Confessionário

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Condado de Ribe

O manto da noite abraçava os campos da Dinamarca, e no condado, a brisa mansa de todas as noites tocavam as árvores, murmurando o som das folhas. Alguns membros da família se encontravam na sala, a condessa perto de sua adorada Eva, Joaquina, próxima às duas, ouvindo as instruções da tia sobre o bordado. Sehun com o neto em seu colo, que aos poucos fechava os olhinhos enquanto o conde lia uma história, e enquanto Chanyeol, divagava em seus pensamentos, pensamentos profundos onde a imagem de um certo príncipe prevalecia. O duque estava alheio, quando em sua mente aquela conversa não o deixava por um segundo, desde que chegou do castelo das torres azuis.

Reminiscências daquele tarde...

No castelo das torres azuis.

- Baek, meu bem, Chanyeol está aqui para falar com você sobre o noivado. - Disse Roxanna.

- Acho que devemos deixá-los sozinhos. - Falou Jin.

- Concordo, vou acompanhar os dois até a sala. Conde Sehun e meu sobrinho podem ir até ao jardim, não demoro.

Duquesa Roxanna pegou a mão e Baek de um lado e a de Chanyeol do outro, os conduzindo até ao interior do castelo. Quando já diante da porta da sala, a duquesa entrou com ambos.

- Bem, agora podem conversar à vontade.

Proferiu suas derradeiras palavras e depois deixou o cômodo, os deixando a sós. Houve aquele mesmo momento tenso entre os dois e Baek, irritado com aquela situação, virou-se.

-Se o duque veio até aqui para tentar fazer-me mudar de ideia, perdeu seu tempo!

Chanyeol não conseguia argumentar, simplesmente não tinha o que dizer, e muito menos agora. Primeiro que essa situação não era da sua conta, só estava ali por insistência dos pais, e segundo que era bastante incomodo sobretudo agora.

Intrigado com o silêncio dele, Baek virou-se e o encarou.

- Tem algo a dizer?

Chanyeol sentia uma tensão no pescoço, era o estresse atacando aos poucos. Seus pais lhe colocaram em uma situação embaraçosa.

- É constrangedor. - Disse por fim. - Estou aqui não porque assim desejo, e sim porque meus pais querem. Não sei o que eles acham que posso fazer, não posso amarrá-lo em um altar.

- E o que eles acham que você pode fazer?

- Eles acreditam que eu posso convencê-lo a mudar de ideia.

- Ninguém pode. - Respondeu virando-se novamente.

- Tem certeza que é o que deseja?

- Há que se refere?

- A sua decisão.

Rapidamente Baek o encarou novamente.

- Porque está fazendo essa pergunta? Quer que eu me case com sua irmã? - Fez a pergunta com o coração submetido a milhões de batidas nervosas e temendo, por dentro, a resposta.

Chanyeol ficou de mãos atadas com aquela pergunta e sentiu a garganta arranhar. Sua vontade era ser honesto e direto, mas não poderia responder com tanta verdade, embora as palavras estivessem entaladas na garganta.

Baek o observava, tentando não transparecer o quanto desejava ouvir sua resposta e gostaria que fosse aquela que não tirasse seu sono.

- Eu não tenho que querer ou deixar de querer nada! Quem tem que decidir são vocês dois.

- Nós dois? Ora francamente! Não existe sua irmã e eu! Ficou louco?

- Agradeceria se sua alteza se acalmasse.

O padre II : A coroa do rei - Jikook - 2ª tempOnde histórias criam vida. Descubra agora