¹⁰Sombras e luzes

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A noite cobria Gotham com seu manto escuro e ameaçador. O céu estava limpo, uma anomalia em uma cidade onde a neblina e a poluição costumavam obscurecer a visão. Damian e eu estávamos a caminho do local designado para a operação, uma antiga fábrica desativada no lado leste da cidade. O local havia sido identificado como um possível ponto de encontro para a Liga das Sombras.

— Fique atenta — disse Damian enquanto dirigíamos, sua voz baixa e determinada. — A Liga é conhecida por usar técnicas avançadas de camuflagem e contraespionagem. Não podemos nos dar ao luxo de cometer erros.

— Concordo — respondi, olhando pela janela do carro enquanto a cidade passava rapidamente. — A vigilância indicou que pode haver mais de um grupo de operativos lá dentro. Precisamos ter certeza de que estamos prontos para qualquer eventualidade.

O carro deslizou para uma vaga de estacionamento escondida nas sombras próximas à fábrica. Saímos e começamos a nos preparar. Eu ajustei meu equipamento e conferi as armas e dispositivos de comunicação, enquanto Damian verificava seu próprio arsenal.

— A fábrica está em silêncio — observei, analisando a estrutura antiga que se ergia diante de nós. — Parece que ninguém se moveu desde que chegamos. Isso pode ser uma armadilha.

Damian assentiu, sua expressão séria. — Devemos entrar pela entrada principal e verificar o que está acontecendo. Fique alerta para qualquer movimento suspeito. Eles podem tentar nos atrair para dentro.

Nós avançamos em direção à entrada principal da fábrica, uma porta de metal enferrujada e desmoronada. O ambiente ao redor estava coberto por uma camada de poeira e detritos, refletindo o abandono do lugar. Damian ergueu uma lanterna, e a luz revelou uma série de marcas de pegadas recentes no chão.

— Eles estavam aqui há pouco tempo — disse Damian, seus olhos verdes brilhando com a luz da lanterna. — Vamos nos dividir e explorar. Você verifica o lado direito, eu vou para o esquerdo. Mantenha contato via rádio.

— Entendido — respondi, ajustando o rádio e movendo-me para a direita.

A fábrica estava imersa em uma escuridão quase total. Meu instinto de detetive estava em alerta máximo, e cada pequeno som parecia amplificado. Eu segui pelas passagens estreitas e corredores empoeirados, minha mente focada em encontrar qualquer pista que pudesse indicar a presença dos membros da Liga das Sombras.

De repente, um som metálico ecoou pelo corredor. Reagi instantaneamente, me escondendo atrás de uma pilha de caixas. Meu coração batia forte, e eu ouvi sussurros vindos do outro lado do corredor.

— Eles estão aqui — murmurei para mim mesma, ajustando o visor noturno. — Preciso ser cautelosa.

Permaneci imóvel enquanto observava dois homens encapuzados passando pelo corredor. Eles estavam em um estado de alerta, conversando baixinho sobre uma "entrega" que estava prestes a acontecer. Com cuidado, segui-os, mantendo uma distância segura.

No outro lado da fábrica, Damian estava lutando contra um grupo de cinco homens armados que haviam aparecido do nada. Eu ouvi o som dos tiros e a troca de golpes enquanto me aproximava rapidamente.

— Damian, estou indo aí — disse pelo rádio, minha voz carregada de tensão.

— Preciso de uma distração — respondeu Damian. — Eles são muitos para lidar sozinho. Encontre uma maneira de chamar a atenção deles.

Encontrei uma caixa de metal e a arremessei contra uma pilha de entulho, criando um estrondo que atraiu a atenção dos homens. Aproveitei a distração para me mover em direção ao grupo de Damian. Ele estava em meio à batalha, suas habilidades em combate evidentes enquanto ele desarmava e neutralizava os atacantes com precisão.

— Damian, estou com você! — gritei enquanto me juntava à luta. — Vamos acabar com isso.

A batalha era intensa. Eu estava enfrentando dois homens ao mesmo tempo, minha formação em combate e habilidades de detetive me permitindo reagir rapidamente. Damian e eu trabalhamos juntos, nossas ações sincronizadas em uma dança de combate coordenada. Finalmente, após uma luta árdua, os atacantes foram neutralizados.

— Isso foi mais difícil do que eu esperava — disse Damian, respirando pesadamente. — Precisamos descobrir o que eles estavam planejando.

— Concordo — respondi, limpando o suor da testa. — Vamos verificar a área. Devemos encontrar alguma pista que nos ajude a entender o que estava acontecendo.

Nós começamos a inspecionar a fábrica em busca de pistas. Encontramos uma sala escondida com documentos e equipamentos que indicavam planos de ataque para uma série de alvos em Gotham.

— Eles estavam planejando uma série de ataques coordenados — disse Damian, examinando os documentos. — Isso pode ser parte de um plano maior.

— Precisamos informar Alfred e reunir toda a equipe — respondi. — Eles precisam saber o que encontramos para que possamos tomar medidas imediatas.

Enquanto saíamos da fábrica, Damian e eu discutimos o plano de ação. A tensão entre nós ainda estava presente, mas havia uma crescente sensação de respeito mútuo pelas habilidades e determinação de cada um.

— Bom trabalho — disse Damian, olhando-me com um olhar que parecia um misto de admiração e frustração. — Acho que começamos a entender melhor o que estamos enfrentando.

— Você também fez um bom trabalho — respondi, tentando manter um tom neutro. — Estamos um passo mais perto de neutralizar essa ameaça.

De volta à Mansão Wayne, Alfred e os outros estavam esperando por nós, ansiosos para ouvir o relatório. A noite havia sido um desafio, mas havia trazido uma clareza crucial sobre o que estava por vir. Sabíamos que a Liga das Sombras estava planejando algo grande, e nossa próxima etapa seria garantir que Gotham estivesse preparada para enfrentar a ameaça.

A Guarda de Damian WayneOnde histórias criam vida. Descubra agora