Após a separação do BTS, Jung Hoseok luta para manter o equilíbrio entre a carreira solo e sua vida pessoal. Bloqueado criativamente e emocionalmente exausto, Hoseok precisará descobrir se é possível renascer em meio ao caos,reencontrar a paixão pel...
A recente separação da banda ainda ecoava na minha cabeça. A gente sabia que, um dia, aconteceria. Todos estavam seguindo seus próprios caminhos, e isso era bom. Mas, honestamente, algumas noites, quando tudo ficava quieto, a falta dos meninos batia forte. Eu não era mais "J-Hope do BTS". Agora eu era... Jung Hoseok, um artista solo, tentando achar seu próprio espaço.
Hoje seria mais um show. Estádio lotado, as luzes, o grito dos fãs – eu deveria estar acostumado. E estou. Mas algo dentro de mim sempre procura algo a mais. Talvez porque, com o grupo, a gente compartilhava tudo, o palco, os momentos, até as incertezas. Agora sou só eu. Eu e minha música. Não é que seja ruim, mas é diferente. A liberdade é ótima, mas, por vezes, a solidão pesa.
Enquanto revisava a coreografia nos bastidores, peguei uma foto nossa, do BTS. Aquela de uma das primeiras turnês... parecia que foi em outra vida. A guardei no bolso. A vida segue, certo? E eu também tinha que seguir.
As luzes se apagaram, e o show começou. O grito da plateia me fez lembrar por que eu amava tanto estar ali. O palco era meu refúgio, meu espaço para me perder na música e esquecer os dilemas. Ali, eu me sentia vivo, cada batida do meu coração sincronizada com o ritmo. E quando olhei para o público... sempre procuro algo. Uma conexão, sabe? Algo genuíno, que vá além do que todo mundo espera de mim.
Então eu a vi. Não sei o porquê, mas meus olhos pararam nela. Ela estava absorvida na música, mas de um jeito diferente. Não estava gritando loucamente como os outros, mas sentia cada batida. Eu percebi. Era um tipo de sinceridade que raramente vejo no meio de tanta euforia. Fiquei muito curioso. Segui com o show, mas a imagem dela ficou na minha cabeça.
"Essa é para vocês!" gritei, interagindo com o público. Todo mundo respondeu, claro. Mas aquela garota... eu queria saber mais. Quem era ela? E por que me chamou atenção?
O show tinha acabado, e como sempre, a energia ainda pulsava em mim. A multidão, os gritos, as luzes – tudo era incrível, mas o que me pegava mesmo eram os momentos logo após. Quando o show terminava e eu voltava para os bastidores, o silêncio caía como uma brisa leve, quase refrescante. Era o contraste perfeito. Eu gostava disso.
Enquanto tomava um gole de água, alguém da equipe me avisou que alguns fãs estavam esperando por fotos. Era um costume, e eu sempre fazia questão de tentar estar presente para eles. Afinal, essa conexão significava muito para mim.
Saí e encontrei o grupo. Três fãs. Dois deles estavam visivelmente eufóricos, como a maioria. Se apresentaram com grandes sorrisos e palavras animadas. "Sou Yu-Ri!" "E eu, Hae-Jin!" Eles mal conseguiam conter a excitação.
E então, havia ela. A garota que eu tinha visto no meio da multidão. Estava ali, mas mais reservada. Não tinha dito nada até o momento, e isso me fez encará-la um pouco mais. Não de um jeito invasivo, mas curioso. Algo nela era diferente. Quando olhei diretamente para ela, não consegui evitar perguntar:
"E você? Qual o seu nome?"
Ela pareceu um pouco surpresa, como se não esperasse ser notada assim, mas respondeu calmamente, sem aquele entusiasmo comum: "Prazer, sou Jin-Ah."
"Prazer, Jin-Ah," eu disse, sorrindo, tentando ser o mais natural possível. Não queria forçar nada, mas havia algo nela que me intrigava. Não era o tipo de reação que eu esperava.
Tiramos as fotos. Eles agradeceram e saíram, deixando-me com aquele mesmo pensamento na cabeça. Algo ali me fazia querer saber mais, o que não era normal pra mim. Depois de tantos shows e encontros com fãs, isso já deveria ser rotina, mas... ela ficou na minha mente.
Voltei para o camarim, me sentei e, como de costume, peguei meu telefone. A curiosidade me venceu, e procurei o nome dela no Instagram. Mas nada. Não a encontrei. Estranho, não devia estar difícil. Talvez fosse melhor deixar pra lá, era o mais sensato.
Mas alguns minutos depois, uma notificação apareceu. Um story, e eu fui marcado. Claro, era uma das amigas dela, Yu-Ri, que postou uma foto do encontro e me marcou. Cliquei no perfil da Yu-Ri e, enquanto olhava suas postagens, lá estava ela de novo – Jin-Ah. O perfil dela estava aberto, então dei uma olhada, mas algo em mim disse para não seguir. Eu só seguia a gravadora e os membros. Seguir uma fã ia atrair uma atenção que eu não queria, principalmente pra ela. Pois com certeza os meus seguidores iriam começar seguir a mesma, e isso poderia se tornar uma bola de neve.
Fechei o aplicativo, guardei o telefone e tentei seguir em frente. Outro show, mais uma turnê. Vida normal. Pelo menos, era o que eu pensava.
Algumas semanas depois, finalmente consegui um dia de folga. Eu e os meninos decidimos nos encontrar em uma cafeteria, um lugar que gostávamos de frequentar.
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O clima estava leve, e entre uma conversa e outra, enquanto esperávamos pelos pedidos, meu olhar vagou pela cafeteria.
E lá estava ela.
Ela também me viu, e nossos olhares se cruzaram de novo. Durou só alguns segundos, mas foi suficiente para me pegar de surpresa. O que ela estava fazendo ali? Qual era a chance disso acontecer?
