Remember me, and forget.

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Oi oi docinhos da Soph, todos bem?

Bom como podem prever, essa fanfic terá apenas esse capítulo e esse ao qual,  se carregam alguns gatilhos da minha vida. Essa Shot-fic se baseia em uma carta, por tanto, as escritas em itálico, são trechos da carta que está sendo lida. Acho que é isso que eu posso dizer por enquanto, vejo vocês ao final da história.

Boa leitura!

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POV Narrador.

“  Lauren,

Se você está lendo isso, já deve saber o que aconteceu. Eu sinto muito. Sinto muito por tantas coisas que nem consigo colocar em palavras. Mas, acima de tudo, sinto muito por ter deixado você ir...

Eu nem sei por onde começar. Parece que o peso das palavras já cai sobre meus ombros antes mesmo de eu colocá-las no papel. Se eu pudesse, adiaria essa carta para sempre, mas eu sei que não tenho mais tempo, e que certas coisas precisam ser ditas, mesmo que doam tanto que eu mal consigo respirar agora.

Você sabe que eu nunca fui muito boa em lidar com despedidas. Lembro que, quando eu era pequena, na primeira vez que a minha mãe me deixou na escola, eu chorei tanto que a professora precisou me segurar no colo por meia hora. Eu odiava a ideia de me separar de qualquer pessoa ou lugar que me fazia sentir segura. Talvez por isso essa carta seja a coisa mais difícil que já fiz.

Mas eu acho que é aí que começa a minha história com você. Porque desde o primeiro momento em que nos conhecemos, você me trouxe aquela sensação de segurança que eu sempre busquei. Só que, diferente de todas as outras vezes, dessa vez eu estava pronta para te deixar entrar, mesmo com todo o medo que isso trazia. E olha só onde estamos agora... escrevendo uma carta de adeus.

Minha infância... bem, acho que não era nada fora do comum. Brincar de pega-pega no quintal, correr de bicicleta, ralar os joelhos. Minha mãe sempre dizia que eu vivia no mundo da lua. Mas tinha algo que me faltava, algo que só fui entender quando te conheci. Acho que era uma peça que eu nem sabia que estava faltando. Uma amiga, uma parceira, uma confidente. Alguém que fosse mais do que todas as amizades passageiras que eu tinha...

Camila abriu os olhos devagar, como se o simples ato de despertar fosse um fardo. A luz da manhã filtrava-se pelas cortinas, suavizando a dureza do novo dia que se apresentava. Ela se esticou sob as cobertas, o peito pesado com uma sensação familiar que parecia cravada em suas entranhas, algo que vinha crescendo há semanas, meses, talvez até anos. Naquela manhã, porém, algo era diferente. Havia uma decisão.

Ela sabia. Desde que seus olhos encontraram o teto pela primeira vez naquele dia, sabia o que faria. A ideia não surgira do nada, não era um impulso momentâneo; era como se sua mente tivesse se acostumado à ideia, um pensamento persistente que se tornou quase reconfortante. O fim, o silêncio. Tudo estava decidido.

Ainda deitada, Camila puxou o caderno e leu a carta que escreveu na noite anterior. As palavras estavam frias naquela folha, mas cada uma delas carregava uma parte de sua dor, de sua culpa. Era um desabafo para alguém que nunca responderia. A carta era para Lauren, sua ex-namorada, a pessoa que, no fundo, ela sabia que ainda amava, mas que ela havia afastado quando as coisas começaram a desmoronar.

Ela suspirou pesadamente, tentando se forçar a acreditar que estava "tudo bem". Repetia essas palavras em sua mente, como um mantra que, mesmo falso, era necessário para enfrentar o que ainda restava daquele dia. Sabia que sua mãe, Sinue, ficaria preocupada se ela mostrasse qualquer sinal de tristeza, e isso ela não queria. O fardo de sua decisão já era grande demais; Camila não queria carregar também o sofrimento visível de quem a amava.

From birth to death  (  One-Shot Camren  ) Onde histórias criam vida. Descubra agora