BLOOD SAMPLE | JK + Tae + S/N

chapter 17 ✔

   Jeon Jungkook

Saio da clínica com passos rápidos e pesados, sentindo o chão duro sob minhas botas, como se cada pisada ecoasse minha frustração. Meu peito estava apertado, o ar parecia denso demais, difícil de respirar. O céu cinzento refletia o caos dentro de mim. Sinto como se estivesse sendo esmagado por algo maior do que podia suportar. S/N nunca me prometeu nada. Ela não era minha, mas o choque da confirmação que ela realmente estava grávida, e de Taehyung, me atingiu como uma lâmina afiada. Sinto uma dor profunda, uma ferida que não sabia como poderia curar. Paro por um momento, esfregando as têmporas, tentando aliviar a dor de cabeça que latejava.

Minha mente girava, ainda presa no que havia acabado de acontecer dentro da clínica. Em um piscar de olhos, tudo que eu achava que poderia acontecer entre nós desmoronou. A mulher por quem estava começando a me apaixonar estava ligada a outro homem. Não era qualquer homem. Era Taehyung. O nome dele era o suficiente para me deixar inquieto. Ele tinha uma reputação, e a ideia de S/N estar presa a ele, de alguma forma, me enche de um medo irracional. Um arrepio percorreu meu corpo ao pensar no que isso significava para ela. Sabia exatamente o que Taehyung tinha feito com outras mulheres, e o pensamento de S/N seguir o mesmo caminho me deixava enjoado.

Depois de respirar fundo, finalmente chego ao carro. Minhas mãos tremiam enquanto procurava as chaves no bolso, demorando mais do que o normal para destrancar a porta. Entro e bato a porta com força, o som reverberando no estacionamento quase vazio. O silêncio dentro do carro me esmagava. Afundo no banco, passando as mãos pelos cabelos, puxando-os com força, tentando encontrar algum alívio para o caos dentro de mim. Me inclino para frente, apoiando os cotovelos no volante e abaixo a cabeça, tentando processar tudo que estava acontecendo na minha vida.

— Por que eu achei que seria diferente desta vez? — Murmuro para mim mesmo, com a voz rouca e carregada de frustração. Me sentia um completo idiota.

Eu sabia o que estava acontecendo dentro de mim com relação a S/N, mas sempre empurrava esses sentimentos para longe, tentando fingir que eles não existiam. Eu tinha medo, medo de me machucar e, mais ainda, de machucar a ela. Mas agora parecia que o destino já tinha feito isso por mim. Ela estava presa a Taehyung. E eu sabia o que isso poderia significar. Ela poderia acabar como as outras mulheres que se envolveram com ele.

Eu vi isso acontecer, mais de uma vez.

Fecho os olhos por um momento, tentando controlar o meu coração que batia descompassado. Deixei S/N sozinha na clínica. Ela saiu por conta própria, e eu a deixei lá. Isso me incomodava profundamente. Meu instinto era protegê-la, garantir que ela estivesse segura, mas a raiva dentro de mim queimava mais forte. Estava furioso comigo mesmo por sentir o que estava sentindo, e com Taehyung por ser ele mesmo. E, talvez, houvesse uma pontinha de raiva de S/N, embora soubesse que isso não era justo. Ela estava carregando o filho de outro homem. Essa realidade me atingiu como um soco no estômago. Eu me preocupava com ela, se ela chegaria em casa em segurança, mas a raiva falava mais alto. Ela pode pegar um táxi — Penso, apertando o volante com tamanha força que os nós dos meus dedos ficaram brancos.

Mas não era verdade. Eu sabia que não era assim que eu funcionava. Eu me importava, e muito. Se algo acontecesse com ela, nunca me perdoaria. No entanto, minha mente estava uma bagunça, cheia de pensamentos confusos de perda, rejeição e, acima de tudo, medo. Medo por S/N, medo de que ela fosse para sempre ligada a Taehyung, de uma forma que eu nunca poderia entender ou interferir. A imagem dela grávida, carregando o filho de outro homem, era insuportável. Eu nunca fui de recuar diante de uma luta, mas essa parecia uma batalha perdida, antes mesmo de eu ter chance de começar. Olho para o banco do passageiro vazio ao meu lado e imagino como seria se ela estivesse ali, comigo.