"Mãe, vamos a Alvalade! Quero ver o Pote!"
Era tudo o que a pequena Carlota pedia à sua mãe, Diana. Mesmo sendo ainda bastante nova, com os seus quatro anos, queria ver todos os jogos e tinha como ídolo o número 8 dos leões, Pedro Gonçalves.
Diana...
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- Como correu o teu dia, filhota?
- Correu muito bem! Estive a brincar com a Gabi aos desfiles, foi muito divertido!
Sorri.
- Jantar! Fiz peixe cozido!
- Não, Célia, não gosto de peixe! - reclamou a mais nova.
Ela riu-se.
- Estava a brincar, há bifes grelhados e batata frita.
A minha filha levantou os braços, contente e correu para a mesa.
Segui-lhe o exemplo e segui para a mesa.
- A nossa cozinheira de serviço é excelente.
Coloquei um braço por trás da Célia.
- Faço sempre o melhor que posso.
Jantámos enquanto víamos o jornal.
Quando o treinador do Sporting, Rúben Amorim, apareceu a fazer a antevisão do jogo de amanhã, a Carlota parou de comer imediatamente para prestar atenção às palavras do treinador leonino.
Se alguém tentava falar, era automaticamente mandado calar pela leoa mais fanática. Desde pequena que a Carlota me pareceu ter algum interesse no sporting, mas quando deixou de ver o pai, há cerca de dois anos, todas as ligações ao FC Porto esmoreceram e ela passou a adorar a cem por cento o clube leonino, tal como eu.
Obviamente que ela é bem mais louca que eu, pede-me para ir a todos os jogos, diz que quer jogar no Sporting, o armário dela tem mais roupas verdes que sei lá o quê. Ela diz que o sonho dela é conhecer os jogadores, mas não sei se alguma vez isso será possível. Por sorte, ela é uma criança, então, tudo lhe parece fácil e simples. De certo modo, gosto que ela veja o mundo dessa maneira.
- Mamã, vamos ver o jogo de amanhã?
- Querida, não podemos. Prometo que te faço pipocas para veres o jogo aqui, sim?
Ela fez uma cara chateada e eu senti-me culpada por não a poder levar aos jogos.
Ajudei a Célia na cozinha e a Carlota entreteu-se a pintar um desenho qualquer.
- Não te sintas mal por não a poderes levar, sabes que é complicado.
- Eu sei, Célia, mas não posso deixar de sentir. Nem brinquedos ela me pede, apenas isto. Sinto-me mesmo mal...
Ela abraçou-me.
- Sabes, quando te vi naquele dia no parque aquático, pensei em não te dizer nada. Olhei para a Carlota, tão pequena... pensei o que seria ela crescer sem o pai, mas também pensei que tu não merecias aquilo. Ajudei-te por me senti culpada por te ter dito aquilo. E vê agora. Somos melhores amigas, Diana, estamos cá uma para a outra. Eu sei que vamos arranjar forma de levar a Carlota. Vamos ter alguma ideia. Não te preocupes, está bem? E não te culpes tanto.
Respondi com um "tens razão" abafado e terminei de pôr a loiça a escorrer.
A Célia tinha sido o meu maior apoio nos últimos anos. Deixara tudo para trás pelo Francisco e ele não deve ter valorizado isso. Quando acabei tudo com ele, não tinha para onde ir e a Célia recebeu-me de braços abertos.
Ela é a minha melhor amiga, a minha única amiga, o meu único apoio. Mal entendi que não teria condições financeiras para ter uma casa, ou arrendar uma, ela propôs que as contas da casa fossem divididas, bem como as alimentares. Aceitei e passámos a viver juntas. Ela ajuda-me sempre com a Carlota e com tudo e eu faço o melhor que posso para também a ajudar.
- Vamos ver o filme? Aproveitar a sexta-feira!
- Sim! Mamã, a oferta das pipocas pode passar para hoje?
Ri-me e tirei dois pacotes de milho do armário.
Em menos de dez minutos, já estávamos sentadas no sofá, enroladas em mantas e com baldes de pipocas à nossa frente.
Vimos o filme todo, do início ao fim e a Carlota estava feliz por ter escolhido o que nós íamos ver.
- Adorei a Mulan, ela é muito fixe!
Ela agarrou numa espada imaginária e deferiu golpes no ar.
- Vá, Carlotita, vamos dormir.
Deitei-a na cama e dei-lhe um beijo de boa noite.
- Sonhos cor-de-rosa, dorme bem.
- Acho que os sonhos verdes são mais giros.
Ela enroscou-se na cama e eu saí do quarto, encostando a porta.
O cérebro dela raciocinava sporting, vinte e quatro horas por dia.
Voltei para a sala para me despedir da Célia e também me ir deitar.
- Boa noite, Célia.
- Diana, vem cá. Tens de ver isto.
Li a publicação do instagram.
- Achas que a leve?
- Ela ía ficar louca.
Era a ideia mais louca de sempre, mas ía deixar a minha filha radiante.
Os jogadores saíem ao meio dia da academia. Porque não ir para o portão principal e esperar que eles aparecessem?
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Olaa maltaa!!
Peço desculpa por estes capítulo tão pequenino, entre festas, preparar a volta às aulas e ainda ir ver jogos ao pavilhão, sobrou pouco tempo para escrever!
