epílogo : o verdadeiro amante

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Sete meses depois.

— O que você vai fazer agora? — pergunto para minha mãe enquanto estou deitada no sofá.

— Vou ao supermercado, quer alguma coisa? — ela pergunta. 

— Pode ser chocolate?

Minha mãe olha para mim e dá uma risada.

— Está desejando? — ela pergunta.

Eu estava com sete meses de gravidez. Não sabia quem era o pai do meu filho. E fui inocentada pelo crime de assassinato após confirmar o crime de estupro do Wesley. 

Eu não podia mais estudar e agora era uma mãe.

— Estou — confirmo.

— Certo, vou comprar, se cuida, meu amor, e cuide dessa barriga.

— Pode deixar.

Ela se retira enquanto fico observando a TV sem interesse algum. Dois minutos depois, o meu pai aparece.

— Sua mãe já foi?

— Já.

Ele vem até mim e me puxa para um beijo na boca. Eu amava aquele homem mais como um amante do que como um pai.

— Vamos para o quarto da sua mãe?

— Pai, eu não posso ficar transando grávida e desagradável.

Era estranho chamá-lo de pai, se a gente mantinha uma relação sexual. Meu pai quase sempre saía da cama e me visitava no meu quarto para ficarmos juntos. Mamãe ia para a igreja agradecer pela família feliz que ela tinha. Acho que, graças a isso, tudo estava dando certo entre nós. 

— Eu sei. Então deixaremos para quando o beber nascer.

Meu pai estava abraçando-me, quando minha mãe apareceu entrando apressada.

— Esqueci a minha carteira — ela disse, quando retornou, viu meu pai ainda agarrado comigo. Éramos apenas um pai e filha abraçados.

Ela sorriu e, em seguida, desapegou novamente.

— De quem pode ser esse beber, Amanda? — pergunta o meu pai, ele sempre fez essa pergunta, mas respondi que não era dele.

Era difícil dizer de quem poderia ser. 

William

Wesley.

Ou meu pai. 

Seja o que for, espero que seja do meu pai, ele parece ser mais amável do que os outros. E era o único que estava vivo. Afinal, além de ser meu pai, era meu amante.




Fim.

o amante ( Heteros) ( Não Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora