Reinado das Sombras: A Noite do Poder

"O halloween especial"

Era noite de Halloween, e a lua cheia se erguia alta, derramando sua luz prateada sobre a pequena cidade de Rivenmoor. A brisa fria dançava entre as árvores secas, sussurrando segredos antigos nas orelhas dos que passavam, como se a própria noite guardasse uma trama sombria. No entanto, a cidadezinha adormecida estava alheia ao que realmente estava prestes a acontecer.

Maya sentia o peso daquela noite como nunca antes. Algo parecia diferente. Algo na atmosfera a deixava inquieta, como se ela fosse observada, caçada. O convite que recebera dias antes ainda pesava em sua bolsa, um pedaço de papel negro com letras em prata brilhante, um convite para a festa mais secreta e desejada do ano: O Baile das Sombras.

Maya, uma jovem mulher de vinte e quatro anos, sempre fora atraída pelo lado sombrio das coisas. Ela cresceu fascinada por lendas urbanas, histórias de fantasmas e mitologias proibidas. No entanto, havia algo nessa festa que a perturbava profundamente, um arrepio que subia por sua espinha sempre que pensava no misterioso anfitrião, um homem conhecido apenas como Dominic Nightshade.

Pouco se sabia sobre ele. Rumores o cercavam, histórias sobre um homem incrivelmente belo e irresistivelmente perigoso. Ele não era visto à luz do dia, e sua presença era sempre associada a tragédias inexplicáveis, desaparecimentos e corações partidos.

Maya não deveria ir. Sabia disso. Sentia isso.

Mas o desejo, o mistério e a promessa de algo proibido eram irresistíveis. Ela se viu caminhando pelas ruas silenciosas até a antiga mansão gótica que dominava o ponto mais alto da cidade. Era uma construção imponente e decadente, com torres que pareciam tocar o céu e janelas que refletiam o brilho sinistro da lua.

Ao chegar, um frio se apoderou de seu corpo. Maya hesitou, sentindo o coração martelar em seu peito, mas ao ver a porta de ferro se abrir silenciosamente, como se a aguardasse, ela respirou fundo e deu o primeiro passo.

Dentro da mansão, a atmosfera era ainda mais opressiva. As paredes eram cobertas por tapeçarias antigas e lustres de velas pendiam do teto, lançando uma luz suave e cálida sobre as figuras que se moviam pela sala. Todos os presentes estavam mascarados, suas identidades ocultas, e o som suave de música clássica preenchia o ar.

Maya não pôde evitar sentir que algo estava errado. Havia uma tensão na sala, um perigo palpável. Os olhos mascarados pareciam seguir cada movimento seu, observando-a como predadores esperando o momento certo para atacar.

Então, ela o viu.

Dominic Nightshade.

Ele estava no centro da sala, cercado por admiradores, mas seus olhos – dois orbes de um verde profundo e hipnotizante – estavam fixos nela. Ele era mais impressionante do que qualquer descrição poderia fazer justiça. Alto, com cabelos escuros que caíam sobre a testa e uma mandíbula marcada que dava um toque de brutalidade à sua beleza. Seu terno negro se ajustava perfeitamente ao corpo musculoso, e havia uma aura de poder e domínio ao redor dele que fazia o ar em volta de Maya parecer denso.

Ele sorriu. Um sorriso letal e sedutor, como o de um predador que já sabia que sua presa não poderia escapar.

Dominic moveu-se entre a multidão como se ela não existisse, como se o espaço ao seu redor se moldasse à sua vontade. Ele parou à sua frente, e Maya, apesar do instinto que gritava para correr, não conseguiu se mover. Seus pés estavam enraizados no chão.

— Maya — sua voz era grave, rouca, cheia de promessas sombrias. — Eu estava esperando por você.

Ela franziu a testa, lutando contra o medo que se misturava com algo que ela não queria admitir... excitação.

— Como sabe o meu nome?

Ele inclinou a cabeça, o sorriso aumentando de leve.

— Eu sei mais do que isso, pequena. Sei que você não pertence a este mundo de luz. Sei que há escuridão dentro de você, que você anseia por algo mais. Algo que nenhum outro homem jamais poderia lhe dar.