marshall fizeram uma festa tão grande no primeiro aniversário da filha deles, Rylee, que parecia mais um baile de quinze anos.

Acho que vou só comprar um bolinho para fazer uma espécie de smash the cake e dar alguns presentes. Não tenho es- paço para nada maior do que isso.

-A gente pode fazer alguma coisa lá em casa sugere Allysa.

Quem eu convidaria? Ela vai fazer um ano, não tem amigos. Nem sabe falar ainda.

Allysa revira os olhos.

Nós não fazemos festas infantis por causa dos bebês, e sim para impressionar os amigos.

Você é minha única amiga, e não preciso te impressio- Entrego para Allysa um pedido tirado da impressora. nar.

-Vamos jantar hoje?

Nós jantamos juntas pelo menos duas vezes na semana na casa dela. Ryle passa lá de vez em quando, mas planejo propositalmente as visitas para as noites em que ele está de plantão. Não sei se Allysa já percebeu. Se tiver percebido, ela provavelmente me entende. Ela diz que é difícil ver Ryle perto de mim porque também suspeita de que ele ainda tem esperanças de reatar comigo. Allysa prefere ficar com ele quando não estou presente.

-Os pais de Marshall chegam na cidade hoje, lembra?

-Ah, é. Boa sorte.

Allysa gosta dos pais do Marshall, mas acho que ninguém fica muito animado em ter os sogros em casa por uma semana.

O sino da porta toca, e Allysa e eu olhamos para cima ao mesmo tempo. Porém duvido que o mundo dela tenha começado a girar como o meu.

Atlas está vindo na nossa direção.

-Aquele é o...
-Meu Deus- sussurro baixinho.
-sim, ele é mesmo um deus - cochicha Allysa.

-O que ele está fazendo aqui?

E por que ele se parece mesmo com um deus? Assim fica bem mais difícil pensar na decisão que tenho que tomar. Não consigo nem encontrar as palavras para cumprimentá-lo. Apenas sorrio e o espero chegar até a gente, mas o trajeto da porta até o balcão parece estar um quilômetro mais longo.

Ele não tira os olhos de mim enquanto anda. Quando se aproxima, ele finalmente cumprimenta Allysa com um sorriso. Depois olha de volta para mim enquanto põe um pote de plástico tampado no balcão.

-Trouxe seu almoço- diz ele casualmente, como se trouxesse meu almoço todos os dias e eu devesse estar esperando por isso.

Ah, essa voz. Esqueci o quanto ela me afeta.

Pego o pote, mas não sei o que dizer com Allysa parada do meu lado, observando nossa interação. Encaro-a e lhe dou aquele olhar. Ela finge não perceber, mas, como não paro de encará-la, ela acaba cedendo.

Tudo bem. Vou colocar flores nas... Flores.

Ela se afasta para nos dar privacidade.

Volto minha atenção para o almoço que Atlas trouxe.

-Obrigada. O que tem aqui?

-Nosso especial de fim de semana- diz Atlas . - é a massa por que você está me evitando.

Chego a rir com isso, mas estremeço logo em seguida.

-Não estou te evitan... Balanço a cabeça com um rápido suspiro, sabendo que não posso mentir para ele. - Tudo bem, eu estou te evitando. Apoio os cotovelos no balcão e cubro o rosto com as mãos. - Desculpa.

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