Capítulo 32 - Insanidade

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Depois de tomadas as providências e ter atendido às exigências de Voldemort e Bellatrix para que eu e Draco voltássemos para Hogwarts, Severo foi incumbido da missão de nos manter em segurança e nos escoltar até o castelo. Devido a isso, só conseguimos voltar para Hogwarts à noite e tivemos que jantar com os elfos na cozinha.

Em parte, foi bom ficar longe do restante dos alunos. Os comentários e olhares estariam piores do que nunca. Como se a matéria do Profeta Diário delatando meu relacionamento com Severo não bastasse, no mesmo dia, Bellatrix invadiu Hogwarts atrás de Draco e eu. Eu teria que me preparar psicologicamente para o que ouviria no dia seguinte.

Apesar do incômodo com os alunos que não tinham mais nada a fazer da vida além de falar sobre a minha, eu estava mais preocupada com as ameaças de Rebastan. Voldemort parecia confiante que a maior parte dos Comensais não ousaria se opor a ele e se unir a Rebastan. Mas quantos outros sangues puros radicalistas, que odiavam Voldemort, e que não eram comensais existiam no mundo bruxo? Vários!

Merlin! Se eu não fosse amiga de Harry e não estivesse sob os cuidados de Dumbledore, era possível que muitos aliados atuais se unissem contra mim. Eu era a filha de Voldemort, afinal. Só de existir, eu era um inimigo potencial de muita gente.

– Eu estou ouvindo as engrenagens na sua cabeça, Hermione.

A voz de Severo me despertou dos meus pensamentos. Nós fomos direto para o seu quarto depois do jantar e eu me larguei na cama, apenas admirando o teto. Severo se debruçou sobre meu corpo e me presenteou com um beijo carinhoso.

– Estou pensando nessa guerra que Rebastan propôs – expliquei assim que nos afastamos.

– Você não tem que se preocupar com isso – comentou gentilmente fazendo uma carícia no meu rosto. – Tem muitas pessoas cuidando de você e eu garanto que nada de ruim irá te acontecer.

Suspirei pesadamente.

– Não estou preocupada comigo. E se Rebastan decidir atacar as pessoas com quem me importo só para me atingir? – questionei aflita. – Eu temo por vocês, Severo.

Ele abriu um pequeno sorriso e se jogou no espaço vazio ao meu lado na cama. Então, puxou-me para o seu peito, me envolvendo com seus braços, e afagou meus cabelos. Eu amava quando ele fazia aquilo.

– Seus amigos estão seguros – murmurou convicto. – Voldemort não ousa entrar aqui em Hogwarts, logo Rebastan não é louco de tentar. Ainda mais depois do que aconteceu com Rodolfo – explanou. – Já eu, ficarei bem. Sei me cuidar.

– Não sabe, não – provoquei.

Ele deu um riso leve e me abraçou com mais força, dando um beijo na minha testa. Estiquei o pescoço pedindo um beijo e ele reduzir os olhos a fendas, fingindo pensar se me beijaria ou não. Por fim, deixou nossos lábios se encontrarem em um beijo calmo. Mas logo nos afastamos e eu o encarei com o cenho franzido.

– Severo, essa história do Profeta Diário sobre nós...

– Imagino o que passou hoje por conta disso – interrompeu. – Ouvi o que o Weasley te disse. Ele é um completo idiota.

A discussão com Rony já parecia ter acontecido há muito tempo, depois de toda a enxurrada de informações novas. Mas eu não podia negar que ficara muito magoada com o que o ruivo me dissera.

– Rony passou dos limites e eu fiquei irritada com os olhares e cochichos. Mas eu não me incomodo dos outros saberem sobre nós. Eu amo você – admiti. – Só que nós dois sabemos o risco de revelarmos nosso relacionamento... Se for para te manter seguro, prefiro manter segredo.

Sangue Negro | SnamioneOnde histórias criam vida. Descubra agora