Cem anos após uma guerra que transformou a Terra em um deserto inabitável, a humanidade encontrou refúgio em uma cidade fortificada chamada Quimera, construída por Robert Wallace, um cientista cristão, que acreditava na salvação da espécie humana...
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A luz do sol penetrava pelas frestas da janela, iluminando o ambiente escuro com um brilho suave. O calor do sol acariciava meu rosto e meu corpo, trazendo uma sensação reconfortante que se espalhava por mim. No quarto, o único som que se ouvia era o canto dos pássaros, uma melodia natural que trazia calma à minha mente.
- Amber, o café está na mesa! - chamou uma voz feminina, suave e tranquila, ecoando pela casa e quebrando o silêncio enquanto se aproximava do pequeno quarto. - Amber, levanta! O café vai esfriar, e eu não estou a fim de ouvir suas reclamações tão cedo.
A voz insistente ecoava novamente, acompanhada de um leve cutucão, tentando me despertar do meu estado de sonho. A mulher continuava a me chamar, até que meu corpo finalmente percebeu que não estava mais preso àquela névoa onírica. Aos poucos, meus olhos começaram a se abrir, revelando a silhueta de uma mulher à minha frente. Senti uma mão fria tocar meu rosto, e, em seguida, essa mesma mão começou a acariciá-lo com ternura.- Bom dia, filha! - exclamou a mulher, fazendo com que eu abrisse os olhos completamente.
- Bom dia, mãe! - respondi, enquanto ela depositava um beijo suave em meu rosto.
- O café está na mesa. Vou descer e te deixar trocar de roupa. Esteja lá em cinco minutos! - disse, saindo do quarto. Eu assenti em confirmação, oferecendo um sorriso discreto, sem mostrar os dentes.
Depositei meu pé no chão e, no mesmo instante, um calafrio percorreu meu corpo, resultado do frio comum pelas manhãs .Como eu não costumava usar sandálias em casa, decidi ir assim mesmo para o banheiro, pronta para realizar minhas higienes matinais. O frio do piso gelado contrastava com o calor do meu corpo, mas a rotina familiar me trazia conforto. Enquanto escovava os dentes, olhei para o espelho e me perguntei como seria o dia que me aguardava. A luz suave da manhã filtrava-se pela janela, prometendo um novo começo.
Depois de terminar minhas higienes, desci as escadas e fui imediatamente envolvida pelo aroma acolhedor do café fresco que pairava no ar, trazendo uma sensação de conforto que aquecia meu coração.
- Pelo visto, a senhora Gray está inspirada hoje! - comentei, observando minha mãe arrumar a mesa com um sorriso no rosto.
Desde o incidente no refeitório, ver minha mãe cozinhando se tornou um verdadeiro refúgio para mim. Era como se cada prato que ela preparava carregasse um pedaço de segurança e amor, algo que eu precisava desesperadamente. Talvez eu ainda não tivesse superado o que aconteceu naquele dia, ou talvez fosse apenas porque, em meio à rotina agitada, nem sempre ela tinha a oportunidade de cozinhar pela manhã, já que muitas vezes estava ocupada com o trabalho.
Mas, naquele momento, enquanto o cheiro do café se misturava aos sons suaves da cozinha, eu sentia que tudo ficaria bem. A presença dela, a familiaridade dos gestos e o calor do lar eram exatamente o que eu precisava para enfrentar o dia.
- E pelo visto, a Bela Adormecida resolveu tirar a bunda da cama! - minha mãe brincou, sua risada leve trazendo um toque de graça ao meio da bagunça matinal.
