Capítulo 34: União restaurada

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Visão de Jin

Ali estava ele, diante de mim, com as mãos machucadas; o sangue já estava seco. Apesar do tremor em suas mãos, Roger mantinha um sorriso tão bobo no rosto que nem servia para me animar.

Olhando ao redor, percebi que meu avô estava ocupado. Com um aperto no coração, segurei Roger pela mão, fechei a porta atrás de nós e o conduzi ao meu quarto.

— Jin, que barulho é esse? — perguntou meu avô, um tanto irritado.

— É nada, vô. Eu e o Roger vamos estudar no meu quarto. Se precisar, é só chamar.

— Certo, comportem-se lá dentro.

Empurrei Roger escada acima, respondendo ao meu avô com um simples "pode deixar". Ao chegarmos ao segundo andar, o guiei para dentro do meu quarto.

Logo que a porta se fechou atrás de nós, segurei seus punhos, olhando-o seriamente e com preocupação. — Roger, você pode me dizer com quem você se desentendeu?

— Quem disse que foi uma briga? Foi só uma questão de acertar as contas.

Eu suspiro, ainda mais preocupado, e ao apertar uma das feridas, provocando um pequeno gemido, olho para ele ainda mais irritado e questiono:

— E com quem foi esse acerto de contas, posso saber, Senhor Roger Campos?

— Eu queria saber se você tinha mesmo me trocado pelo Ren, então pensei: nada melhor do que perguntar diretamente para ele.

— Pera aí, mas como você conseguiu falar com ele sem... — parei de repente, percebendo o que havia acontecido. Fui enganado por Roger. O sangue ferveu instantaneamente. — VOCÊ ME ENGANOU PARA PEGAR O NÚMERO DELE, SEU FILHO DA PUTA! — gritei, com a voz tremendo de indignação, sentindo a traição pesar no peito como um soco.

— É a malandragem do negão, né, meu gato? Agora dá para tirar o dedo de cima das feridas, tá doendo — pediu Roger, com um tom que misturava humor e exasperação. Soltei suas mãos e, num impulso, agarrei um travesseiro, acertando precisamente na cara dele.

— Seu arrombadinho que eu amo! Na próxima vez que você for bater em alguém, ME CHAMA! — gritei, rindo, mas com uma pontada de seriedade, deixando claro que eu queria estar ao lado dele, até nas confusões.

Saí do quarto por um momento e fui até o banheiro pegar um pouco de álcool que meu avô guardava, depois passei no quarto dele para pegar algumas bandagens. Enquanto juntava tudo, não pude deixar de pensar no quão romântico foi o Roger ter esmurrado o Ren. Um sorriso satisfeito escapou, mas logo deu lugar a uma pontada de decepção — eu queria ter estado lá para ver aquele desgraçado apanhar do meu amorzinho. A cena teria sido perfeita, mas saber que ele fez aquilo por mim já era o suficiente para aquecer meu coração.

Quando voltei para o quarto, vi Roger sentado na cama, com uma expressão misturando cansaço e alívio. Peguei uma toalha que ficava pendurada atrás da porta e a coloquei delicadamente sobre o colo dele. Com cuidado, comecei a despejar o álcool em seus punhos machucados. Ele soltou alguns ruídos de dor, mas não fez nada escandaloso, apenas cerrando os dentes enquanto eu cuidava de cada corte e arranhão. Era impossível não notar o contraste entre sua bravura de antes e a vulnerabilidade que agora se revelava em cada suspiro contido.

— Então, quantos socos foram? — perguntei, tentando disfarçar a preocupação com um tom curioso enquanto começava a enfaixar seus punhos.

— Uns quinze. Achei que quando eu chegasse no décimo terceiro ele ia desmaiar — respondeu Roger, com um sorriso satisfeito que contradizia a dor visível em seu rosto.

Suspirei enquanto envolvia cuidadosamente as bandagens em torno de seus punhos, voltando minha atenção totalmente para ele. — Aquele rostinho de cafajeste já aguentou muita coisa, hein? — comentei, tentando aliviar o clima com um toque de humor, mesmo enquanto minha mente ainda processava a cena que eu havia perdido.

Após terminar de cuidar dos seus ferimentos, me sentei ao lado de Roger e voltei meus olhos para o seu rosto, tentando descobrir a verdade.

— Então, qual é a verdade? Eu te troquei?

Ele sacudiu a cabeça em negação e deslizou seus dedos em direção à minha mão. Foi puxando-a gentilmente, juntando-a com a sua. Senti meu coração disparar e um calor envolvente invadir cada canto do meu corpo.

— Você só foi enganado — ele começou, sua voz carregada de sinceridade. — Foi por isso que soquei ele. Mas eu não vim aqui só para falar da minha façanha irresponsável. Vim aqui para consertar uma besteira que fiz há alguns meses.

Ele segurou minha mão perto de seus lábios e depositou um beijo sereno, mas caloroso, antes de me encarar com suas esmeraldas brilhantes. Com uma sinceridade que parecia quase tangível, ele disse:

— Jin Woo Shimada, meu querido japonês gostoso, meu lindo iFood, você me daria o prazer de ser completa e totalmente meu?

Suspirei para disfarçar o surto crescente que começava a tomar conta de mim. Meus olhos percorriam discretamente o quarto, e meu coração batia como um tambor, a ponto de eu começar a suar em poucos minutos. Sem mais rodeios, respondi:

— Roger Campos Rodrigues Farias, tudo o que eu sou, tudo o que está em minha mente e meu coração, é você. Cada pensamento meu, cada batida do meu coração, é moldada pela sua presença. Você é meu mundo, meu ar, a razão pela qual eu respiro e vivo. Não há nada mais verdadeiro do que isso.

— Eu o amo com uma intensidade que transcende palavras, de uma forma tão profunda e pura que mal consigo expressar. É um amor que vai além do que se pode imaginar, que me preenche completamente e dá sentido a tudo.

— Roger, eu, Jin Woo Shimada, te amo com tudo o que sou, com cada parte de mim, com tudo o que tenho e posso oferecer. Não há nada que eu deseje mais do que você.

— Você me daria a honra de ser meu? Pois, se me quiseres, serei seu, de corpo, alma e coração, por completo, sem reservas, agora e para sempre.

Sem qualquer cerimônia, ele agarrou firme o colarinho da minha camisa e puxou meu corpo para perto do seu. Senti mais uma vez o calor de seus lábios, que agora finalmente me pertenciam, e a maciez de seus dedos passando pelos meus cabelos. Seu cheiro doce e a descontração de sua presença preenchiam meu coração com uma alegria imensa.

Em pouco tempo, estávamos deitados na minha cama, nossas mãos entrelaçadas. Ele estava perdido no perfume dos meus cabelos enquanto eu acariciava lentamente seus punhos e repousava no seu peitoral, coberto pela sua camisa social. A tranquilidade e o conforto que sentia ali eram a promessa silenciosa de um futuro que, finalmente, parecia certo.

 A tranquilidade e o conforto que sentia ali eram a promessa silenciosa de um futuro que, finalmente, parecia certo

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